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FUTURA TAXAÇÃO AMBIENTAL EUROPEIA acende alerta em indústrias de SC

26 de junho de 2023
FUTURA TAXAÇÃO AMBIENTAL EUROPEIA acende alerta em indústrias de SC

Cenário criado pelas novas regulações, além de possíveis ações preventivas, foram debatidos em reunião da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da FIESC.

Florianópolis, 22.06.2023 – A taxação ambiental de produtos brasileiros por parte da União Europeia, prevista para ter início em 2026, exige ações imediatas de indústrias exportadoras e governos. O alerta foi feito por Ana Luci Grizzi, da Ernst & Young Brasil, nesta quinta-feira, em reunião conjunta do Comitê Estratégico para Logística Reversa e da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da FIESC.

Grizzi explica que o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM, na sigla em inglês), aprovado em abril último, prevê a taxação adicional de produtos fabricados em países que não possuem sistemas de controle e precificação do carbono emitido em processos produtivos, como o Brasil.

O cronograma do CBAM prioriza os setores industriais intensos na emissão de carbono, como os que produzem ferro, aço, cimento, fertilizantes, hidrogênio, alumínio e energia. Para estes produtos, a efetiva taxação na fronteira europeia terá início já em 2026.

Para o presidente da câmara, José Lourival Magri, enquanto o Brasil não instituir o seu sistema de precificação de carbono, as empresas exportadoras podem se prevenir inventariando as emissões do seu processo produtivo e criando um cronograma próprio de redução. Essas ações, em sua avaliação, ajudariam a reduzir o valor da taxa europeia.

Questionada sobre o frango, produto de destaque nas exportações catarinenses, a especialista da Ernst & Young Brasil afirmou que sua taxação deve ficar para um estágio futuro da CBAM, “após 2030”, acredita. Porém, ela alerta que outra política europeia, o Deforestation-Free, pode funcionar como uma barreira para o produto.

Essa lei, também aprovada em abril, prevê o veto à importação de produtos procedentes de áreas que tenham sido desmatadas após dezembro de 2020. Para entrar em vigor, no entanto, a norma deve ser ratificada pelos 27 países-membros da União Europeia. Grizzi lembra que essa norma já aborda a carne bovina, e que o frango pode ser incluído em breve na lista.

Para evitar riscos, a especialista sugere um esforço de empresas e entidades, como a FIESC, no sentido de uma melhor rastreabilidade de fornecedores e outras ações que implementem um compliance ambiental à cadeia produtiva catarinense.

“O que vemos são mudanças que indicam que é preciso acrescentar as variedades de riscos e de oportunidades ambientais aos negócios”, resumiu Grizzi.

O tema da logística reversa também foi debatido na reunião, com a atualização sobre a regulamentação do serviço em Santa Catarina. Segundo o coordenador do Comitê Estratégico para Logística Reversa da FIESC, Albano Schmidt, uma proposta neste sentido foi apresentada pelo deputado estadual Ivan Naatz.

Segundo Schmidt, o texto está agora em fase final de análise por parte da Federação, com perspectiva de encaminhamento em breve.

A reunião contou ainda com apresentações de soluções de sistemas de créditos de reciclagem, por parte da ESG Cred, e de lixo zero para o setor industrial, da Novo Ciclo.

Fonte: FIESC

 
 


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