Brasil e exterior

A inflação brasileira, um dos pilares para a definição da taxa básica de juros, tem se mostrado sob controle. Os recentes resultados do IPCA vieram abaixo da expectativa, a despeito do impacto de preços previstos pela desvalorização do real e dos efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul na economia. “Tivemos impacto, mas não o descontrole de preços, mesmo com o reajuste dos combustíveis pela Petrobras, a situação no RS e desvalorização do real”, afirmou.

Aliados a esses fatores, os dados de inflação nos Estados Unidos e a sinalização de redução na taxa de juros por lá este ano, provavelmente em setembro, também contribuem para a percepção de que há espaço para uma redução de juros no Brasil no início de 2025.

Desafios

O equilíbrio fiscal é um dos grandes entraves para uma melhora significativa na economia, segundo Bittencourt. Ele salientou que a necessidade de corte de gastos públicos para atingir a meta é premente e, apesar do anúncio do governo federal do corte de R$ 15 bilhões, ainda seria necessário uma nova redução, de pelo menos R$ 11 bilhões para que fosse possível encerrar o ano dentro da banda da meta fiscal.

A meta para o exercício é de déficit zero, com uma banda de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo.

A reforma tributária é outro fator de atenção, apesar de a FIESC ter considerado o texto aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados como adequado. “O processo de aprovação conseguiu guardar o que mais importante na reforma: a não-cumulatividade, a equalização da carga tributária, a cobrança no destino e a simplificação”, afirmou.

Bittencourt destacou, no entanto, que o aumento de exceções deve ser monitorado na sequência da tramitação no Senado. Segundo o economista, a futura revisão da reforma, prevista para 2031, poderá equilibrar eventuais distorções e fazer ajustes. Apesar de positiva, essa previsão cria incerteza sobre como será no futuro dos setores que receberam incentivos.

Fonte: FIESC