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Outros temas do 33º Encontro Econômico BRASIL – ALEMANHA

23 de setembro de 2015
Outros temas do 33º Encontro Econômico BRASIL – ALEMANHA

Avanço da Telemedicina deve reduzir custos e ampliar atendimentos.

Modelo de atendimento a distância ainda é novo no Brasil, mas deve crescer nos próximos anos, afirmaram especialistas durante painel no Encontro Econômico Brasil Alemanha

Joinville, 22.09.2015 – A telemedicina, modelo de atendimento a distância que auxilia o paciente em recuperação, deve crescer no Brasil nos próximos anos, reduzindo os custos com saúde e ampliando o atendimento nas áreas distantes dos grandes centros. O tema foi debatido durante fórum sobre saúde, no Encontro Econômico Brasil-Alemanha, nesta terça-feira (22), em Joinville.

O modelo, consolidado na Alemanha e em outros países, leva o especialista ao paciente, faz acompanhamento remoto da recuperação do paciente, reintegração dele após a recuperação, além de diagnósticos e terapias simples. Para o neurologista alemão Bodo Kress, o uso da telemedicina pode reduzir o número de pessoas internadas nos hospitais.

Em muitos casos, as pessoas podem fazer a reabilitação em casa, mas, pelo fato de não ter o acompanhamento diário, acabam internadas. Nestes casos, o atendimento a distância é uma alternativa ao paciente, com custo mais baixo, e maior comodidade ao paciente.

Kress disse ainda que há um vácuo entre a reabilitação dos pacientes e sua reintegração à sociedade e ao trabalho. Como exemplo, ele citou as pessoas que precisam passar por amputação de algum membro ou àquelas que ficaram com sequelas quando sofreram acidente vascular cerebral (AVC). Nestas situações, a telemedicina pode fazer um trabalho de adaptação do paciente, da família e do ambiente de trabalho.

O representante do Ministério da Saúde, Eduardo Jorge Valadares, concordou que esse modelo deve crescer no Brasil, mas ainda há desafios no âmbito regulatório. Ele também falou do crescimento das despesas com saúde no Brasil, e do alto índice de judicialização.

Ainda durante o painel, foi debatida a mudança na forma de pagamento dos serviços de saúde. Com o crescimento dos custos em todo o País, há um movimento que defende o pagamento por resultado e não por procedimento.

 

Fabricante sugere normativa europeia para resolver a NR 12.

Em painel no Encontro Brasil-Alemanha, Michael Teschner, da fabricante de máquinas Multivac, disse que o mundo deveria convergir para uma norma só.

Joinville, 22.09.2015 – Para equacionar os problemas causados pela Norma Regulamentadora 12 (NR 12), a sugestão é adotar a normativa europeia, considerada uma das mais avançadas, claras e seguras do mundo, com definições sobre os deveres do fabricante e do usuário de máquinas.

A proposta foi defendida pelo diretor da Multivac, Michael Teschner, em workshop no Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que se encerrou nesta terça-feira (22), em Joinville. “Ninguém entende na Alemanha porque a máquina não atende as exigências do Brasil. O mundo tem que convergir para uma norma só. O custo do fabricante é absurdo. Por que não se copia o que é bom. Porque tem que inventar outro caminho totalmente confuso?”, perguntou ele.

A NR-12, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), regulamenta o uso de máquinas e equipamentos e passou por mudanças que agregaram 300 novas exigências às 40 que já estavam em vigor. Michael explicou que as máquinas fabricadas pela empresa são de engenharia cem por cento alemã, vendidas em diversos países, mas não atendem a norma brasileira.

Teschner também criticou a forma como a fiscalização é feita no Brasil. “A fiscalização, inicialmente, foi muito bagunçada e difícil de entender, com achismos do fiscal. Não houve uma avaliação séria do risco da máquina”, afirmou. Ainda segundo ele, há muitas diferenças entre a fiscalização no Brasil e na Europa.

Na Europa, quando o fiscal acha que a máquina está com problemas, precisa fazer uma fundamentação e dentro de três meses a questão tem que ser resolvida na esfera administrativa, instância em que se avalia se, de fato, a máquina atende as normas de segurança.

“No Brasil, ao que parece, não tenho como me defender como dono da máquina, ou como fabricante dela, na área administrativa. Tenho que levar isso à justiça. E todo mundo sabe o que quer dizer isso no Brasil. Então, a máquina pode ficar interditada por dez anos para resolver esse problema na justiça”, finalizou Teschner.

A representante do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Aida Becker, defendeu a legislação. “Todas as vírgulas, verbos e palavras que estão dentro da NR 12 foram feitas de modo tripartite. Quando digo de modo tripartite, foi com representação dos trabalhadores, por meio das centrais sindicais, e com a representação dos empregadores, por meio das confederações, sendo liderados pela CNI”, garantiu. Ela é a coordenadora da Comissão Nacional Tripartite Temática (CNTT) da NR 12.

O diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre Furlan, rebateu as afirmações de Aida e indagou: é verdade que a NR 12 foi discutida de forma tripartite? É verdade. É verdade que nós tínhamos uma norma de 1978, com 40 artigos a serem observados e passamos a ter uma norma com mais de 340 artigos? É verdade.

“A única coisa que não é verdade é que quando terminamos a negociação, em 2010, o texto que foi publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego não era o texto ipsis litteris que foi discutido e aprovado”, afirmou, lembrando que a própria consultoria jurídica do Ministério alterou o documento negociado de forma tripartite, antes de sua publicação, tornando “extremamente complexo”.

“Tanto isso é verdade que na ata da primeira reunião da CNTT, em junho de 2011, foi deliberado que a NR 12 deveria ser republicada nos termos acordados anteriormente. Essa republicação, é bom que se diga, nunca ocorreu”, contestou ele.

 

Falta de planejamento prejudica avanços de mobilidade no Brasil

Painel de especialistas abordou desafios e potencialidades para o setor durante o XXXIII Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

Confira a cobertura fotográfica no Flickr da FIESC

Joinville, 22.09.2015 – Novas e revolucionárias soluções de mobilidade estão sendo implementadas nos grandes centros urbanos dos países europeus, gerando conforto e economia, além de reduzir a emissão de poluentes. No entanto, a adoção destas tecnologias no Brasil deve ser precedida por obras de infraestrutura e planejamento de longo prazo.

As medidas foram defendidas pelos integrantes do painel Mobilidade e Conectividade, que abriu o segundo dia de debates do XXXIII Encontro Econômico Brasil – Alemanha, em Joinville.

Para a vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Gleide Patrizi, é preciso pensar no longo prazo, em planos que tenham continuidade independente dos ciclos políticos.

Ela ressaltou que, mesmo com a crise atual, a perspectiva é que em cerca de 20 anos a quantidade de carros por habitante dobre no país. “Em São Paulo é mais complicado, mas nas cidades médias pelo Brasil ainda pode ser feito um planejamento “, defendeu.

Na Alemanha, há planejamento feito com base em pesquisas de origem e destino e nos interesses do Estado e do Município de fomentar o desenvolvimento de regiões específicas. “O Estado toma posição de liderança, influenciado pela demanda real”, contou Peter Mirow, diretor executivo da DB International Brasil.

Para o presidente da fábrica da BMW em Araquari, Gerard Degen, o planejamento brasileiro é bom. O que falta é a execução. Ele citou o caso da BR-280, que atravessa o Estado e termina no porto de São Francisco do Sul. “A licença foi dada, agora é preciso executar”, cobrou, lembrando que sua duplicação está planejada há tempos e que se trata de uma rodovia sobrecarregada, onde acontecem muitos acidentes fatais.

No lado das montadoras também devem ocorrer mudanças. “As empresas estão preocupadas não apenas com a venda de veículos, mas, cada vez mais, com serviços de mobilidade. Todas caminham nesta direção”, afirmou a representante da Anfavea.

Neste sentido, o presidente da MAN América Latina e Volkswagen Truck & Bus, Roberto Cortes, relatou que a empresa já obtém hoje a maior parte do seu ganho da venda de serviços, e não de caminhões novos.

No médio prazo, isso deve levar a uma mudança de mentalidade na população. “O automóvel pessoal passará a ser visto como um serviço, não mais como um bem material. Como ocorreu no passado, em relação à linha telefônica”, afirmou Ideval Munhoz, presidente da T-Systems do Brasil.

Além do modelo de negócios as mudanças na mobilidade devem afetar o próprio modelo de trabalho das indústrias. “A concentração das pessoas nas grandes cidades impactará fortemente no comportamento das pessoas.

Elas terão que ficar cada vez mais em casa. Isso irá impactar no setor produtivo, que terá que rever a forma de se produzir”, alertou Mario Cezar de Aguiar, primeiro vice-presidente da FIESC.

Fonte: FIESC

 
 


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