Em live promovida pela FIESC para debater os 30 anos do Mercosul, Michel Arslanian disse que para alguns produtos, o bloco continua como principal destino das exportações, como o setor automotivo, a cadeia química e os têxteis.
Florianópolis, 20.4.2021 – “O Mercosul é fundamental para a nossa indústria. Para alguns produtos, o bloco continua como principal destino das nossas exportações, como o setor automotivo, a cadeia química e os têxteis”, disse o embaixador Michel Arslanian, em live promovida pela Federação das Indústrias (FIESC), nesta terça-feira, dia 20.
O evento virtual, que debateu os 30 anos do Mercosul, foi dedicado ao diretor da CNI, Carlos Abijaodi, que faleceu nesta segunda-feira, dia 19. Ele era um profissional reconhecido por sua atuação no comércio exterior e nas negociações internacionais pelo setor privado.
O Tratado de Assunção, que instituiu o Mercosul, foi assinado em 26 de março de 1991, em Assunção, no Paraguai. O bloco é formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e outros países associados. O Mercosul já teve uma participação maior nas exportações brasileiras, algo em torno de 10% em 2010. Hoje está na casa dos 6%, mas ainda assim, é uma participação relevante, explicou o embaixador, que é diretor do departamento de Mercosul e integração regional no Ministério das Relações Exteriores.
“E num contexto em que se fala de desindustrialização, sem dúvida, no Brasil estaríamos numa situação pior sem o Mercosul. Para as nossas empresas, é também o primeiro locus de internacionalização”, disse, salientando que o bloco tem um peso no comércio de manufaturados, que gera mais empregos e divisas.
O subsecretário de negociações internacionais do Ministério da Economia, Alexandre Lobo, abordou o acordo Mercosul-União Europeia e informou que as negociações estão praticamente concluídas. “Estamos numa fase conclusiva em termos técnicos, mas, obviamente, há ainda a questão ambiental que vem sendo discutida amplamente no continente europeu.
Nossa expectativa é que isso possa ser resolvido o quanto antes para que o acordo possa entrar em vigor no Brasil, no Mercosul e na União Europeia. É um acordo que congrega mais de 25% do PIB mundial. Estamos falando de mais de 780 milhões de pessoas na União Europeia. Isso muda o jogo da inserção brasileira no mundo”, declarou.
O gerente de políticas de integração internacional da CNI, Fabrizio Pazini, disse que o Mercosul é o primeiro ou o segundo destino das exportações para sete estados do Brasil (Amazonas, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul).
Na visão dele, o bloco precisa criar metas comuns para estimular a retomada do crescimento econômico. Ele apresentou dados que mostram que o Mercosul vem crescendo abaixo da média mundial e dos emergentes. No período de 2011 a 2020, o crescimento médio do bloco foi de 1% enquanto os emergentes cresceram 4% e a média mundial foi de 2,7%. “O fato de termos economias instáveis no Mercosul prejudica nosso crescimento e nosso comércio”, salientou.
A presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, que mediou o encontro, destacou a experiência dos participantes nas mesas de negociação, especialmente no âmbito do Mercosul. Ela reforçou a importância da integração regional, não somente em benefício do comércio, mas também das pessoas e da responsabilidade que todos têm que ter com o crescimento das economias e da sociedade.
Maria Teresa observou que a pandemia afetou todos os países, mas a economia continua. “É o comércio global quem vai dar efetivamente respostas positivas para que todos possamos crescer e perpetuar também as nossas indústrias e tudo o que gira em torno da economia”, concluiu.
Fonte: FIESC
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