Informação foi dada pelo diretor-presidente da Celesc, durante reunião da Câmara de Assuntos de Energia da FIESC. Sem esse componente, aumento seria de aproximadamente 1%.
Florianópolis, 14.9.2017 – “Lamentavelmente, 85% do aumento da tarifa de energia veio do custo da transmissão”, disse o diretor-presidente da Celesc, Cleverson Siewert, durante reunião da Câmara de Assuntos de Energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada nesta quinta-feira (14), em Florianópolis.
O reajuste entrou em vigor no dia 22 de agosto e resultou em alta de 7,77% para a indústria. O chefe do departamento de regulação econômico-financeira da Concessionária, Vânio Moritz, detalhou a composição da tarifa e afirmou que sem o custo da transmissão, o aumento seria de aproximadamente 1%. “A transmissão foi a grande vilã. O custo variou 126%. Passou de R$ 369 milhões para R$ 836 milhões”, explicou, salientando que isso se deve, em grande parte, à Medida Provisória 579 (MP 579/2012), que trouxe mudanças regulatórias ao setor.
Segundo Moritz, com a MP, todos os ativos que em 2000 ainda não estavam amortizados saíram da tarifa e foi mantida só a remuneração dos ativos a partir de 2000. Com isso, o custo da transmissão da tarifa foi recalculado e permitiu redução (cerca de 20% à época). No entanto, foi preciso recalcular a indenização do que ainda falta amortizar. Esse valor será pago pelos consumidores em até oito anos.
“A reunião da Câmara nessa época do ano tem se tornado uma praxe porque é o período dos reajustes tarifários. É um assunto de extrema importância para a indústria. Então, temos contado com a participação da Celesc para expor o assunto”, afirmou Otmar Muller, presidente da Câmara.
Siewert, da Celesc, explicou que a MP 579 trouxe num primeiro momento um alívio aos consumidores, com 20% de redução na conta de energia. Mas o setor já enxergava que aquilo não era adequado. De um lado tinha medida de incentivo à compra de eletrodomésticos e aumento do poder aquisitivo, o que gerou crescimento da demanda pelo insumo. Somado a isso, em 2013 começou a faltar água no Brasil e faltou energia às distribuidoras. Então, foi preciso acionar as usinas térmicas, que são até quinze vezes mais caras.
“A estratégia do governo num primeiro momento foi bancar essa conta com o Tesouro e depois tomou empréstimo na Câmara de Comércio de Energia Elétrica. Mas ninguém aguenta isso por muito tempo. Aí, em 2015, veio o realismo tarifário, com alta de 70%”, explicou. Siewert também apresentou o plano de investimentos da Celesc de 2017 a 2021, estimado em R$ 900 milhões.
Na reunião, a Celesc também apresentou o projeto Bônus Eficiente Linha Motores, que terá investimentos de R$ 7,6 milhões e concederá bônus de até 40% — a depender da potência e do rendimento do motor adquirido — aos interessados na troca de motores elétricos de alta eficiência. Os motores serão comercializados pela empresa Weg, que também será responsável pelo descarte correto do maquinário obsoleto. A contratação da Weg se deu por meio de processo licitatório.
Ainda na reunião, o professor da Ufsc, Giuliano Arns Rampinelli, falou sobre eficiência energética e sistemas fotovoltaicos de geração distribuída aplicados em edificações.
Fonte: FIESC
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