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FIESC pede apoio de Mourão para solucionar problemas de infraestrutura

28 de fevereiro de 2020
FIESC pede apoio de Mourão para solucionar problemas de infraestrutura

Em média, as obras de ampliação de capacidade e duplicação de corredores rodoviários estratégicos catarinenses, nas rodovias BRs 470, 280 e 163 estão em curso há 10 anos. Ainda assim, dos 209 quilômetros previstos nestas rodovias, foram entregues apenas 14,5 km. A informação foi apresentada pelo presidente da Federação, Mario Aguiar, em evento com o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão.

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Clique aqui e veja a apresentação do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar
Clique aqui e veja no YouTube da FIESC a transmissão da palestra do VP da República, general Hamilton Mourão
Clique aqui e acesse a entrevista do presidente Mario Cezar de Aguiar à imprensa

Florianópolis, 28.2.2020 – Nos últimos 10 anos, foram entregues apenas 14,5 quilômetros das obras de ampliação de capacidade e duplicação das rodovias federais estratégicas para o Estado, as BRs 163, 280 e 470. A informação foi apresentada pelo presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, ao vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, no encontro com lideranças políticas e empresariais do estado, nesta sexta-feira (28), na sede da entidade, em Florianópolis. As obras rodoviárias em questão somam 209,2 quilômetros. Os 14,5 km entregues fazem parte da duplicação prevista de 73,2 km da BR-470, que está em obras desde 2013, mas deveria estar pronta em 2018. O evento marcou o início das comemorações dos 70 anos de fundação da FIESC.

A BR-280 está em obras desde 2013 e, pelo prazo do edital, deveriam ter sido entregues 73,9 quilômetros de duplicação em 2017. A BR-163 é outro exemplo de rodovia que desde 2013 está em obras para adequação de capacidade de um trecho de 62,1 km, com prazo de edital vencido em 2015, mas sem nenhum quilômetro entregue até o momento. Em sua apresentação, Aguiar também chamou a atenção para o atraso na elaboração dos projetos das ferrovias Leste-Oeste, com edital vencido desde 2016, e Litorânea, com prazo de edital vencido desde 2011.

“Temos vocação para sermos uma plataforma logística extremamente importante para o país. Hoje já movimentamos cerca de 20% de toda a carga de contêiner do Brasil. Somos a segunda plataforma mais importante e podemos ser a primeira se houver uma melhoria na nossa infraestrutura. Temos cinco portos com excelente desempenho, inclusive com excelente eficiência de operação, o que nos dá uma vantagem competitiva significativa. Mas temos desafios e gostaríamos do seu apoio para poder vencê-los”, disse Aguiar, dirigindo-se a Mourão.

Aguiar destacou ainda que em 2019 Santa Catarina contribuiu com R$ 66,3 bilhões em tributos federais, mas recebeu do Orçamento Geral da União apenas R$ 6,7 bilhões. Há um desequilíbrio bastante forte. “Temos a quarta pior relação entre o que arrecadamos e o que recebemos da União. Só é pior no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Essa equação precisa ter um equilíbrio maior. Investir em Santa Catarina é estratégico e é uma questão de justiça”, afirmou.

Em sua apresentação, Mourão sugeriu que a saída para melhorar a infraestrutura catarinense passa pelas concessões. “Então, sobre os problemas de infraestrutura logística de Santa Catarina aqui apresentados, talvez tenhamos que buscar saída nas concessões. Eu sei que a BR-101 é prioridade do ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura). Então a concessão da BR-101 (trecho sul) pode abrir o espaço que hoje está bloqueado para a União investir recurso e coloque em outros lugares. Isso é uma coisa que posso dizer aqui para o pessoal de Santa Catarina.

Ele também destacou a importância do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI), do governo federal, que, segundo ele, adota máximo rigor técnico, previsibilidade e transparência. “A realidade é uma só. Nosso orçamento não tem espaço para investir o que precisamos. Então precisamos do privado. Qual o ponto chave de uma concessão? É o contrato bem feito que leva à segurança jurídica e ao bom ambiente de negócios. Esse é o pacote que a equipe do PPI vem se debruçando para avançar”, declarou.

O vice-presidente disse ainda que os pontos focais do governo para retomar o crescimento econômico são o equilíbrio fiscal, o aumento da produtividade, segurança pública e cidadania. Para alcançar o equilíbrio fiscal, ele salientou a importância de ajustar as contas públicas, que começou com a aprovação da reforma da previdência. Mas há outros fatores que são cruciais para isso, como a desvinculação do orçamento, a modernização do estado e as privatizações.

Mourão defendeu ainda a melhoria da produtividade, que, na opinião dele, passa pela elevação da qualidade da educação. A reforma tributária também foi outro destaque. “É consenso. O governo hoje julga que é melhor o Congresso Nacional discutir as propostas que tramitam e o Executivo pode contribuir com propostas. Mas temos que avançar nesse assunto esse ano. Temos que simplificar o sistema tributário que custa R$ 75 bilhões por ano para governo e empresas. A reforma está na ordem do dia e acredito que o Congresso vai nos entregar isso esse ano”, afirmou.

A FIESC também solicitou ao vice-presidente da República apoio para considerar no plano de concessões do governo federal o que denomina o “eixo natural” ligando o Oeste catarinense ao litoral. Ele é composto pelas rodovias 163, 282 e 470. A visão da FIESC contrapõe proposta de concessão de trecho da BR-282 (SC), adicionado de segmento da BR-153 (SC/PR) e da BR-476 (PR). “Esta formatação trará efeitos negativos para a logística da indústria catarinense e para a nossa infraestrutura portuária. Vai beneficiar o porto de Paranaguá. Temos os portos mais eficientes do País e este é o corredor utilizado por nossa indústria”, diz Aguiar.

Economia SC: Santa Catarina tem a indústria mais diversificada do Brasil. É o segundo estado com maior participação da indústria no PIB e tem o maior PIB industrial per capta do país. O estado tem mais de 50 mil estabelecimentos industriais que geram 761 mil empregos diretos e também tem a menor taxa de desemprego (5,3%).

Fonte: FIESC

 
 


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