O consumo de poliestireno apresentou queda em 2014, próximo a 2,5% na comparação com o realizado em 2013, segundo estimativas da consultoria Maxiquim.
Em 2014, o consumo foi próximo a 366 mil toneladas. A produção apresentou queda de cerca de 5%, as importações caíram na faixa de 3% e as exportações verificadas foram significativamente menores que em 2013, cerca de 30%.
“O mercado de uma forma geral apresentou queda, e isso ocorreu também nos principais setores demandantes de poliestireno, como o de eletrodomésticos. A previsão inicial era que o setor de descartáveis, importante consumidor de poliestireno, apresentasse uma forte demanda em 2014, em razão da Copa, porém isso não foi observado e, consequentemente, o consumo no ano foi menor do que o previsto anteriormente”, afirma a analista de mercado da Maxiquim Marta Loss Drummond.
A previsão para 2015 é de um ano difícil, onde o governo fará ajustes nas contas, influenciando toda a cadeia. A estimativa para o consumo de poliestireno é que esse permaneça praticamente estável, com crescimento inferior a 1%. No ano que passou, o mercado vivenciou a finalização da aquisição da Innova pela Videolar com a aprovação da transação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
A compra da Innova pela Videolar ainda não trouxe grandes conseqüências para o mercado, segundo Marta. “As empresas ainda operam com CNPJ’s diferentes, sendo a Videolar a controladora. Produzem alguns grades semelhantes, a tendência é que a produção se segmente. As empresas estão localizadas em extremos opostos do Brasil, a produção deve ser organizada a fim de melhorar a eficiência logística”, analisa.
Sobre o volume de resina disponível, esse não deve apresentar variação, pois não há expectativa de aumento de capacidade da Videolar ou Innova. “Já a Unigel, outro player de PS no Brasil, pretende voltar a operar uma de suas unidades de São José dos Campos, disponibilizando maior volume de poliestireno aos consumidores”, diz.
A aquisição da Innova pela Videolar é importante, pois a Innova é produtora da matéria-prima estireno, que é atualmente importado pela Videolar. “Essa importação deve seguir ocorrendo no curto prazo, em razão também da distância para transportar o estireno no Brasil, porém os volumes importados poderão diminuir”, explica Marta.
Termotécnica busca diversificar
A Termotécnica, maior indústria transformadora de EPS da América Latina e líder no mercado brasileiro deste segmento, começou o ano de 2014 como a maioria das empresas, na dúvida diante de um cenário de incertezas. No balanço final, houve uma redução de 2% em volume em relação a 2013, principalmente devido aos impactos e incertezas advindos da Copa do Mundo e das Eleições.
“Em uma economia aquecida, empresas de qualquer segmento têm condições de se desenvolver mais e de crescer. Não é o que temos vivido no Brasil nos últimos anos. Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), a Linha Branca teve queda de 4% na venda ao varejo em 2014 em relação ao mesmo período de 2013.
Dados da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), no comparativo de novembro de 2013 a novembro de 2014, informamque a Linha Marrom teve uma queda de 15% nas vendas, embora tenha aumentado a produção em relação ao ano anterior”, aponta o presidente da Termotécnica, Albano Schmidt.
Ele diz que para as empresas se posicionarem e crescerem neste cenário adverso é preciso buscar diferenciais e alternativas, com agregação de valor, com novos produtos. “A Termotécnica fez a lição de casa e procurou entrar em outros segmentos buscando novos clientes, com novas aplicações para o EPS, o que minimizou a queda sofrida em setores compradores importantes como as linhas Branca e Marrom”.
A empresa já tem como característica a diversificação. Produz soluções para Construção Civil, Embalagens e Peças Técnicas, Conservação, Agronegócios e Movimentação de Cargas. Aos 53 anos, sua trajetória é marcada pelo empreendedorismo e desenvolvimento tecnológico.
Para o presidente, existe potencial em todas as áreas em 2015, mas o ano será desafiador. “Eu acho que o ano de 2015, especificamente, deve ser um ano muito difícil. Para nós, uma concorrência muito acirrada. Nós vamos ter que procurar novos caminhos, novas aplicações.
Um segmento muito forte é essa área de frutas, de produtos que necessitem de acomodação, acondicionamento e refrigeração. A área de construção civil deve crescer muito. Nós já estamos com toda a documentação necessária para aprovação junto aos órgãos de financiamento, Caixa Econômica, Banco do Brasil. Isso foi consolidado este ano e a gente espera colher os frutos disso agora nos próximos anos”.
Ações e frutos
Em 2014, a Termotécnica recebeu o reconhecimento de um importante grupo avaliador para qualquer empresa. A partir de uma pesquisa realizada pelo Guia Você S/A, da Editora Abril, que ouviu os colaboradores, conquistou visibilidade nacional figurando entre as 150 Melhores Empresas para Você Trabalhar no Brasil.
“Iniciamos 2014 repleto de dúvidas e incertezas. Sabíamos que seria um período difícil para o mercado e para a economia brasileira, também por causa das eleições e da Copa do Mundo. Mas chegamos ao fim deste ciclo verdadeiramente orgulhosos diante dos vários exemplos de superação da Termotécnica. Conquistamos vitórias importantes e inéditas em 2014”, comenta Schmidt.
Em maio, os colaboradores participaram de um sorteio que levou oito deles, nos meses de junho e julho, com acompanhante, para assistir os jogos da Copa do Mundo, o que evidencia a atenção ao público interno em ações de todos os tipos. O constante fortalecimento da cultura da qualidade, segurança e melhoria contínua garantiu a Recertificação ISO 9001 e foi pauta dos eventos que conscientizaram os colaboradores para a importância destes itens.
Foi inaugurada a nova fábrica, sede própria, em Petrolina (PE) e – com o objetivo de prospectar negócios e se aproximar dos clientes do Vale de São Francisco – realizado o Workshop DaColheita.
“Apresentamos os novos produtos e fortalecemos a proposta de valor da empresa. Logo depois, superando nossas expectativas, a linha DaColheita foi cadastrada ao Save Food, uma iniciativa da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO)”, explica o presidente Schmidt.
A reciclagem teve destaque nacional em 2014 com a formalização da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal que entrou em vigor no mês de agosto. Schmidt lembra que
desde 2007, com o Projeto Reciclar EPS, a Termotécnica já atende todas as normas desta Política e, em 2014, o projeto ainda foi ampliado com o a criação do Portal Reciclar EPS.
O lançamento da segunda edição do Relatório de Sustentabilidade foi outro momento importante, onde a empresa documentou suas ações e destacou 2013 como um ano de grandes avanços.
O Monoforte foi destaque na construção de escolas, em Manaus (AM), casas em São Paulo (SP) e um hotel, em Palmas (TO). “Nossa meta agora é olhar para frente.Teremos dificuldades, é claro. Nossa preocupação chega inclusive aos problemas iminentes – como as alterações do clima, a falta de água e o racionamento de energia elétrica que podem afetar o processo produtivo brasileiro”, diz Schmidt.
Fonte: Revista Plástico Sul
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