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Gestão: Pessoas e Trabalho – 11

30 de janeiro de 2023
Informativo
O próximo passo da Revolução Industrial será priorizar as pessoas

Publicado em 27 de janeiro de 2023

‘Human centricity’, sustentabilidade e resiliência são os pilares da nova era industrial, que deve investir cada vez mais em diversidade e valorização dos profissionais.

Inteligência artificial (AI), uso de dados, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem são os conceitos presentes na era da Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0. O processo de desenvolvimento tecnológico, que teve início no século 18, visa agora automação dos processos fabris.

Um novo ciclo de inovações já está em curso, mas com tendência de ser mais focado no lado humano.

De acordo com Augusto Moura, managing director de Industry X da Accenture, consultoria de gestão, tecnologia da informação e “outsourcing”, boa parte da indústria se encontra na fase de otimização de processos — com a implementação do uso de dados e algoritmos em diferentes níveis de maturidade.

Para ele, a Indústria 4.0 é um conceito ainda em andamento e que pode ter um longo caminho a percorrer. “O Japão e os Estados Unidos, por exemplo, contam com a robótica mais avançada.

Já o Brasil tem tido bons resultados em energia renovável e suas aplicações”, afirma. “Todos embarcaram nessa jornada, com foco em crescimento e na tecnologia, mas ainda têm melhorias a fazer. A indústria 4.0 está em processo de evolução e ainda não alcançou todo o seu potencial.”

Valorização do capital humano

Agora, a projeção é que o novo ciclo de revolução industrial, independentemente do nome ou número que venha a ter, conte com três grandes pilares: “human centricity”, sustentabilidade e resiliência, como conta Fábio Carvalho, associate director de Industry X da Accenture.

“As pessoas passam a ser vistas de forma mais ampla, a sustentabilidade deixa de ser uma meta coadjuvante e passa a ser o propósito da indústria e, depois dos picos da pandemia e dos impactos da guerra, não tem como não ser resiliente em diversos aspectos da empresa”, comenta.

“Esses cenários de incertezas comprovam, por exemplo, que o rigor e a disciplina exagerados no planejamento nem sempre funcionam, porque a execução é sempre sujeita à volatilidade e aos imprevistos. Assim, em alguns casos, vale mais investir em flexibilidade e na capacidade de agir rápido frente às mudanças”.

A tecnologia não perderá espaço e ainda será prioridade, explica ele, mas o olhar para os negócios será macro, através de lentes cada vez mais diversas e valorizando diferentes habilidades. “Esse é um processo natural das tecnologias exponenciais”, diz Carvalho.

“Uma vez que uma inovação é implementada, ela abre possibilidades e necessidades que não eram consideradas. Quando pensamos nas práticas de gestão de ativos e manutenção inteligente, por exemplo, 80% dos fatores críticos de sucesso estão associados a aspectos humanos.”

Se antes havia a ideia, e até certo receio frente às inovações, da robotização como substituta de mão de obra, agora fica forte o conceito de colaboração entre homens e máquinas. A tecnologia tornou-se aliada e permite cada vez mais automatizar processos insalubres, possibilitando exercer o trabalho com mais segurança.

“Temos atividades em que é preciso lidar com explosivos, grandes temperaturas, pressões ou manuseio de cargas pesadas. A robotização resolve essas questões, ou pelo menos ameniza, e a ação humana passa a ser mais relevante”, afirma Carvalho.

“No Brasil, podemos ver isso na prática: clientes interessados em reduzir as atividades perigosas, colocar pessoas para exercer o que podem fazer melhor, além do desejo de investir em diversidade. E esse é um movimento difícil de reverter, há pouca (ou nenhuma) possibilidade de retrocesso.”

Futuro incerto, mas otimista

Conceito de colaboração entre humanos e máquinas está cada vez mais forte

Moura ressalta outro aspecto importante do foco no lado humano: essa característica vai ao encontro da nova geração que, muito em breve, entrará para o mercado de trabalho e ainda não consegue se enxergar representada no modelo vigente. Mais uma evidência de que esse seria, de toda forma, o caminho natural da evolução.

“Hoje, a indústria não compete por talentos apenas com outras manufaturas, mas com o mercado inteiro”, diz Moura. “A nova geração olha para os aspectos da Quarta Revolução Industrial e não reconhece como poderia fazer parte dela. Por isso, é primordial criar novos espaços condizentes com essa necessidade.”

O executivo explica que, para além dos três pilares, não é possível fazer previsões futurologistas das inovações ou mudanças que devem acontecer. Em um contexto ainda mais distante, principalmente se for considerado que muitas das previsões de longo prazo feitas até hoje não se concretizaram, ele garante que esse futuro deve ser esperado com otimismo.

Moura lembra que uma nova tecnologia ou ideia costumava chegar para substituir outra. Como o telégrafo, que caiu em desuso depois da invenção do telefone. Ou o próprio telefone, que ficou obsoleto com a internet.

Hoje, os resultados de uma evolução somam-se aos resultados de outras e tornam-se cada vez mais complexos e colaborativos. “Com as tendências voltadas à diversidade, sustentabilidade e resiliência, posso dizer que sou otimista ao olhar para a frente e imaginar um cenário cada vez melhor para a Humanidade”, afirma.

Para Carvalho, uma projeção já em curso e que vale destacar é o forte movimento de integração horizontal nos negócios. O conceito envolve quebra de silos até mesmo fora da organização.

“A tendência é que haja uma busca pelo máximo global e não apenas pelo local”, diz. “E isso inclui a empresa, seus fornecedores e clientes, em um processo que engloba e impacta toda a cadeia, e não apenas o próprio negócio.”

Industry X

A área de Industry X da Accenture olha para esses movimentos pensando em como ajudar os clientes a repensar estratégias. É um termo cunhado para denominar um conjunto de ações perenes e constantes, que resulta nas transformações da indústria ao longo do tempo.

A consultoria, presente em mais de 120 países, acompanha ao longo do tempo as mudanças de ponta a ponta e ajuda a impactar a cadeia como um todo.

“Percebemos que esse processo de revoluções que se entremeiam em conjunto é um ciclo sem fim. Não estamos na primeira nem na última mudança”, afirma Moura. “E temos que estar preparados para lidar com qualquer tendência em curso.

Temos a missão e o compromisso com o pioneirismo, com a percepção de movimentos, estando à frente das ações para multiplicar os conhecimentos. Antecipamos tendências para impedir que as empresas percebam isso apenas na prática, quando a mudança já está em andamento.”

Carvalho reforça que a Accenture está presente em várias indústrias distintas que podem adotar práticas semelhantes. A organização opera para que se tornem melhores, mais eficientes e ainda fomentem as mudanças de forma positiva para empresas, funcionários, meio ambiente e a sociedade, com impacto exponencial.

“Os grandes ‘players’, de forma majoritária, reconhecem esse movimento em direção aos três pilares”, diz Moura. “A diferença entre eles é o contexto em que vivem: enfrentam desafios específicos e precisam de planejamentos personalizados para fazer parte da mudança.

Algumas empresas já têm esse conceito mais lapidado, mas vemos que se trata de uma discussão bem ampla e ‘top down’, conectada às estratégias da companhia.”

Conheça mais sobre Industry X
Fonte: Valor Econômico
 
 


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