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Gestão: Marketing e Logística – 3

28 de julho de 2023
Informativo
Maior parte dos CEOs no país vem da área comercial
Publicado em 27 de julho de 2023

Pesquisa da consultoria LHH identifica quais os principais aspectos considerados pelas companhias na hora de escolher um presidente.

Uma pesquisa realizada pela consultoria LHH procurou identificar quais os principais aspectos considerados pelas companhias na hora escolher um CEO. O estudo, obtido com exclusividade pelo Valor, colheu informações de 313 profissionais que assumiram a posição número um de organizações brasileiras de diferentes portes e setores nos últimos três anos.

O levantamento descobriu que houve queda na presença dos profissionais oriundos da área comercial. Se no passado eles eram mais da metade dos presidentes de empresas, hoje representam 44% dos ocupantes do cargo. Em seguida aparecem profissionais de finanças (21%), operações (17%), marketing (10%), e engenharia e TI (7%).

Ricardo Rocha, diretor executivo da LHH, analisa que, independentemente da área de origem, o CEO deve estar preparado para entender o negócio como um todo. “As áreas não são mais apartadas, elas funcionam como um ecossistema. Por isso, é mandatório que, nos comitês executivos, o profissional esteja antenado em todos os assuntos.”

O estudo também identificou que aqueles que vieram de finanças, TI e operações costumam passar mais tempo na cadeira anterior até serem alçados ao cargo de CEO, além de terem mais tempo de empresa do que a média geral. Segundo Rocha, esse dado mostra que esses profissionais assumem a posição número um por conta de seus conhecimentos profundos sobre as companhias onde atuam.

A pesquisa aponta que a média de tempo na última cadeira anterior à de CEO é de 4,3 anos. Porém, em setores mais dinâmicos, como bens de consumo e serviços, essa média cai para 2,8 anos. Rocha observa que isso acontece porque muitos profissionais desses setores recebem uma cadeira de “transição”, na qual vão sendo preparados para assumir a posição de CEO. Além disso, ele diz, costuma existir maior rotatividade nos cargos de liderança desses setores. Por outro lado, executivos que assumiram a presidência de empresas que demandam conhecimentos específicos da área, como as do setor financeiro e de saúde, ficaram em média sete anos na cadeira prévia.

Outro ponto abordado pelo estudo foi a busca de profissionais fora da empresa. “A pesquisa derruba um mito de que é mais fácil chegar à posição de número um dentro da própria organização, já que em praticamente metade dos casos (48,5%) o executivo mudou de empresa para se tornar CEO.”

De acordo com Rocha, isso se dá pelas necessidades que as empresas sentiram a partir da pandemia. “Podem ser questões de ajuste cultural, cortes, planos de sucessão que não puderam ser seguidos à risca ou porque a empresa precisou contratar alguém que conhecesse determinado segmento.”

No entanto, o cenário muda a depender do perfil do executivo. O estudo concluiu que em mais da metade dos casos (58%), os profissionais da área comercial assumiram a posição número um ao trocar de companhia. Porém, esse tipo de situação representou somente 30% dos casos entre os que vieram da área de finanças.

A disparidade, diz Rocha, pode ser explicada em parte pelo fato de que profissionais de finanças costumam ser reconhecidos por suas vivências e conhecimentos dentro da empresa. Ao mesmo tempo, segundo ele, executivos da área comercial tendem a ser mais ativos na busca por oportunidades externas por conta da natureza de suas posições e networking. “Quando a empresa busca um CEO no mercado, normalmente os perfis oriundos da área comercial são aqueles que podem trazer resultados de curto prazo devido ao seu conhecimento do mercado e da concorrência e, por muitas vezes, trazerem suas carteiras de clientes.”

Rocha conclui dizendo que o mercado hoje é mais democrático para quem almeja a cadeira, mas alerta: “Ninguém mais vai ser alçado [somente] por ter tempo de casa”.
Fonte: Valor Econômico
 
 


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