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RETOMADA SINALIZA 2018 promissor, mas desafios estruturais permanecem

15 de dezembro de 2017
RETOMADA SINALIZA 2018 promissor, mas desafios estruturais permanecem

Principais indicadores da indústria fecham com desempenho positivo. FIESC ressalta que a continuidade das reformas e a eleição representam fatores determinantes para consolidar a recuperação econômica.

Florianópolis, 14.12.2017 – Após um período de muitas incertezas nos planos político e econômico, o crescimento de um conjunto de indicadores ao longo do ano sinaliza para um 2018 promissor, avalia a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). Contudo, a entidade ressalta que a continuidade das reformas estruturais e a eleição representam fatores determinantes para consolidar a recuperação econômica.

No acumulado do ano até setembro, o Índice de Atividade Econômica de Santa Catarina cresceu 3,14%. De janeiro a outubro, as vendas industriais aumentaram 2%, a produção do setor ampliou-se em 4,1%, a indústria de transformação catarinense adicionou 29 mil novos postos de trabalho, o segundo Estado que mais gerou empregos no setor, atrás apenas de São Paulo. De janeiro a novembro, as exportações aumentaram 13,3% e as importações 22,3%.

“Em 2017 o Brasil consolida sua tendência de crescimento, mas há desafios estruturais que permanecem. A recuperação da economia está em curso, mas para ganhar força depende de alguns desafios estruturais que o País terá que enfrentar no ano que vem. O fato é que a recessão acabou”, avaliou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.

Ele destacou a magnitude das quedas recentes do PIB. “Não é fácil termos uma recuperação de um tombo dessa magnitude. Em dois anos perdemos 9% na riqueza das famílias e a riqueza nacional teve essa queda de mais de 7%. Agora, há espaço para crescer no curto prazo porque existe uma capacidade ociosa e temos disponibilidade de trabalhadores. O desemprego ainda é muito grande. Então, esses dois fatores: capacidade ociosa e capacidade de aproveitamento de trabalhadores podem provocar aumento de demanda, sem pressionar os custos e sem impacto na inflação, sobretudo, no setor industrial”, disse.

Em conversa com jornalistas, Côrte afirmou que no curto prazo o País pode continuar crescendo puxado pelo consumo, contudo, não é um crescimento sustentável. “O que dá sustentabilidade ao crescimento é a retomada do ciclo de investimentos. Outra razão que nos torna mais dependentes dos investimentos é o fato de que em 2018 a agricultura não vai contribuir com a mesma intensidade que em 2017, com excelentes safras.

Portanto, o País entra em 2018 com questões estruturais fundamentais. O crescimento sustentável da economia precisa se dar através da elevação do investimento privado”, explicou, lembrando que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a FIESC têm feito um trabalho grande para a retomada das concessões e das parcerias público-privadas.

“A base desse novo ciclo de crescimento está sustentada no investimento e na continuidade das reformas estruturais”, observou Côrte. Ele disse que a queda da inflação e da taxa básica de juros têm força e podem promover o retorno dos investimentos desde que se retome também o crédito, que hoje ainda está restrito, sobretudo, para pessoas jurídicas. “O governo tem que continuar seu ajuste nas contas e essa é a condição necessária para o equilíbrio macroeconômico. Também temos que avançar com medidas como a simplificação tributária.

“Entre as reformas, sem dúvida, se coloca a reforma da previdência como fundamental para transmitir ao mercado uma confiança maior nos rumos da economia. Se não tivermos a reforma da previdência, o governo terá dificuldade de manter o teto de gastos aprovado, e deve prejudicar o pagamento de pessoal, programas sociais e os investimentos”, concluiu Côrte.

Para a FIESC, a estabilidade econômica é fator que permite uma expectativa de permanência de juros mais baixos e de inflação sob controle. Outro aspecto é o cenário internacional favorável. O PIB brasileiro tem expectativa de crescer 0,89% em 2017 e projeta-se um avanço de 2,6% para 2018. A inflação deve encerrar o ano em 3,03% e para 2018 estima-se uma variação de 4,02%. A meta da taxa Selic, atualmente em 7%, tem previsão de alcançar 6,75% no ano que vem.

Anuário estatístico: Santa Catarina é o Estado com maior percentual de empregos na indústria, é o primeiro em abate de suínos, lidera a proporção de pessoas de 16 anos ou mais em empregos formais, tem a menor taxa de desocupação do País, é o quarto maior parque industrial e é o segundo Estado mais competitivo do Brasil. Os dados estão na publicação SC em Dados, que a FIESC lançou nesta quinta-feira (14).

O anuário traz informações como aspectos sociodemográficos, desenvolvimento regional, mercado de trabalho, comércio exterior, indicadores e atividade industrial, investimento e competitividade, pesquisa e inovação, infraestrutura, tributos, atividade econômica, comércio, agropecuária e serviços. Veja o SC em Dados no Portal Setorial FIESC, no link publicações.

Fonte: FIESC

 
 


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