Este artigo de Albano Schmidt, presidente da Termotécnica e que está à frente do Simpesc (Sindicado das Indústrias do Material Plástico de Santa Catarina), foi veiculado originalmente na Revista Plástico Sul, para a edição especial de 20 anos da publicação.
O empresário faz um balanço da indústria do plástico em Santa Catarina nas últimas duas décadas culminando no momento atual, em que convivemos com o novo normal da pandemia por Covid-19. Confira abaixo o artigo na íntegra:
Santa Catarina tem uma forte indústria do setor plástico de mais de meio século. Mas esses últimos 20 anos exigiram grandes transformações das empresas localizadas nos diversos polos do estado, o sul com descartáveis, o norte com produtos para construção civil e peças técnicas e o oeste com embalagens.
Na primeira década dos anos 2000, o mercado interno passou a ser inundado por produtos importados, efeito da evolução tecnológica acelerada em países mais desenvolvidos. O preço mais alto da matéria-prima local combinado com uma estrutura tributária que em nada beneficiava a indústria nacional trouxe dificuldades para o transformador brasileiro concorrer em pé de igualdade, exigindo grandes mudanças.
A automação de processos dava seus passos no chão das fábricas, assim como a adoção dos sistemas de gestão da qualidade. O que se tornou mandatório, pois o acesso ao mercado só estava aberto a quem tivesse a certificação ISO 9000.
Foi em meio a esse cenário que a Revista Plástico Sul surgiu há 20 anos para dar visibilidade a essa indústria para a região que é a segunda maior do país, respondendo por mais de 30% da produção brasileira. Apenas Santa Catarina corresponde a 16% do volume de transformação de plástico do país.
Foi no ano 2000 também a realização da 1ª edição da Interplast – Feira e Congresso de Tecnologia do Plástico -, que a cada dois anos reúne em Joinville toda a cadeia de produção de artigos plásticos, da matéria-prima ao produto pronto, passando pelo design, prototipagem, construção de moldes, máquinas de injeção, extrusão, sopro, corte e solda, impressão, termoformagem, reciclagem, periféricos, embalagens entre outros.
Na última década, o movimento na indústria do plástico foi direcionado à inovação e à sustentabilidade. No Brasil, surgiu a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos – e, no mundo, vem aumentando a pressão para que as empresas em toda a cadeia de produção e consumo realizem a logística reversa e a economia circular.
De novo, a Plástico Sul vem dando grande destaque em reportagens, entrevistas e artigos de opinião para o assunto. Um exemplo foi a cobertura da revista sobre a Ilha da Reciclagem realizada na Interplast. A iniciativa busca estimular o desenvolvimento de novos projetos, investimentos e o engajamento com o tema reciclagem que beneficia tanto os consumidores quanto o meio ambiente.
Ainda que a pressão sobre as empresas do setor para a questão da sustentabilidade seja cada vez maior, é quase impossível encontrar áreas onde o plástico não esteja inserido. A grande versatilidade de processamento e aplicações dos materiais plásticos permitiu sua entrada em diversos mercados, dos mais primários e cotidianos até aqueles de alta tecnologia.
E a sustentabilidade vem caminhando junto com a inovação. Os plásticos engenheirados já têm lugar garantido na economia circular como oportunidade de negócio em embalagens para alimentos e cosméticos, assim como a agregação de nanotecnologia, para garantir um ambiente asséptico. Também há grandes avanços na agregação de tecnologias de Internet das Coisas para embalagens inteligentes permitindo a sua rastreabilidade.
Inclusive neste momento, em que vivemos a pandemia por Covid-19, o plástico vem sendo um grande aliado no combate ao vírus, nos produtos descartáveis para proteção, limpeza e nas embalagens para vacinas, medicamentos, água potável e alimentação.
A indústria do setor da Região Sul vem demonstrando nestes vinte anos uma adaptabilidade e flexibilidade condizentes com essas características inerentes aos materiais plásticos. E a Plástico Sul acompanhou de perto esses movimentos tecnológicos, sociais e econômicos apresentando as novidades e avanços do setor.
Fonte: Logos Comunicação
Simpesc nas redes sociais