A Confederação Nacional da Indústria (CNI) repudia a decisão de importadores de suspender a compra de couro brasileiro. A entidade considera injustas e equivocadas as tentativas de se vincular a exportação de produtos industriais brasileiros às queimadas na Amazônia.
Para a CNI, este e outros fatos recentes – como o questionamento de empresários chineses sobre a sustentabilidade dos produtos brasileiros e a ameça de alguns líderes europeus de dificultar a aprovação do Acordo Mercosul-União Europeia – demonstram no mínimo desinformação sobre a responsabilidade ambiental da indústria brasileira.
“A Amazônia é um patrimônio de fundamental importância para o Brasil, sobretudo pela sua mega diversidade biológica, que abriga 20% do total de espécies de plantas e animais do planeta. Trata-se de uma riqueza potencial para ser desenvolvida e a indústria nacional é uma das principais interessadas no seu uso sustentável”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O presidente da CNI ressalta que a indústria brasileira está totalmente comprometida com a sustentabilidade ambiental, que vai desde o uso racional de recursos naturais e a redução de resíduos sólidos até o controle das emissões de gases de efeito estufa.
Atualmente, o Brasil é responsável por 2% das emissões globais de CO², ocupando a sexta posição entre os países signatários do Acordo de Paris. Esse tratado, assinado por 195 países, prevê a redução da emissão de gases de efeito estufa como uma resposta global à ameaça da mudança do clima. Em primeiro lugar aparece a China, com 26% das emissões, seguida dos Estados Unidos, com 14%, e da União Europeia, com quase 10%.
O último relatório da ONU Meio Ambiente, Emission Gap Report 2018, mostra que o Brasil, juntamente com China e Japão, são os países que estão no caminho para cumprir as metas do Acordo. O Brasil se comprometeu a reduzir em 37% suas emissões até 2025.
Nos últimos 15 anos, o Brasil investiu US$ 32 bilhões em projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa, o que resultou na redução de emissões de 124 milhões de toneladas de CO² na atmosfera. Segundo Robson Andrade, deste total, 47% ocorreram devido a projetos realizados pela indústria brasileira.
Além disso, no Brasil, as energias renováveis compõem 80% da matriz elétrica brasileira, um valor quase quatro vezes maior do que os países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), atualmente em 23%.
“Ressalte-se ainda que, nos últimos três acordos de comércio assinados pelo Brasil – o bilateral com o Chile, o Mercosul-União Europeia, e o Mercosul-EFTA –, a indústria brasileira assumiu compromissos ambiciosos no capítulo de desenvolvimento sustentável”, acrescenta o presidente da CNI.
Fonte: CNI
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