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CAMPANHA PARA INCENTIVAR reciclagem em Joinville

04 de junho de 2018
CAMPANHA PARA INCENTIVAR reciclagem em Joinville

Equipe da Abihpec, com apoio da Prefeitura, desenvolve o Programa Dê a Mão para o Futuro e tem a meta de visitar 160 mil domicílios. Produção mensal de lixo no município chega a 12 mil toneladas, mas só 800 t da parte reciclável é separada.

Uma equipe da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), com apoio da Prefeitura, vai passar por 160 mil domicílios de Joinville durante os próximos dois anos. A ação faz parte do Programa Dê a Mão para o Futuro ? Reciclagem, Trabalho e Renda, para conscientizar quase 600 mil habitantes da cidade da importância de se fazer a separação do lixo reciclável.

Atualmente, tudo que é resgatado pelos caminhões da coleta seletiva do município é encaminhado para seis cooperativas de reciclagem, que gera renda para aproximadamente 200 famílias da cidade. Joinville produz mensalmente 12 mil toneladas de lixo, das quais apenas 800 toneladas (6,7%) da parte reciclável são separadas pela população. Segundo estimativa, esse percentual pode chegar a 35%, o que motiva a campanha iniciada na semana passada.

320 mil folhetos serão distribuídos

A ação se estenderá até o início de 2020. A expectativa é de que os 160 mil domicílios sejam visitados em semanas alternadas nas regiões onde há coleta seletiva. Serão distribuídos 320 mil folhetos com informações sobre reciclagem e ímãs de geladeira com a data em que os caminhões da coleta passam pelo endereço visitado.

O objetivo é ampliar o conhecimento da população joinvilense sobre a separação dos materiais recicláveis e reforçar o quanto isso pode contribuir para o meio ambiente e a geração de trabalho e renda das pessoas que vivem da reciclagem de resíduos.

Os moradores receberão a visita da equipe do programa e dos próprios cooperados. Um veículo personalizado vai circular nas ruas da cidade e a abordagem será de porta em porta. Eles estarão identificados com camisas verdes com informações do programa e acompanhados de uma van, que tocará um jingle da campanha.

O trabalho contará com a participação conjunta da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza (Abipla) e da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi).

Também estão envolvidas as secretarias de Infraestrutura (Seinfra), de Assistência Social (SAS) e de Agricultura e Meio Ambiente (Sama) da Prefeitura. Além disso, ainda participam a Associação Ecológica de Catadores Recicladores de Joinville (Assecrejo) e a Cooperativa de Reciclagem, Beneficiamento e Arborização de Joinville (Recicla).

Total de cooperativas tem queda

As seis cooperativas de reciclagem que atuam na cidade têm um cadastro no município e no Centro Público de Atendimento ao Trabalhador (Cepat). Elas recebem o material da coleta seletiva, fazem a triagem, vendem o produto e dividem o lucro entre os cooperados.

As famílias que trabalham nos galpões estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Segundo Anderson Ramalho da Silva, da Recicla, essas pessoas estão fora do mercado de trabalho e são recebidas pelas cooperativas, que as dão uma nova oportunidade de vida. O problema é que o número de associações tem reduzido ao longo dos últimos anos.

– O material tem vindo em uma quantidade baixa e, às vezes, não se consegue manter uma renda adequada para essas famílias – conta.

Anderson explica que as cooperativas enfrentam dificuldades para manter o trabalho: a primeira são os espaços reduzidos em que atuam. De acordo com ele, as leis são muito rigorosas e não permitem o licenciamento ambiental em alguns lugares. Por isso, os recicladores têm buscado apoio de lideranças para tentar conseguir alvarás e a documentação necessária para os empreendimentos. Outra dificuldade é a atuação de pessoas sem ligação com as cooperativas. Além disso, o valor da venda dos produtos reciclados também caiu.

Grupo dá orientações

Durante a passagem pelas ruas de Joinville, o grupo tenta falar com o máximo de moradores possível. Nos primeiros dias de campanha, eles têm recebido atenção da população e passado informações importantes sobre a reciclagem e a coleta seletiva.

O operador de máquinas Nilton de Moliner, 50 anos, foi um dos moradores do bairro Costa e Silva que dedicaram alguns minutos para ouvir os recicladores. Ele já separa o lixo em um latão exclusivo para os produtos recicláveis. Até mesmo o que é sujo, ele lava para mandar direto para a coleta.

– Já fazemos isso aqui em casa desde que começou a passar o caminhão da coleta. Acho importante para a natureza e também para quem precisa desse trabalho e renda – conta.

Um dos aprendizados de Moliner após a passagem da equipe da campanha foi de colocar o lixo para a coleta apenas na noite anterior ao dia em que o caminhão passa pela rua. Isso evita que se leve o conteúdo antes e misture com o lixo comum.

A cozinheira Ana Karina Terentim, 49 anos, trabalha em casa e também faz a separação diária de tudo que é possível reciclar. Nas sextas-feiras de noite, ela coloca o lixo para a frente de casa para ser recolhido no sábado pela manhã. Desde que começou a fazer a separação, isso se tornou um hábito.

– Eu já não consigo mais misturar. Acho muito importante fazer isso porque é uma profissão para eles e uma fonte de renda – diz.

Segundo Anderson Ramalho da Silva, da Recicla, a expectativa é de que a campanha ajude a aumentar o volume de produtos reciclados de 30% a 40%. Com isso, será possível negociar ainda mais com a indústria e os supermercadistas para aumentar novamente o preço dos materiais e incrementar a renda dos trabalhadores.

Fonte: A Notícia – 04.06.2018

 
 


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