Tendências globais devem ser observadas pelo setor para internacionalizar os negócios.
Florianópolis, 8.12.2017 – Veículos elétricos e híbridos, revolução digital, conectividade, indústria 4.0 (robotização, internet das coisas, inteligência artificial, impressora 3D) e o aumento das barreiras ao comércio são algumas das tendências globais do setor automotivo que desafiam a indústria do futuro. Os apontamentos estão em estudo que está sendo elaborado pela Apex-Brasil em parceria com o Sindipeças. Os dados foram apresentados a indústrias do segmento, nesta sexta-feira (8), na reunião da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Automotiva, da FIESC, realizada em Florianópolis.
De acordo com um dos autores do estudo, Aloísio Buoro, o trabalho mostra uma análise do mercado externo especialmente para compreender as necessidades de exportação e de que forma isso vai afetar a indústria automotiva daqui para frente. “A Ásia-Pacífico (China) se consolida como novo polo dinâmico da economia global. Estados Unidos e Europa perdem importância em relação aos demais mercados. E qual é o nosso olhar para estes outros mercados? Ainda temos um olhar estereotipado para estes mercados, muito superficial, sobre estas realidades”, alertou Buoro. “Isso impede a gente de entender estes mercados como oportunos e acredito que a indústria automobilística é a mais global”, acrescentou. Buoro apresentou ainda números relacionados à exportação de veículos, incluindo volume e principais destinos.
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembrou a diversidade da indústria catarinense, o que favorece atender as demandas do setor. Ele citou ainda o esforço do segmento para enfrentar o cenário econômico difícil que o Brasil atravessa nos últimos anos. “O setor também sentiu os efeitos dessa retração, mas houve grande esforço no sentido de evitar desligamento de trabalhadores e fechamento de unidades”, afirmou, lembrando que a FIESC realizou em 2017 encontros em todas as regiões do Estado para disseminar os conceitos da indústria 4.0, com a participação de aproximadamente 4 mil pessoas. “Também temos qualificado os nossos trabalhadores para se ajustar a esse novo mundo do trabalho em que a tecnologia provoca uma transformação muito rápida e profunda. Queremos estar alinhados com as necessidades do setor e caminhar juntos”, salientou.
Durante a reunião, Côrte e o presidente da Câmara Automotiva, Hugo Ferreira, assinaram protocolo de intenções com o Sindipeças (SC) para compartilhamento e construção de conhecimento por meio de painéis temáticos.
Scania – A maior exportadora do setor automotivo, que enfrentou uma das mais sérias crises do segmento de veículos pesados, apresentou na Câmara detalhes de sua produção e perspectivas para 2018. Atualmente, 75% da produção é exportada para suplementar as demandas de outros países (Oriente Médio, Leste Europeu e Rússia são os principais destinos), mostrou o gerente de negócios e vendas da Scania, Bruno Dangelo. A fábrica do Brasil, em São Bernardo do Campo, é a única que produz uma nova geração de produtos lançada na Europa. Para 2018, a indústria projeta crescimento gradual de 6% de mercado off road (usados em colheitas de cana de açúcar, mineração, construção civil, etc.) e 15% no mercado de veículos pesados. Em 2017, a Scania teve pouco mais de 3,3 mil emplacados e prevê o emplacamento de mais de 3,5 mil caminhões em 2018.
Os participantes da reunião conheceram ainda o programa de mentoria do Sindipeças e o programa voltado para micro e pequenas empresas, ambos com o objetivo de fortalecer o setor. Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, apresentou as perspectivas para o setor, com previsão do crescimento das exportações em 2018. Este ano, de janeiro a novembro, a indústria automotiva registrou alta de 27,1% da produção de automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, frente ao mesmo período de 2016. A exportação de veículos aumentou 53,3% nesse mesmo período.
Fonte: FIESC
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