1.  
  2.  
  3.  
  4.  
  5.  
  6.  
  7.  
  8.  
  9.  
  10.  
  11.  
  12.  
  13.  
  14.  
  15.  
  16.  
  17.  
  18.  
  19.  
  20.  

Gestão: Pessoas e Trabalho – 24

18 de fevereiro de 2022
Informativo
Congresso Nacional conclui votação das novas regras sobre trabalho de gestantes na pandemia

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, dia 16 de fevereiro - rejeitando as emendas do Senado -, o projeto que muda regras sobre o trabalho de gestantes durante a pandemia.

O projeto aprovado prevê que o custo do afastamento será de responsabilidade do INSS quando inviável o trabalho remoto, e que, após a imunização, a gestante deverá retornar ao trabalho presencial. A proposta será enviada à sanção presidencial para então entrar em vigor.

“A FIESC acompanhou a tramitação da matéria, apoiando a solução dada ao impasse decorrente da Lei 14.151/2021, sem impor custos adicionais às empresas”, explica o presidente da Câmara de Relações Trabalhistas da entidade, Durval Marcatto Júnior.

É importante destacar que continua em vigor o afastamento completo da trabalhadora gestante do trabalho presencial, e o custo permanece sendo pago pelo empregador até que o projeto aprovado pela Câmara nesta quarta-feira seja sancionado pelo presidente da República.

Depois que o projeto for sancionado, exceto se o empregador optar por manter a trabalhadora em teletrabalho com a remuneração integral, a empregada gestante deverá retornar à atividade presencial nas hipóteses de:

▪ encerramento do estado de emergência;
▪ após sua vacinação, a partir do dia em que o Ministério da Saúde considerar completa a imunização;
▪ se ela se recusar a se vacinar contra o novo coronavírus, com termo de responsabilidade; ou
▪ se houver aborto espontâneo com recebimento da salário-maternidade nas duas semanas de afastamento garantidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Fonte: FIESC - Com informações da Agência Câmara de Notícias e da CNI

 

Sanção da lei para retorno de grávidas ao trabalho presencial é esperada por empresas

Publicado em 17 de fevereiro de 2022

Projeto aprovado no Congresso determina regras para a volta das gestantes, que foram colocadas em teletrabalho por uma norma publicada em 2021.

Após ter sido aprovado nesta madrugada pela Câmara dos Deputados, vai a sanção presidencial o projeto de lei que regra a volta de gestantes ao trabalho presencial.

Em maio do ano passado, foi publicada uma lei que determinava o afastamento de empregadas grávidas do ambiente de trabalho sem impacto na remuneração durante a pandemia, ou seja, enquanto estiver decretado o estado de calamidade pública.

A situação não foi pacífica. De um lado, argumentos sobre a saúde das grávidas e dos bebês e, de outro, a dificuldade para essas mulheres conseguirem emprego.

A sanção da medida é aguardada com expectativa por diversos empresários que tem falado sobre o assunto à coluna. Com a retomada da economia e reabertura dos negócios, comerciantes, em especial, alegavam dificuldade de manter as funcionárias em casa, já que muitas são contratadas para funções que não podem ser cumpridas remotamente.

Há, inclusive, uma ação judicial do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas POA) sobre o assunto.

Segundo o advogado da entidade, Flávio Obino Filho, o objetivo dela é tratar o afastamento no caso de função incompatível com teletrabalho como salário-maternidade, permitindo que os valores sejam compensados pelo empregador no recolhimento previdenciário.

Pela proposta que aguarda sanção, a gestante deverá retornar ao trabalho presencial quando estiver com a vacinação completa contra a covid-19, após o fim do estado de emergência de saúde pública e em caso de interrupção da gestação.

O texto também permite o retorno de quem optar por não se vacinar, o que foi bastante criticado, mesmo com a exigência de assinatura de um termo de responsabilidade. De acordo com a proposta, gestantes que ainda não tomaram a segunda dose da vacina e exercem funções incompatíveis com teletrabalho terão a gravidez considerada de risco e receberão um salário-maternidade até que tomem as duas doses.

Lembrando que as empresas, claro, podem optar por manter as gestantes em teletrabalho. Determinar o retorno não será obrigatório ao empregador.
Fonte: Giane Guerra

 

Sentenças obrigam INSS a pagar salários de gestantes na pandemia

Publicado em 17 de fevereiro de 2022

Decisões judiciais beneficiam as redes de supermercado Atacadão e Mais Barato.

Duas redes de supermercados obtiveram sentenças que garantem o direito de repassar à União a conta do afastamento de gestantes do trabalho presencial.

As decisões, as primeiras que se tem notícia, obrigam o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a pagar salário-maternidade a trabalhadoras que não podem atuar em home office durante a pandemia.

As sentenças beneficiam o Atacadão, do Grupo Carrefour, que estima ter atualmente cerca de 850 empregadas gestantes, e o Grupo Mais Barato, de Belém. As redes foram à Justiça após a edição, em maio de 2021, da Lei nº 14.151, que exige o afastamento das gestantes do trabalho presencial, com o pagamento integral da remuneração.

Com a edição da norma, várias empresas, inicialmente as de pequeno porte e empregadores domésticos, passaram a alegar no Judiciário que não conseguiriam arcar com esse ônus e que, pela Constituição, o INSS deveria ser responsável pelos pagamentos.

Ainda pedem nos processos que seja aplicado, por analogia, o artigo 394-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que trata do afastamento de gestante em ambiente insalubre. Nesse caso, a lei fala sobre o pagamento de salário-maternidade.

A União argumenta, porém, que não é possível criar ou estender, nem mesmo por lei, benefício previdenciário sem que tenha havido previsão da fonte de custeio. Também afirma que a Lei nº 14.151, de 2021, em momento algum tratou de salário-maternidade ou de antecipação do início desse benefício previdenciário.

O processo do Atacadão foi analisado pela juíza Diana Brustein, da 7ª Vara Federal Cível de São Paulo. Ela entendeu que o legislador foi omisso no caso de atividade incompatível com o teletrabalho, bem como sobre a responsabilidade pela remuneração.

Para a magistrada, não se discute que o objetivo da lei é a proteção da gestante, “todavia, não pode o empregador ser responsável pelo pagamento da remuneração”. Ela acrescenta, na sentença, que a situação é semelhante à das gestantes afastadas por trabalharem em atividades insalubres.

Na decisão, a juíza determina que os valores pagos até agora sejam compensados com os recolhimentos de contribuição previdenciária (mandado de segurança nº 5029453-31.2021.4.03.6100).

O advogado que assessora o Atacadão no processo, Fernando Rogério Peluso, sócio do Peluso, Stupp e Guaritá Advogados, afirma que essas funcionárias, que são caixas dos supermercados, empacotadoras ou do setor administrativo, não teriam como exercer suas funções em home office. “A empresa vinha remunerando as empregadas sem que elas exercessem qualquer tarefa, mesmo à distância”, diz.

A sentença, afirma o advogado, representa uma grande economia para as empresas e, ao mesmo tempo, não traz qualquer prejuízo às gestantes, que continuam recebendo o mesmo valor de salário. A única diferença, acrescenta, é que muda a fonte pagadora.

A Lei 14.151 contudo, pode ser alterada pelo Legislativo, segundo Peluso. O Projeto de Lei nº 2058, de 2021, proposto pelo deputado Tiago Dimas (Solidariedade-TO) impede o afastamento de empregadas gestantes vacinadas contra a covid-19 e diz que, se a medida for necessária, o contrato pode ser suspenso. O texto foi aprovado com emenda pelo Senado, mas ainda não foi analisado pela Câmara dos Deputados.

A outra sentença, a favor da rede Mais Barato, é da juíza Hind Ghassan Kayath, da 2ª Vara de Belém. Ela também entendeu que a lei é omissa em relação às empregadas gestantes afastadas e que não podem exercer suas funções em trabalho remoto. E que a situação é prejudicial ao empregador, obrigado a colocar a gestante em regime de teletrabalho, mantendo a remuneração.

“Na prática, perde um posto de trabalho, devido à incompatibilidade do trabalho com as atribuições do empregado, gerando, no final das contas, pagamento de remuneração sem a devida prestação laboral, o que vai de encontro aos princípios constitucionais que regem as relações de trabalho”, diz.

A magistrada ainda destaca, na decisão, que o artigo 4º, parágrafo 8º, da Convenção nº 103 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), incorporada no Brasil por meio do Decreto nº 10.088, de 2019, sobre a proteção à maternidade, estabelece que “em hipótese alguma, deve o empregador ser tido como pessoalmente responsável pelo custo das prestações devidas às mulheres que ele emprega”.

Assim, segundo a juíza, a lei não poderia atribuir o pagamento desses salários ao empregador, mas ao INSS (processo nº 1036117-10.2021.4.01.3900).

De acordo com o advogado Luiz Eduardo Amaral de Mendonça, do FAS Advogados, que realizou pesquisa sobre o tema, a tese começou a ser usada agora por companhias de maior porte. Ele recentemente obteve duas liminares para empresas dos setores de conservação e limpeza e de vigilância e portaria, que teriam entre 70 e 80 grávidas afastadas.

As liminares repassam os pagamentos ao INSS e autorizam a compensação dos valores já pagos, além de permitirem que esse procedimento seja aplicado às funcionárias que vierem a ficar grávidas durante a pandemia (processos nº 5034387-32.2021.4.03.6100 e nº 5034360-49.2021.4.03.6100).

Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU), informa que “as manifestações ocorrerão nos autos dos respectivos processos judiciais”. O INSS, por sua vez, afirma que “não comenta decisões judiciais” e não tem dados sobre o número de gestantes afastadas em decorrência da pandemia.

O Atacadão preferiu não se manifestar. E o Grupo Mais Barato não deu retorno até o fechamento da edição.
Fonte: Valor Econômico
 
 


somos afiliados: