1.  
  2.  
  3.  
  4.  
  5.  
  6.  
  7.  
  8.  
  9.  
  10.  
  11.  
  12.  
  13.  
  14.  
  15.  
  16.  
  17.  
  18.  
  19.  
  20.  

Reformas condicionam RETOMADA DA ECONOMIA em 2017, avalia FIESC

09 de dezembro de 2016
Reformas condicionam RETOMADA DA ECONOMIA em 2017, avalia FIESC

Indústria do Estado fecha 2016 com retração nas vendas, na produção industrial, na balança comercial e com estoques elevados. Apesar da conjuntura, SC lidera a geração de empregos na indústria de transformação do País.

Florianópolis, 8.12.2016 – Depois de um ano marcado por rupturas políticas que influenciaram diretamente no desempenho da economia brasileira, a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) avalia que as reformas são pré-condição para a retomada da economia em 2017. A maior parte dos indicadores do setor no ano acumulam resultados negativos, influenciados pelo agravamento da crise. De janeiro a outubro sobre igual período em 2015, as vendas diminuíram 10,8%, a produção industrial acumula queda até setembro de 4,2% e os estoques estão elevados para o período. De janeiro a novembro em relação ao mesmo período no ano passado, as exportações se reduziram 2,6% e as importações 19,9%.

“Talvez em nenhuma ocasião tenhamos vivido um período em que a iniciativa privada dependeu tanto do governo, do setor público. Não em termos de subsídios, de incentivos, mas em termos de reformas que conduzam a uma expectativa mais favorável, sobretudo, aos investimentos. A nossa conclusão é que o governo precisa, de fato, encaminhar propostas que reestabeleçam a confiança no setor público e em relação às condições de investimento tanto do setor doméstico quanto do externo”, afirmou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, durante encontro com jornalistas em que avaliou o ano para a indústria e fez projeções para 2017.

Côrte ressaltou a importância de o governo ter encaminhado a PEC que limita o teto dos gastos públicos. “Só o fato de o governo encaminhar a proposta e o Congresso já ter avançado em relação à sua aprovação, já criou uma expectativa positiva. O governo acaba de encaminhar a proposta da reforma da previdência, também esperada pelo setor privado. Ainda são aguardados alguns encaminhamentos na área de relações trabalhistas; não para retirar direitos, mas para valorizar os entendimentos e as negociações entre o empregador e o trabalhador”, declarou, lembrando que é preciso que o governo dê seguimento ao programa de concessões que tem condições de atrair investimentos, sobretudo, os externos.

“O crescimento da economia catarinense é muito dependente do setor industrial. Na região Sul, diferentemente do que ocorre no Brasil, em que a indústria tem uma participação no PIB de menos de 20% (considerando a indústria de transformação, construção e serviços de utilidade pública), aqui representamos 30%. Ou seja, um terço da riqueza de Santa Catarina provém do setor industrial. Então, quando a indústria não vai bem, o Estado sente essa contração e tem mais dificuldade de crescer”, concluiu Côrte.

Apesar dos dados negativos, a indústria de transformação catarinense mantém o posto de maior geradora de empregos do Brasil em números absolutos, com 5.146 contratações no acumulado do ano até outubro. A produção industrial catarinense do acumulado do ano até setembro em relação ao mesmo período em 2015 registrou crescimento nos setores de alimentos (3,9%) e máquinas aparelhos e materiais elétricos (4,5%). Entre os segmentos que apresentaram retração destacam-se produtos de metal (-21,2%), minerais não-metálicos (-13,8%), metalurgia (-15,1%) e borracha e plástico (-6%).

As vendas industriais do Estado têm apresentado comportamento estável nos últimos meses, porém em patamares inferiores em relação a anos anteriores. De janeiro a outubro em comparação ao mesmo período no ano passado, os segmentos que mais apresentaram retração foram de produtos de metal (-28,5%), móveis (-23,3%), metalurgia (-14,7%), vestuário (-14,2%), informática, eletrônicos e óticos (-13,4%), máquinas e equipamentos (-9,5%) e plástico (-9,1%). A utilização média da capacidade instalada de Santa Catarina no acumulado do ano até outubro está em 80,4%, valor 1 ponto percentual menor que em igual período em 2015 e abaixo do normal para o período.

O comportamento dos indicadores total de salários pagos e horas trabalhadas na produção revelam uma tendência de queda desde 2014, reflexo do período de recessão econômica e incerteza política. De janeiro a outubro de 2016 contra igual período em 2015, as horas trabalhadas se reduziram 8,4% e os salários pagos tiveram queda de 8,3%. Isso sinaliza o desaquecimento da produção industrial, sendo necessárias menos horas de trabalho para atender as demandas, o que impacta diretamente na soma das remunerações. Em 2016 o emprego atingiu valor mínimo na série, ganhando fôlego a partir do último semestre.

Santa Catarina é o oitavo Estado mais exportador do País, com participação de 4,1% no total dos embarques. Pelo lado das importações, o Estado mantém a posição de quarto importador nacional, com 8,5% de participação no total do Brasil.

As pesquisas que medem o índice de confiança do industrial catarinense e a intenção de investir caíram desde 2014, com o aprofundamento da recessão. Nos últimos meses, a intenção de investir reagiu, mas com menor intensidade. A confiança do industrial na economia alcançou 52,8 pontos em novembro, abaixo dos 53,1 registrados em outubro. O índice varia no intervalo de 0 a 100. Acima de 50 pontos indica confiança e abaixo, falta de confiança na economia. O indicador da indústria da construção se situou em 50,2 pontos, revelando melhora frente a outubro (46,2 pontos). No mesmo período, o índice da indústria de transformação, apesar de indicar confiança (53,2 pontos), baixou 1,1 ponto percentual ante outubro.

Fonte: FIESC

 
 


somos afiliados: