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As incertezas do SETOR INDUSTRIAL

12 de janeiro de 2016
As incertezas do SETOR INDUSTRIAL

O ano de 2016 vai ser desafiador. É dessa forma que o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, avalia o atual momento político e econômico do Brasil.

Em entrevista ao jornal “A Notícia”, Côrte reforçou a preocupação do setor industrial com o fechamento de postos de trabalho e citou ações que precisam ser implementadas para fazer o País voltar a crescer. Confira:

Em 2015, o Brasil enfrentou a sua pior crise econômica dos últimos anos. Houve retração em diversos setores da indústria e fechamento de postos de trabalho. Que projeção o senhor faz para 2016?

Glauco Côrte – O ano de 2016 vai ser desafiador. Teremos de conviver com a queda do produto interno bruto (PIB) – o número ainda não está fechado – e, se confirmadas as estimativas, com mais um ano de recessão ou de depressão. Nos últimos quatro anos – entre 2011 e 2015 –, a economia brasileira cresceu, em média, 0,95% ao ano. Enquanto isso, a economia mundial cresceu 3,5% ao ano. É possível que haja um agravamento da situação neste primeiro semestre por causa da conjuntura política do País. Isso é ruim para todos. Há muitas incertezas sobre o que vai acontecer.

O que deve ser feito diante de um quadro tão instável?

Côrte – Há um grande esforço das indústrias, de um modo geral, para colocar a produção no exterior. Esse é o ponto positivo. O mercado externo deve crescer, principalmente pela expansão da economia mundial e pela valorização do dólar no Brasil. Além disso, novos mercados estão se abrindo, como é o caso da Coreia do Sul, que voltará a comprar a carne suína e de frango de SC. As empresas estão se esforçando para se ajustarem a essa realidade.

Na sua avaliação, é possível retomar o crescimento ainda neste ano?

Côrte – Se tivermos estímulos, sim. Em 2015, faltou investir em logística, por exemplo. O País registrou queda de 16% nas exportações e 24% nas importações entre janeiro e novembro no comparativo com igual período de 2014. Em Santa Catarina, a situação foi um pouco melhor: houve queda de 15% nas exportações e de 20% nas importações. Mas todos os setores foram prejudicados.

O fechamento de postos de trabalho é o que mais preocupa?

Côrte – Sem dúvida. Esse é o fato mais grave. Entre janeiro e novembro de 2014, a indústria catarinense abriu mais de 24 mil postos de trabalho; entre janeiro e novembro de 2015, fechou quase 18 mil. É fundamental investir na geração de empregos. É ela que irriga a economia como um todo.

Que outras ações são necessárias?

Côrte – O governo precisa promover a atualização da legislação trabalhista, pois temos hoje uma relação engessada que causa muitas demissões; encaminhar uma solução para a questão da previdência, de forma que iniba o déficit; diminuir a carga de impostos; e implementar um novo modelo de governança. São medidas necessárias para devolver a confiança ao empreendedor.

Fonte: A Notícia – Livre Mercado – Claúdio Loetz

 
 


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