Meta é atender 3,8 mil estabelecimentos em Santa Catarina até 2022, sendo 600 este ano, com soluções de baixo custo para a melhoria de práticas produtivas e de gestão.
Florianópolis, 06.03.2020 – A partir de abril, 600 micro, pequenas e médias indústrias catarinenses serão atendidas pelo SENAI em consultoria para aumentar a eficiência e ampliar a produtividade. Classificada como uma jornada de transformação digital, a iniciativa integra o Programa Brasil Mais, do Governo Federal e que tem a meta de atender 200 mil empreendimentos da indústria, comércio e serviços, com 11 a 499 funcionários, de todo o território nacional até 2022. As empresas interessadas podem acessar o site gov.br/brasilmais. O programa reúne metodologias e ferramentas de baixo custo voltadas para melhorar a capacidade de gestão e de produção, reduzir desperdício e aprimorar processos.
O Brasil Mais contempla duas etapas, uma de produção enxuta (lean manufacturing), para melhoria de processos produtivos, e outra de transformação digital, com a incorporação de tecnologias de baixo custo e elevado desempenho, como sensoriamento, computação em nuvem e internet das coisas (IoT). O programa é uma reedição do Brasil Mais Produtivo, que também contemplava lean manufacturing e digitalização e que, igualmente, teve consultoria do SENAI, com o atendimento de três mil estabelecimentos de micro a médio portes em todo o país. Nessas experiências, as empresas tiveram aumentos médios de produtividade de 52% com uso de técnicas de manufatura enxuta e de 22%, com a digitalização.
Inserção na indústria 4.0
“A proposta é ampliar a inserção brasileira na Indústria 4.0; mas não adianta automatizar ou implantar tecnologias avançadas sem reduzir desperdícios, sem que os processos produtivos estejam estáveis”, comenta o diretor de Educação e Tecnologia da FIESC e diretor regional do SENAI/SC, Fabrízio Machado Pereira. “Os Institutos SENAI têm uma plataforma de serviços para indústria 4.0 que atende desde a base com a melhoria da estabilidade dos processos até soluções mais avançadas, como a digitalização de fábricas e a flexibilização de processos.
No caso do Programa Brasil Mais são utilizados equipamentos e aplicações simples e de baixo custo. O diferencial é fazer com que eles produzam informação em tempo real para que os gestores de micro, pequenas e médias indústrias controlem o processo produtivo no seu celular, em qualquer lugar em que estejam”, acrescenta Pereira.
Assim, a segunda etapa somente poderá ser aplicada pelas empresas que realizarem a mentoria em Lean Manufacturing. Para esta primeira etapa, a empresa faz uma contrapartida de R$ 2,4 mil. “É um investimento baixo se comparado aos resultados que podem ser alcançados. Sempre fazemos essa análise e nas edições anteriores do programa, com contrapartida mais elevada, o retorno do investimento é obtido em alguns dias”, explica o gerente-executivo de Tecnologia do SENAI, Geferson dos Santos. A consultoria em manufatura enxuta reduz desperdícios e propõe mudanças de layout, eliminação de etapas, tarefas e movimentações desnecessárias.
“Desenvolvemos o programa Brasil Mais Produtivo, em parceria com o SENAI, e obtivemos melhorias consideráveis dentro da fábrica”, afirma o coordenador do Planejamento e Controle da Produção da W3Sat, de Rio Negrinho, Claudinei Kerecz. “Melhoramos a produtividade em torno de 25% e conseguimos enxergar problemas que antes não percebíamos. Máquinas que eram gargalos, hoje trabalham tranquilamente em um turno em meio”, destaca. Ele explica que com a melhoria do desempenho, a empresa consegue interromper a atividade das máquinas em horário de pico de consumo de energia elétrica, quando a tarifa é mais cara, e em finais de semana, diferentemente do que ocorria antes da implantação do programa. “O programa trouxe vários benefícios para a empresa e os frutos estão sendo colhidos hoje”, acrescenta.
Maturidade
O programa Brasil Mais é coordenado pelo Ministério da Economia, será gerido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e executado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e pelo Serviço Brasileiro de Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). As empresas candidatas deverão responder a um questionário para avaliar o grau de maturidade, de produtividade e de gestão. Depois dessa etapa, a companhia será encaminhada para o atendimento assistido de um dos parceiros do Brasil Mais – o SENAI ou o Sebrae.
Parceiros estratégicos da iniciativa, SENAI e Sebrae serão responsáveis pelos atendimentos às empresas e pela aplicação das metodologias, divididas em dois eixos: Melhores Práticas Produtivas (SENAI) e Melhores Práticas Gerenciais (Sebrae).
O SENAI contribuirá para a melhoria de processos produtivos de indústrias e para a capacitação profissional, promovendo o aprendizado coletivo em grupos de seis a oito empresas, e conduzirá consultorias especializadas em práticas e tecnologias que potencializem os resultados da produção, com base nas metodologias de manufatura enxuta. Serão 1,3 mil consultores atuando em todo território nacional, além de professores e tutores dos cursos de capacitação, online e presenciais, e equipes de suporte.
O Sebrae atenderá micro e pequenas empresas, prioritariamente, de comércio e serviços. O órgão vai oferecer orientação técnica e consultorias individuais, para que os clientes aperfeiçoem habilidades e práticas gerenciais.
Fonte: FIESC
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