Adriano Andrade, diretor comercial da Mexichem Brasil, concede entrevista exclusiva à coluna. Mostra otimismo, fala de inovação e lançamentos, e explica a importância do mercado do Sul do país para a empresa.
Qual foi o desempenho da Mexichem no ano passado?
Adriano Andrade – Em 2018, tivemos um cenário positivo do mercado de material de construção e a própria economia, com o PIB voltando a crescer. A expectativa para 2019 é de que o setor cresça muito próximo à projeção do PIB – próximo a 2,5%. Hoje, as principais demandas são voltadas para a linha predial e residencial. Ainda assim, existe um gap habitacional muito grande no país, de 7,7 milhões de pessoas sem domicílio. Essa é uma demanda que deve ser priorizada pelo governo nos próximos anos. Além disso, grandes obras de infraestrutura permaneceram paradas nos últimos anos.
Há retomada das construções?
Andrade – Com a retomada das construções, é possível fazer com que o setor e o próprio PIB cresçam de forma rápida. O crescimento do PIB traz, naturalmente, mais empregos e renda, que fazem o ciclo voltar a ser virtuoso. As novas contratações beneficiam, principalmente, o Estado de Santa Catarina, onde existe um polo industrial e de consumo muito fortes, com um PIB per capta excelente dentro do mercado brasileiro.
O nível de empregos…
Andrade – O mercado da construção civil é responsável por projetar e trazer empregos acima da média. A cada um milhão de reais investido você traz pelo menos 30 empregados novos, enquanto outras indústrias, como a automobilística, traz 10 empregados.
O setor da construção deveria ser prioridade do governo?
Andrade – A construção civil deve ser uma das prioridades do governo, em razão da sua grande representatividade dentro do PIB nacional e impacto na geração de empregos. Para Santa Catarina, onde nossa empresa possui duas plantas (em Joinville), a geração de emprego deve acontecer já neste ano.
A Mexichem faz investimentos?
Andrade – A Amanco traz inovações para o mercado brasileiro. Nos últimos anos realizamos investimentos em máquinas e produtos diferentes. Nós acreditamos no crescimento do mercado. Nossas expectativas estão ligadas a investimentos que realizamos na nossa parte industrial, de inovação de produtos e setores novos.
O que vem de novo para o mercado?
Andrade – Vamos lançar uma linha industrial, além de uma linha de PVC e CPVC. Essas tubulações especiais foram pensadas para atender um mercado novo a ser desbravado dentro do Brasil, mas que já é uma realidade fora do país. Então, esse é um dos investimentos que fizemos, acreditando nessa expectativa de aumento de mercado.
E qual é o olhar para inovação?
Andrade – Em 2018 construímos o centro de inovação Mexichem, em Sumaré (SP), onde são projetados novos produtos com base nas demandas do mercado. Assim é possível criar oportunidades para que nossa empresa e o mercado possam se desenvolver também por meio do centro de inovação. Trouxemos muitas tecnologias da Europa, por exemplo.
O que é diferencial?
Andrade – Hoje, temos um produto para água quente que é 25% superior em temperatura e pressão ao que existe no mercado. Temos também um produto para infraestrutura, que é um tubo de plástico PVC, que concorre com o ferro fundido. Temos ainda uma linha industrial de tubulações para condução de fluídos químicos, que vai competir com o aço.
Qual é a presença das unidades de Joinville no contexto da Mexichem Brasil?
Andrade – Esta região do país tem um peso relevante pelo desenvolvimento que vem passando nos últimos anos, em relação às obras de infraestrutura e à redução do gap de moradias. Santa Catarina é um dos Estados que mais abriu vagas no setor no primeiro bimestre deste ano, o que mostra a importância e bom desempenho das indústrias na região. Acreditamos que a retomada da economia brasileira passe pela região Sul e continuamos focados em contribuir e investir nessa região.
Fonte: A Notícia – Cláudio Loetz – 29.04.2019
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