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Gestão: Pessoas e Trabalho – 28

25 de fevereiro de 2022
Informativo
Companhias lidam com recuo na volta presencial

Publicado em 24 de fevereiro de 2022

Com planos postergados por causa da ômicron, organizações tentam minimizar impacto para funcionários.

O arrefecimento da pandemia no segundo semestre de 2021 fez com que boa parte das empresas começasse a retomar o trabalho presencial nos escritórios, mesmo que parcialmente, para as funções que foram exercidas a distância durante a covid-19.

Quem não retornou, estabeleceu a volta para o começo de 2022. Foi o caso da Novelis, produtora de alumínio plano laminado, que definiu a volta ao escritório para 3 de janeiro para os cerca de 110 funcionários que estavam no trabalho remoto – entre um total de 1.600, contando com a fábrica.

“A empresa se preparou. Mudou o escritório, investiu em um novo formato, ‘open space’, sem mesa fixa, onde os colaboradores se sentam e se plugam, o presidente e a diretoria não têm sala fechada”, conta Glaucia Teixeira, vice-presidente de recursos humanos da Novelis.

O novo espaço acomoda um percentual inferior à quantidade de funcionários – 75% -, alinhado com a nova política de trabalho flexível da companhia. A maioria dos empregados deve trabalhar três dias presencialmente no escritório e dois dias remotamente.

A Novelis anunciou o novo formato, e o retorno ao presencial, em uma reunião virtual com o presidente, e fez um piloto com voluntários em setembro passado, “testando o retorno e o que poderia ser ajustado”. “Aí tivemos que dar um passo atrás”, diz Teixeira. “Os casos [de covid] subiram, não faria sentido arriscar. Anunciamos que a política flexível estava temporariamente suspensa, com vigência postergada, sem data.”

Esta semana a diretoria da Novelis decidiu por uma nova data de retorno: 14 de março, “ressaltando que a situação de pandemia seguirá sendo avaliada”. Para amenizar a ansiedade das equipes com o adiamento, Teixeira diz que a Novelis se apoia na comunicação, estruturada, inclusive, por meio de encontros periódicos com o presidente da companhia.

“Temos todo tipo de comunicação”, diz a executiva. “A gente até excede [a comunicação], mas é melhor ir para o mais nesse caso.” A empresa, por meio de campanhas de incentivo que dão um dia de folga a quem completar o ciclo vacinal, conseguiu fazer com que 100% da sua força de trabalho se imunizasse.

Na MAG Seguros a comunicação também é o pilar fundamental para amenizar a ansiedade dos cerca de 1.500 funcionários com o retorno ao escritório . Foram criados meios de comunicação diretos com a equipe e a liderança se reúne periodicamente para discutir o retorno.

O combinado é avisar os gestores com um mês de antecedência. “Não será de repente, para as pessoas se organizarem”, diz Patrícia Campos, diretora de gente e gestão da MAG Seguros.

A empresa se preparou para voltar ao presencial em janeiro, junto com os tradicionais eventos que marcam o início de ano da companhia – conferências que reúnem cerca de 3 mil pessoas entre empregados e parceiros de todo o país. O último evento presencial foi em janeiro de 2020.

“A pandemia começou a acalmar [no segundo semestre de 2021] e nos preparamos para cerimônias de premiação presenciais”, diz Campos. Na sequência aconteceria o retorno ao trabalho presencial.

Passagens já estavam compradas, o espaço de convenção preparado. Mas uma semana antes dos cinco eventos programados, tudo foi cancelado. “A decisão não era olhar o dinheiro, mas preservar pessoas.”

Agora, a empresa vai avaliar a curva de casos após o carnaval para, então, tomar uma decisão sobre a volta ao escritório. O que já está definido é que a rotina de trabalho não precisará mais ser presencial. A expectativa é que funcionários se desloquem ao escritório de três a seis dias por mês.

A MAG Seguros definiu temáticas que justifiquem a presença física. Entre elas, encontros de planejamento estratégico, discussões sobre processos que incluem áreas transversais, boas-vindas aos novos funcionários e ações de colaboração como design thinking. O modelo será testado. “Estabelecemos 90 dias de experiência para o modelo híbrido.”

O escritório, aliás, foi reformado e ganhou “estilo de coworking”, que favorece as trocas entre funcionários. “A empresa contratou 700 pessoas [na pandemia], e 40% do quadro atual nunca esteve presencialmente com a liderança e o time. Isso começa a ter impacto, porque relações são estabelecidas por convívio informal, é diferente a conexão humana no presencial”, diz Campos.

O BMA Advogados, com escritório no Rio de Janeiro e cerca de 600 funcionários, também estruturou seu retorno para janeiro, dia 17. “Outubro foi uma janela [da pandemia], que o céu começou a ficar azul”, diz Camila Goldberg, sócia do BMA Advogados.

Como inícios de ano remetem a recomeços, a diretoria do escritório acreditou que janeiro seria uma boa data para o retorno ao presencial. “Aí fomos pegos, na primeira semana de janeiro, com a ômicron. Rapidamente tomamos a decisão [de não retornar ao presencial]. Acima de tudo está a saúde, adiamos a retomada.”

Para evitar novas expectativas, decepções e ansiedade, o escritório não definiu uma nova data de retorno. “No começo de janeiro ainda era incerta a evolução daquela cepa”, lembra a advogada. “Avisamos que marcaríamos uma nova data.”

A princípio, o retorno deve acontecer na segunda quinzena de março, em um modelo híbrido, com presença no escritório de pelo menos três dias por semana. Algo novo para o BMA Advogados. “Nunca tivemos política de home office no escritório”, diz Goldberg.

Segundo ela, havia somente alguma flexibilidade circunstancial, para quando um advogado, por uma razão específica, precisava ficar em casa, seja por um filho doente ou para se concentrar melhor em um processo.

“Entendemos que existiram ganhos no home office, mas achamos fundamental estar no escritório, porque o contato presencial dos sócios com os associados, a formação das novas gerações, a transferência da cultura, isso se faz todos os dias, e é algo que se perde um pouco no remoto”, diz.

A L’Oréal é mais uma empresa que reviu seus planos de retorno ao presencial. “Com a variante ômicron, adaptamos nosso dispositivo recomendando no início do ano para que nossos colaboradores permanecessem em trabalho 100% remoto”, diz Mario Guasco, diretor geral de recursos humanos da L’Oréal Brasil.

O retorno ao presencial na companhia segue voluntário para funcionários cuja função permita o trabalho remoto. A companhia se prepara para o retorno em modelo híbrido. “Começamos a voltar ao presencial no final de 2020, mas de forma voluntária e em fases”, diz Guasco. Segundo ele, com o avanço da vacinação da população os funcionários estarão presencialmente na empresa três dias na semana, e de forma remota nos outros dois.

O executivo acredita que, para a manutenção da cultura da companhia, o trabalho presencial é fundamental. “No presencial temos uma melhora significativa na infraestrutura de trabalho. E, por outro lado, o remoto traz flexibilidade e agilidade. O modelo híbrido é o melhor desses dois mundos.”
Fonte: Valor Econômico

 

Empregados se preocupam e se entusiasmam com retorno

Publicado em 24 de fevereiro de 2022

Pesquisa com 600 brasileiros mostra sentimentos sobre a volta ao trabalho presencial.

Mais de oito em cada dez trabalhadores (84%) se preocupam com a saúde e a segurança no retorno ao trabalho presencial. É o que mostra pesquisa da Sodexo e Harris Interactive com 600 pessoas no Brasil e entrevistas feitas em junho.

Ao mesmo tempo, o sentimento mais comum sobre a volta ao presencial é o entusiasmo (30%), seguido por alívio (27%). Nervosismo aparece com 17% e medo, 9%. É uma amostra da ambiguidade e incerteza do atual cenário.

Para Tomaz Peeters, diretor de marketing, estratégia e relacionamento com clientes de serviços corporativos da Sodexo On-Site Brasil, os dados mostram a importância do modelo híbrido de trabalho, que grande parte das empresas vem adotando, e a necessidade de um novo formato de escritório.

“A gente vê que o papel do escritório precisa mudar se compararmos pré-covid e pós-covid”, diz. “Deve ter um novo formato, ser cada vez mais um centro de socialização e colaboração.” Entre os pesquisados, 76% afirmam ser importante ter áreas para socializar e interagir com colegas e 74% defendem espaços dedicados ao trabalho colaborativo.

A pesquisa mostra, ainda, um alto receio de contágio no retorno ao presencial (56%), principal preocupação na volta ao escritório, seguida por medo de contaminação dos familiares em função das interações no trabalho (44%). “Então, se eu tenho uma atividade que posso fazer em casa, vou fazer”, diz Peeters. “Não faz sentido levar o funcionário ao escritório para sentar em sua baia e responder e-mail”, complementa Renato Pelissaro, CMO da Sodexo Benefícios.

Para Pelissaro, o escritório servirá para criar conexão com outros funcionários, e as empresas têm o desafio de criar a estrutura correta para isso. O levantamento mostrou que “ver os colegas e trabalhar junto fisicamente de novo no mesmo local” faz 48% dos entrevistados se sentirem felizes quando se pensa na retomada do presencial.

Para quem já retomou a presença física no escritório, 18% dizem ser melhor que o esperado e 63%, tão bom quanto o esperado. Há uma confiança grande dos funcionários na equipe de facilities, responsável por aspectos como infraestrutura e limpeza.

Entre os entrevistados, 81% disseram confiar nesse time nas companhias onde trabalham. Peeters comenta que, por conta da covid, a área de facilities ganhou protagonismo e está mais integrada com divisões estratégicas como TI e RH. “É o viabilizador de toda essa estratégia de retorno ao trabalho”, diz.
Fonte: Valor Econômico
 
 


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