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BALANÇA DE MAIO confirma impacto da greve nos embarques catarinenses

08 de junho de 2018
BALANÇA DE MAIO confirma impacto da greve nos embarques catarinenses
Exportações do Estado, que já sofriam impacto das restrições europeias, totalizaram US$ 647 milhões, com queda de 19% em relação a igual período do ano passado.

Florianópolis, 7.6.2018 As exportações catarinenses registraram em maio queda de 19,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 647 milhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento (MDIC) e foram divulgados pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), nesta quinta-feira (7). As importações somaram US$ 1,1 bilhão, valor 20,4% superior ao registrado no mesmo período em 2017.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembra que os embarques catarinenses já vinham sendo prejudicados por questões como as restrições impostas pela União Europeia e destaca que a balança comercial é o primeiro indicador econômico de Santa Catarina a confirmar o reflexo das paralisações. “A retração das exportações no mês reforça o que já sentíamos durante a greve: o cumprimento dos contratos de exportação foi prejudicado”, diz.

Essa é uma das razões pelas quais o Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina (COFEM) encaminhou nesta semana ofício ao Fórum Parlamentar Catarinense com propostas para minimizar os efeitos das paralisações. Entre elas, destacam-se a disponibilidade de linhas de crédito acessíveis para as empresas e a postergação do recolhimento de tributos. Neste caso, sugere-se o apoio de linhas de crédito especiais do governo federal para suportar as necessidades de caixa dos Estados. As propostas foram formalizadas após reunião conjunta do COFEM e do Fórum, na segunda-feira (4). O COFEM é integrado pelas federações empresariais da indústria (FIESC), comércio (FECOMÉRCIO), Agricultura (FAESC), Transportes (Fetrancesc), das Associações Empresariais (FACISC), das CDLs (FCDL) e das micro e pequenas empresas (Fampesc).

Côrte destaca outro reflexo da greve dos caminhoneiros que poderá afetar a economia daqui para frente: o estabelecimento de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas. “Conforme alertado esta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), isso é um retrocesso que provoca graves prejuízos a uma economia já fragilizada, além de ser ineficaz, pois não vai corrigir o problema de excesso de oferta de caminhões em circulação no mercado”, diz, acrescentando que a medida infringe o princípio da livre-iniciativa. A medida estabelecida pelo governo e regulamentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já impacta todos os setores da indústria e do agronegócio e terá efeitos imediatos no bolso dos consumidores, uma vez que o preço dos fretes aumentou substancialmente.

Reversão de resultados – Com a queda das exportações de maio, o resultado dos embarques no acumulado do ano, que era positivo até abril, também entrou no vermelho. Até maio as exportações do Estado totalizaram US$ 3,3 bilhões, resultado 3,7% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Considerando a participação na pauta de exportações em termos de produtos, os destaques são carne de aves (recuo de 6,25% no período), soja (redução de 32,8%) e carne suína (queda de 13%). Registraram crescimento no período: partes de motor (aumento de 8,6%) e motores elétricos (3,2%). Com relação aos principais parceiros comerciais no acumulado do ano, Estados Unidos, México e Japão mostraram decréscimo no volume comercializado, ganhando espaço as vendas para a China (5,4%) e para a Argentina (9,4%).

Santa Catarina responde por 3,5% das vendas externas brasileiras. O saldo da balança comercial catarinense de janeiro a maio registra déficit de US$ 2,78 bilhões.

Fonte: FIESC

 

 
 


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