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Gestão: Pessoas e Trabalho – 61

12 de maio de 2023
Informativo
Experimento da semana de quatro dias chega ao Brasil

Publicado em 11 de maio de 2023

No Reino Unido, onde 61 empresas participaram, 92% decidiram seguir com o formato após o piloto, segundo a 4 Day Week Global.

Depois de o Reino Unido fazer um amplo experimento, com 61 empresas, para entender o impacto da semana de quatro dias de trabalho na produtividade e bem-estar dos funcionários, chegou a vez do Brasil.

A organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global, em parceria com a brasileira Reconnect Happiness at Work, especializada em felicidade corporativa e liderança positiva, vai promover o experimento entre junho e dezembro deste ano.

Em junho e julho serão feitas as sessões de apresentação para empresas. Em agosto abrem as inscrições.

Setembro é o mês de preparar as companhias, apresentando a metodologia desenvolvida com o Boston College. Em novembro começa a experiência, se estendendo até dezembro. Há um custo para participar do experimento, a ser definido.

Antes, durante e depois do programa serão avaliados indicadores como estresse da força de trabalho, facilidade para equilibrar vida pessoal e profissional, resultados financeiros e turnover.

A proposta é seguir o modelo 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.

“Não é simplesmente tirar um dia, é redesenhar o trabalho”, afirma Renata Rivetti, da Reconnect Happiness at Work. Ela diz que isso inclui repensar reuniões, avaliar o trabalho assíncrono, automatizar tarefas, delegar outras, rever processos. “Normalmente, as pessoas trabalham muitas horas, mas não necessariamente são produtivas.”

No Reino Unido, onde participaram do experimento 2.900 trabalhadores, 92% das empresas vão continuar com a semana de quatro dias, segundo a 4 Day Week Global.

Por lá, os resultados foram: 39% dos empregados se sentiram menos estressados; 71% reduziram sintomas de burnout; 54% acharam mais fácil conciliar vida pessoal e profissional; houve aumento de 1,4% na receita da companhia e, comparando com período similar em anos anteriores, a receita aumentou em média 35%; o turnover caiu 57% no período do piloto e 15% dos profissionais participantes disseram que nenhum aumento de salário os faria voltar à semana de cinco dias.

Gabriela Brasil, head de comunidade da 4 Day Week Global, diz que um dos aprendizados é que a mudança é construída com todos na empresa. “Gestores precisam trabalhar junto a suas equipes para avaliar as medidas existentes e se elas são adequadas para o futuro”, afirma.

“Vemos a diferença acontecer quando funcionários trabalham juntos, revisando processos, despriorizando, repensando a comunicação, os espaços e as tecnologias. As equipes descobrem como trabalhar de forma eficiente, como assegurar tempo de foco e assim estabelecem a nova visão do negócio e seu funcionamento. É esse trabalho em equipe, e a clareza com clientes e stakeholders, que permite reduzir tempo de trabalho e manter produtividade.”

Ela ressalta que clientes precisam ser atendidos e funcionários terem tempo livre para outras questões da vida. Então, não necessariamente a empresa que opta pela redução terá um final de semana de três dias. “Pode acontecer de a folga vir em uma quarta-feira ou os dias de segunda a quinta serem mais curtos”, exemplifica. “Cada empresa encontra seu desenho de semana ideal.”

A expectativa é que cerca de 40 empresas participem no Brasil. As maiores podem adotar o experimento só em uma área. Já passaram pelos pilotos companhias dos EUA e Irlanda. Portugal e África do Sul estão com o experimento em curso.
Fonte: Valor Econômico

 

Empresas ampliam lista de benefícios para mães

Publicado em 11 de maio de 2023

Arcar com os custos da viagem de bebês e babás em deslocamentos a trabalho e de enfermeiras de amamentação são práticas de poucas companhias.

Levar o bebê com menos de um ano para uma convenção de vendas quando se é funcionária de uma empresa parece algo impensável – ao menos para a maioria das mulheres que trabalham. Para Anne Reder, 38 anos, não.

Em abril deste ano, quando sua pequena Julia estava prestes a completar um ano de idade, ela, que é gerente de marketing na multinacional Kimberly-Clark, teve que viajar a trabalho para Itapeva (MG), onde ficaria quatro dias.

Como se vê na foto, ela pôde levar Julia na viagem, assim como a babá. Reder tem outro filho mais velho, Davi, de três anos. Todas as despesas com passagem e hospedagem, de Reder obviamente, mas também de Julia e da babá, foram pagas pela Kimberly-Clark.

“Poder estar com minha filha em uma viagem a trabalho significa estar em paz e poder de fato estar de corpo e alma presente no evento da empresa”, diz Reder. “É não precisar me preocupar se deixei leite materno suficiente, se ela conseguirá dormir, se não sofrerá com minha ausência, e como meu marido vai dar conta das duas crianças sozinho.”

Além de estar pertinho da mãe durante a viagem, o que permitiu à Reder seguir com a amamentação, Julia até esteve presente nas apresentações que a mãe fez. “É um sentimento de alegria e gratidão tão grande que fica até difícil explicar.”

O benefício oferecido pela multinacional às funcionárias com bebês até um ano de idade foi criado em 2018. Um dos objetivos é permitir que o vínculo da amamentação seja mantido mesmo que as mães tenham que viajar a trabalho, explica Felipe Balbino, diretor de RH da Kimberly-Clark no Brasil.

Hoje, dos 4 mil empregados da companhia no país, 1.483 são mulheres e 727, mães. “Nosso foco é pensar em iniciativas que valorizem a flexibilidade e o acolhimento, para que a mãe possa exercer bem suas atividades profissionais dentro de sua realidade e demandas pessoais.

Além desse benefício de arcar com a viagem de bebês até um ano e um acompanhante, mais raro no mercado, a multinacional tem outras iniciativas mais comuns para mulheres, como a licença-maternidade estendida e políticas de flexibilidade.

Para Isis Borge, diretora de recrutamento da consultoria de seleção de executivos Talenses Group e mãe de três filhos, alguns benefícios são “sonhos de consumo” para muitas mães, como creches dentro da empresa, curso de gestante, consultora de amamentação nos primeiros dias de vida do bebê e plano de saúde que englobe a cobertura de vacinas das crianças.

Além disso, ela continua, benefícios mais comuns também são procurados, como plano de saúde com cobertura de hospitais com boas alas infantis de pronto atendimento; horário flexível para levar e buscar na escola; ajuda creche ou babá; sala para lactantes retirarem o leite com privacidade, incluindo geladeira separada para a armazenagem do leite; e liberdade de poder levar as crianças para o escritório em algumas datas para que elas saibam o que os pais fazem.

Borge conta que para a maioria das mulheres que são mães esse tipo de benefício faz diferença na hora de aceitar uma vaga. Uma pesquisa da Catho, aliás, mostrou que para 45% dos 5 mil entrevistados – homens e mulheres – o pacote de benefícios é importante para dizer sim a uma proposta de emprego. “Elas notam o cuidado com pessoas através dos benefícios ofertados e se sentem mais seguras ao aceitar uma posição em uma empresa assim”, diz Borge.

Ela pontua, no entanto, que ainda existe um preconceito velado com as mães em função da licença-maternidade. “Mas tem melhorado”, afirma. “Cada vez mais, tenho visto as empresas treinando suas lideranças para enxergarem os benefícios de terem mães no ambiente de trabalho, e treinando os times a reagirem de forma positiva quando alguém anuncia uma gravidez, em vez de encarar isso como uma preocupação.”

A Natura &Co oferece uma série de benefícios para mães, mas um se diferencia do que outras companhias praticam. Chamado de “tempo presente” e implementado em 2020, é um dia de folga que funcionárias que são mães podem tirar no mês de maio. Segundo Mariana Talarico, diretora de cultura e desenvolvimento organizacional da Natura &Co para América Latina, o objetivo é que as mães tenham um tempo de qualidade para desfrutar com seus filhos, em qualquer faixa etária.

“Em nossa ‘Visão de Sustentabilidade 2030’, no pilar de direitos humanos, nos comprometemos a garantir que as mulheres possam evoluir em suas carreiras, criando ações que começam na contratação e que se estendem ao longo da jornada, como benefícios que lhes permitam conciliar carreira e maternidade, sem lidar com o dilema de ter que escolher entre um e outro”, explica. Com 7 mil funcionários no Brasil, a Natura &Co tem na sua equipe cerca de 2.800 mães.

No J.P. Morgan, com 940 empregados no Brasil, sendo 14,7% mães, há um apoio custeado pelo banco de uma profissional especializada em amamentação para ajudar as funcionárias com recém-nascidos nessa etapa por vezes desafiadora para as mães.

Uma enfermeira acompanha a gestante desde o início da gravidez até a introdução alimentar do bebê. “O benefício foi criado pelo plano de saúde e adotado pelo banco para aumentar o bem-estar das funcionárias que são gestantes, assim como para seus dependentes”, afirma Gustavo Aires, managing director, superintendente executivo e diretor de RH do J.P. Morgan no Brasil.

Além desse benefício, não tão comum no mercado, o J.P. Morgan possui outras iniciativas para suas funcionárias que são mães, como lactário privativo no escritório equipado com geladeira, micro-ondas e bomba extratora, e a possibilidade de extensão da licença maternidade de 120 para 180 dias.
Fonte: Valor Econômico
 
 


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