Batizada de Nat.Genius, atividade desenvolvida pela empresa tem apelo sustentável e gera emprego.
Conhecida pela fabricação de compressores para refrigeração, a Embraco busca, gradualmente, diversificar suas atividades. A aposta mais recente da multinacional, com sede em Joinville, segue duas tendências de mercado: a de oferecer serviço no lugar de produto e a de gerar lucro com ações de sustentabilidade.
A nova unidade de negócios batizada de Nat.Genius recebe eletrodomésticos de seus clientes, separa e prepara as peças e direciona tudo para empresas de reciclagem. São equipamentos que não podem ser vendidos por motivos diversos e que ficavam nas organizações. Agora, são encaminhados para a Embraco.
Após a reciclagem por fornecedores especializados, os materiais voltam a integrar o processo produtivo da empresa de compressores ou abastecem outras indústrias. É a chamada economia circular, conceito que envolve a preparação e retorno de insumos após o uso ao processo produtivo.
Neste mês, a unidade completou dois anos de funcionamento e entra na fase de consolidação com 70 funcionários e faturamento equivalente ao de uma empresa de médio porte (os números exatos não foram revelados pela companhia). Um dos alavancadores do negócio é a própria legislação. A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê a destinação correta dos resíduos ao fim da vida útil. No entanto, a Embraco constatou que a indústria nacional ainda não possui soluções e infraestrutura suficientes para atender às necessidades de operação reversa.
A companhia calcula que o volume total descartado de eletrodomésticos da linha branca e refrigeração comercial chega a 500 mil toneladas por ano no País. Não foi difícil convencer os fabricantes do setor. Atualmente, são 20 clientes corporativos das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, entre eles, os principais nomes do mercado da linha branca nacional.
O gestor da nova unidade de negócios, Luiz Ricardo Berezowski, explica que a lei está forçando a existência de um padrão para a prática de logística reversa e exige empresas capacitadas. Como há muitos anos a Embraco recebe de volta parte de seus compressores no mercado e dá a eles um destino adequado, vislumbrou a oportunidade de ampliar o serviço para os produtos dos clientes.
No futuro, Berezowski espera expandir a atuação para o segmento de eletroeletrônicos e estuda a instalação de unidade semelhante em dois outros países onde a Embraco tem fábrica, no México e na Eslováquia.
A Nat.Genius terminou 2015 com a produção de 160 mil peças e tem espaço para crescer. A operação funciona em galpões dentro das instalações da Embraco Fundição, no distrito de Pirabeiraba, e na matriz, no Distrito Industrial de Joinville. De 2015 para 2016, a unidade dobrou de tamanho, chegando a 700 m² de área fabril. Os funcionários ainda trabalham em um turno. O gestor diz que, havendo demanda, é possível triplicar a produção com a introdução de novos turnos.
Desmontagem não é tão simples
Um dos principais desafios da Nat.Genius é o processo de desmontagem, que não é tão simples quanto parece. Luiz Ricardo Berezowski explica que as indústrias apresentam tecnologias mais modernas e automatizadas para a montagem. A desmontagem é mais manual e exigiu da Nat.Genius domínio do processo para aumentar a escala de desmontagem, ou seja, fazer mais com os mesmos recursos.
Para chegar ao estágio atual, a equipe técnica da unidade contou com a ajuda de parceiros, a maioria da região, para desenvolver tecnologia própria. Um deles criou uma máquina para retirar o ímã que existe dentro da borracha de vedação do refrigerador para que possa ser enviado a indústrias do setor. Outra máquina retira por completo a espuma presa na chapa da porta da geladeira, tornando-a apta para uso industrial novamente, como na fabricação de bebedouro ou de pia de cozinha.
– Nossa região é propícia para o desenvolvimento de tecnologias industriais por ser um polo metalmecânico e de plástico – afirma o gestor.
Fonte: A Notícia – Negócios & Cia.
Simpesc nas redes sociais