Exportações do Estado, que já sofriam impacto das restrições europeias, totalizaram US$ 647 milhões, com queda de 19% em relação a igual período do ano passado.
Florianópolis, 7.6.2018 – As exportações catarinenses registraram em maio queda de 19,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 647 milhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento (MDIC) e foram divulgados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta quinta-feira (7). As importações somaram US$ 1,1 bilhão, valor 20,4% superior ao registrado no mesmo período em 2017. O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembra que os embarques catarinenses já vinham sendo prejudicados por questões como as restrições impostas pela União Europeia e destaca que a balança comercial é o primeiro indicador econômico de Santa Catarina a confirmar o reflexo das paralisações. “A retração das exportações no mês reforça o que já sentíamos durante a greve: o cumprimento dos contratos de exportação foi prejudicado”, diz. Essa é uma das razões pelas quais o Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM) encaminhou nesta semana ofício ao Fórum Parlamentar Catarinense com propostas para minimizar os efeitos das paralisações. Entre elas, destacam-se a disponibilidade de linhas de crédito acessíveis para as empresas e a postergação do recolhimento de tributos. Neste caso, sugere-se o apoio de linhas de crédito especiais do governo federal para suportar as necessidades de caixa dos Estados. As propostas foram formalizadas após reunião conjunta do COFEM e do Fórum, na segunda-feira (4). O COFEM é integrado pelas federações empresariais da indústria (FIESC), comércio (FECOMÉRCIO), Agricultura (FAESC), Transportes (Fetrancesc), das Associações Empresariais (FACISC), das CDLs (FCDL) e das micro e pequenas empresas (Fampesc). Côrte destaca outro reflexo da greve dos caminhoneiros que poderá afetar a economia daqui para frente: o estabelecimento de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas. “Conforme alertado esta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), isso é um retrocesso que provoca graves prejuízos a uma economia já fragilizada, além de ser ineficaz, pois não vai corrigir o problema de excesso de oferta de caminhões em circulação no mercado”, diz, acrescentando que a medida infringe o princípio da livre-iniciativa. A medida estabelecida pelo governo e regulamentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já impacta todos os setores da indústria e do agronegócio e terá efeitos imediatos no bolso dos consumidores, uma vez que o preço dos fretes aumentou substancialmente. Reversão de resultados – Com a queda das exportações de maio, o resultado dos embarques no acumulado do ano, que era positivo até abril, também entrou no vermelho. Até maio as exportações do Estado totalizaram US$ 3,3 bilhões, resultado 3,7% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Considerando a participação na pauta de exportações em termos de produtos, os destaques são carne de aves (recuo de 6,25% no período), soja (redução de 32,8%) e carne suína (queda de 13%). Registraram crescimento no período: partes de motor (aumento de 8,6%) e motores elétricos (3,2%). Com relação aos principais parceiros comerciais no acumulado do ano, Estados Unidos, México e Japão mostraram decréscimo no volume comercializado, ganhando espaço as vendas para a China (5,4%) e para a Argentina (9,4%). Santa Catarina responde por 3,5% das vendas externas brasileiras. O saldo da balança comercial catarinense de janeiro a maio registra déficit de US$ 2,78 bilhões.
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