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Desemprego e competitividade, por Albano Schmidt

30 de junho de 2014
Desemprego e competitividade, por Albano Schmidt

A taxa nacional de desemprego em abril, registrada pelo IBGE, foi a mais baixa do País desde 2002: apenas 49, em cada mil trabalhadores brasileiros, não estavam empregados. O que mais chamou a atenção, neste caso, foi que não houve um aumento no número de postos de trabalho, mas, sim, uma redução no número de pessoas procurando emprego.

Isso significa que as pessoas estão saindo do mercado de trabalho mais cedo, entrando nele mais tarde ou desistindo de trabalhar no auge da idade produtiva. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), por exemplo, indica que entre o segundo semestre de 2012 e igual período de 2013, 1,2 milhão de pessoas desistiram de procurar trabalho. No grupo de profissionais com ensino superior incompleto, a taxa de ocupação caiu dois pontos percentuais (de 75% para 73%), sem aumentar o desemprego.

Um fator que pode ter sido determinante para essa mudança está relacionado à atratividade e expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que possibilita ao jovem cursar a faculdade e deixar a conta para depois de formado. Desde 2010, a taxa de juros do Fies caiu de 9% para 2,4%, os prazos de carência foram ampliados e o número de matrículas saltou de 50 mil para 556 mil.

Com a taxa de desemprego em baixa, as empresas têm dificuldades de contratar. De acordo com a Associação Brasileira de Recursos Humanos/Santa Catarina, existem cerca de 10 mil vagas de emprego em aberto, que não são preenchidas porque as empresas não encontram profissionais com a qualificação desejada. Essa oferta faz a indústria reduzir as exigências na hora de contratar e isso prejudica a competitividade.

O fato de os jovens estarem buscando mais qualificação antes de pleitear colocação no mercado de trabalho pode se refletir futuramente, quando concluírem o ensino superior mais bem preparados para essas vagas. Mas o desafio da mão de obra é imediato e requer soluções compatíveis de curto e médio prazos. Uma alternativa pode ser a segunda etapa do Pronatec, com 12 milhões de vagas em 220 cursos técnicos e 640 cursos de qualificação a partir de 2015.

Temos de lembrar que produtividade e capacitação andam lado a lado, e estudos da Fiesc indicam que 47% dos trabalhadores da indústria catarinense não completaram sequer o ensino médio.

Fonte: A Notícia – Artigo de Albano Schmidt – presidente do Simpesc, sindicato conveniado ao Consep/Acij

 
 


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