Delegação catarinense foi a maior do evento, que reuniu 2 mil lideranças do setor em Brasília.
Brasília, 12.11.2015 – O Encontro Nacional da Indústria (ENAI) se encerrou nesta quinta-feira (12), em Brasília, com participação destacada da indústria catarinense, que levou a maior delegação do evento, com 90 empresários e executivos, liderados pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte.
“Ficou claro que a indústria precisa intensificar cada vez mais sua atuação política, com envolvimento a partir das empresas, dos sindicatos, das federações e da confederação. Ninguém pede favor ou privilégios. Mas o País precisa dar condições para que o industrial produza, gere empregos e ajude a desenvolver o Brasil.
É só o governo deixar de interferir em excesso nas empresas, para que possam atuar de acordo com a sua natureza e na condição de empresas do setor privado e não do setor público”, disse Côrte ao final do evento, reforçando a necessidade de reformas estruturais, como a tributária, a trabalhista e a previdenciária.
No segundo dia do evento, a experiência do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Blumenau e Pomerode (Simmmeb) foi apresentada como uma referência para as entidades industriais do País.
O presidente Hans Bethe defendeu que os sindicatos empresariais devem apresentar resultados palpáveis para seus associados para que possam ser fortes. “Nós vimos que o empresário, que de bobo não tem nada, precisa ver seu recurso render. Se não tiver retorno, não participa do sindicato, que precisa devolver ao associado mais do que ele investiu”, resumiu.
Ser a primeira referência quando uma empresa do setor busca informação foi uma das metas traçadas pelo Simmmeb. “Assim começamos a calçar o caminho do empresário até o sindicato, nos permitindo que ele esteja mais próximo”, disse.
Entre as estratégias, está um calendário de atividades que resulta na realização de um evento a cada 6,5 dias. Entre os principais estão jantares de ideias, onde os participantes trocam experiências, cartões e encaminham negócios; treinamentos de uma noite, em que empresários locais orientam outras empresas; além da Semana da Indústria, que reúne associados e mostra à comunidade como o setor é forte e quanto ele pode trazer de oportunidades de carreira e de negócios.
Em linha com a conclusão de outros painéis do ENAI, Bethe avaliou que num cenário de crise, como o atual, o papel dos sindicatos vai ser ainda mais relevante para buscar um ambiente mais favorável à atividade empresarial, o que é uma oportunidade para aumentar a base de associados.
ENAI – O objetivo do ENAI, promovido pela CNI nesta quarta e quinta-feira (11 e 12), foi discutir a crise econômica brasileira e os entraves ao aumento da competitividade.
Durante os dois dias, os representantes da indústria debateram com ministros, parlamentares, empresários e especialistas o tema “Brasil: ajustes e correções de rota”. O encerramento foi feito pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, que proferiu palestra magna sobre a economia global pós-crise.
Clinton afirmou que o mundo precisa de um Brasil bem-sucedido e que os Estados Unidos necessitam “desesperadamente” que seu principal parceiro comercial no hemisfério sul dê certo. “Todo americano tem interesse em ver o sucesso do Brasil”, garantiu.
Em tom mais otimista ao que o empresariado brasileiro está acostumado a ouvir em relação ao país, o ex-presidente americano disse que preferiria estar na situação do Brasil que na de muitos países do mundo.
Segundo ele, apesar da gravidade da crise, o cenário doméstico – resultado de duas décadas de avanços sociais e econômicos – é mais favorável que o de países que, por exemplo, enfrentam elevadas taxas de desemprego na população jovem, como a Grécia, ou atravessam uma guerra civil e a ameaça de um estado terrorista, como a Síria.
“Tenho otimismo com o Brasil. Todos atravessamos um momento difícil, mas a capacidade de o Brasil fazer as coisas acontecerem é impressionante. Nunca se esqueçam das vantagens dadas por Deus a esse país. No Brasil, eu acredito”, afirmou. “É natural que fatos negativos dominem as manchetes, mas o futuro é moldado pelas perspectivas de longo prazo”, completou Clinton.
Fonte: FIESC
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