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Salto na conta de energia agrava situação da indústria, diz FIESC

06 de agosto de 2014
Salto na conta de energia agrava situação da indústria, diz FIESC

Elevação de mais de 22% nas tarifas será discutida pela FIESC com a Celesc na sexta-feira à tarde

Florianópolis, 5.8.2014 – A elevação média de 22,6% nas tarifas de energia elétrica para os consumidores catarinenses, definida nesta terça-feira (5) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), agravará a situação do setor industrial do Estado, avalia a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). “É estranho que o índice tenha superado em dois pontos percentuais o que foi pedido pela Celesc.

O resultado será maior pressão por elevação de preços em toda a economia, com alta da inflação e, ao mesmo tempo, piora da situação da indústria, que tem dificuldade em repassar esse aumento de custos para os seus preços”, diz o presidente da FIESC, Glauco José Côrte. Ele lembra que indicadores que iniciaram o ano positivos, como os do emprego, de vendas e da produção industrial, já sinalizam tendência de reversão.

Na sexta-feira à tarde a entidade receberá o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, para avaliar tecnicamente os índices aplicados. Conforme Côrte, levantamentos da FIESC mostram que a distribuidora catarinense foi prejudicada pela ANEEL na definição do mix de energia que é obrigada a comprar. “A distribuição feita pela ANEEL de quotas de energia com preços mais favoráveis (das concessões de geração hídrica com concessão antecipada) não seguiu a participação de mercado das distribuidoras. Isso prejudicou a Celesc e seus consumidores”, afirmou.

É que a empresa foi obrigada a comprar mais energia no mercado livre, onde os valores estão elevados devido ao crescimento da geração térmica, decorrente dos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. “Se a distribuição de quotas da energia mais barata pela agência tivesse seguido a participação de mercado das distribuidoras, como é feito com Itaipu, por exemplo, a Celesc teria economizado mais de R$ 500 milhões, o que corresponde a uma redução de 14% nos custos da energia que ela compra”, completa Côrte.

Em posicionamentos encaminhados à ANEEL no final de 2013 a FIESC já manifestara preocupação com essa situação. Em resposta à entidade, a agência argumentou que é facultada a ela a distribuição dessas quotas. Até novembro de 2015 haverá revisão dessa distribuição, já que ela é feita a cada três anos.

Côrte lembra que encargos setoriais e impostos correspondem a quase metade (48,6%) dos valores praticados nas tarifas de energia e que isso também precisa ser revisto. “Do jeito que está, o governo é beneficiado pelos reajustes, pois arrecada cada vez mais”, destacou.

Além disso, levantamento da Fijran mostra que, antes do atual aumento, a indústria catarinense pagava 7% acima da média nacional. Em um grupo de 27 países com os quais a indústria local compete, apenas três possuíam tarifa acima da paga pelo setor secundário de Santa Catarina.

Fonte: FIESC

 
 


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