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REFORMA TRIBUTÁRIA, ambiente regulatório e infraestrutura são chave para avanços pós-pandemia

08 de setembro de 2020
REFORMA TRIBUTÁRIA, ambiente regulatório e infraestrutura são chave para avanços pós-pandemia

Estes foram alguns dos principais temas destacados durante a 2ª edição on-line do Fórum do Programa Travessia SC, promovido pela FIESC, nesta quinta-feira, dia 3. Participaram o novo secretário especial de Desestatização, Diogo Mac Cord, o presidente do conselho de administração da Weg, Décio da Silva, o economista José Augusto Fernandes, e o secretário de estado da Fazenda, Paulo Eli.

Clique para assistir ao replay da transmissão 2º Fórum Empresarial do Programa Travessia

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Florianópolis, 3.9.2020 – A aprovação da reforma tributária, a melhoria do ambiente regulatório para trazer segurança jurídica e investimentos em infraestrutura são fatores-chave para o crescimento de Santa Catarina e do país no pós-pandemia. Estes foram alguns dos principais temas destacados durante a 2ª edição do Fórum do Programa Travessia SC, promovido pela Federação das Indústrias (FIESC), nesta quinta-feira, dia 3.

Participaram do evento on-line o novo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord de Faria, o presidente do conselho de administração da Weg, Décio da Silva, o economista José Augusto Fernandes, e o secretário de estado da Fazenda, Paulo Eli.

O Programa Travessia é uma iniciativa da FIESC para auxiliar Santa Catarina a vencer a crise provocada pela pandemia. A iniciativa atua em quatro frentes: reinvenção da indústria e da economia, investimento em infraestrutura, atração de capital e pacto institucional.

O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destacou que a indústria tem papel fundamental no desenvolvimento do estado e responde por 34% dos empregos formais. Ele explicou as mudanças que estão ocorrendo na geografia da produção mundial, com deslocamento das cadeias de fornecimento de produtos e insumos da Ásia para outras regiões e disse que Santa Catarina tem condições de suprir essa demanda.

“Para isso está estruturado o Travessia, que tem como norte a reinvenção da economia. Mas para que a economia seja reinventada, temos que melhorar o ambiente de negócios, desburocratizar o país, diminuir a participação do estado na economia e melhorar a legislação, que é onerosa, agrega custo para o sistema produtivo, mas não agrega valor.

Enfim, precisamos ter um pacto institucional que favoreça o desenvolvimento dos negócios. As deficiências na infraestrutura tiram a competitividade da indústria catarinense”, declarou. Ele também chamou a atenção para a infraestrutura, que é fator fundamental para tornar Santa Catarina um player mundial importante. “Somos uma indústria diversificada, protagonista, mas precisamos de um ambiente favorável para nos desenvolver”, completou.

O diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, explicou que o Travessia é um programa vivo, construído com a participação de diversas instituições públicas e privadas. “A visão do setor empresarial, do governo e dos diversos parceiros é fundamental para evoluir de forma permanente no processo. O Fórum de hoje é um espaço no qual se geram conhecimento e ideias, que podem se transformar em programas e ações para contribuir com o processo de evolução que leva à essa visão de tornar Santa Catarina referência em desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Em sua participação, Décio da Silva, da Weg, defendeu a execução de uma agenda para a competitividade, com a realização de um conjunto de reformas, entre elas, a tributária. Na visão dele, o Brasil precisa crescer e, para isso ocorrer, tem que ter segurança para atrair investimentos e uma agenda de reformas deve ser impulsionada.

“A principal reforma em discussão é a tributária. Existem várias propostas em debate e acredito que podemos avançar com qualquer uma delas – seja individualmente ou fazendo um mix entre elas”, defendeu, observando que o resultado final deve contemplar alguns princípios fundamentais, como o não aumento da carga tributária, contemplar a desoneração da folha de pagamento e não adicionar cumulatividade ao sistema tributário.

Além disso, ele defendeu na reforma a inclusão de tributos estaduais e municipais. “Uma reforma ampla é mais difícil de implementar, mas temos que ousar. Não podemos deixar de fora o tributo mais complicado, que é o ICMS”, afirmou.

Também falando sobre reforma tributária, o secretário Paulo Eli afirmou que a proposta que está em discussão no Congresso não desonera a produção. “Se tivéssemos um sistema semelhante ao americano, seria melhor do que este europeu que a gente usa, no qual tributamos toda a cadeia produtiva. Nos Estados Unidos, o imposto é cobrado só no check-out”, exemplificou.

Eli lembrou ainda que os incentivos fiscais, agora convalidados por meio de lei, conferem segurança jurídica aos negócios e são uma ferramenta para a atração de investimentos. “Nosso foco é o desenvolvimento econômico, sem aumento de tributos. Temos que conter o aumento da máquina pública para criar espaço fiscal para investimentos. Por isso, implementamos o teto dos gastos, que não pode crescer mais do que o IPCA, restringimos a reposição de servidores às áreas prioritárias e serviços essenciais e digitalizamos diversos processos”, citou.

Décio, da Weg, também destacou a necessidade de ter um agressivo plano de privatizações e chamou a atenção para o gargalo na infraestrutura. O secretário Diogo Mac Cord falou sobre a agenda de desestatização e disse que o desafio é administrar mais de R$ 1 trilhão de reais em imóveis e supervisionar estatais que somam um conjunto de ativos de quase R$ 5 trilhões. “Nessa administração de ativos, assim como todos fazem nas suas empresas, temos que cuidar bem e fazer a venda quando se entende que eles não são mais necessários e que cumprem um papel melhor fora da carteira”, declarou.

Ele informou que entre 1990 e 2000 foram privatizadas 71 empresas no Brasil. A partir dessa data, nada foi feito até 2016. De 2016 em diante, começou um programa de desinvestimento, com subsidiárias do grupo Eletrobras. Ele explicou ainda que as estatais dependentes do governo vão custar algo em torno de R$ 20 bilhões só neste ano.

“Percebemos como a gente traz recursos para dentro do governo, utiliza mal esses recursos, e, para piorar, precisamos de mais recursos para pagar os prejuízos das empresas que nós mesmos criamos. Temos que reduzir o tamanho da máquina, reduzir o tamanho do Estado. Uma vez que a gente reduz despesas, na sequência, é possível trabalhar para a diminuição de impostos” resumiu.

O economista José Augusto Fernandes disse que o Travessia é um projeto mobilizador, é uma agenda de transformação e de impulsionamento de Santa Catarina. Na opinião dele, os desafios regulatórios são em âmbito estadual e federal. No caso de Santa Catarina, entre os desafios estaduais estão o controle das contas públicas e a criação de um ambiente regulatório.

“Esse ambiente todo é importante para atrair empresas e investimentos”, disse. Ele lembrou ainda que há oportunidades na infraestrutura de transportes e saneamento, por exemplo. “Mas se não tiver boa regulação, não se atrai investimentos ou então se atrai investimentos que mais adiante geram problemas. A expertise regulatória e a existência de bons portfólios de projetos são muito importantes”, resumiu.

O secretário da Fazenda afirmou que o programa Travessia “é um grande mapa de ações do estado e da iniciativa privada, um norte para o desenvolvimento”. Ele, que vem se reunindo periodicamente com representantes do setor produtivo para manter a atividade econômica funcionando, destacou obras que estão sendo retomadas e que são essenciais para melhorar a logística em SC.

“O estado tem projetos de recuperação de toda a malha rodoviária, um investimento em torno de R$ 5 bilhões para manter o sistema atual. Mas temos que trabalhar no cenário pós-pandemia, com grandes projetos estruturantes para o escoamento da produção. O acesso aos mercados é um dos aspectos mais importantes que a gente precisa trabalhar por meio do Travessia”, salientou Eli.

Por meio de vídeo encaminhado à FIESC, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, comentou a importância de se investir em desenvolvimento. “Assim como Santa Catarina, o Brasil como um todo vai se preparar para esse momento: quais são as medidas que precisam ser tomadas, quais são as ações que precisam ser colocadas em prática, qual o papel de articulação que o setor produtivo deve ter junto ao poder público na atração de investimentos, na criação de um ambiente propício para que os negócios continuem a florescer, na atração desse capital privado que existe em tão grande quantidade no mundo inteiro e que busca previsibilidade, segurança jurídica, um ambiente confortável com marcos definidos para que haja um retorno eficaz do investimento”, finalizou.

Fonte: FIESC

 

 
 


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