Bruno Davila Gruner, 22 anos, do SENAI, é o melhor do mundo na ocupação de Polimecânica e Automação; com mais quatro medalhas de excelência, foi o melhor desempenho catarinense no torneio; Brasil ficou em segundo em número de pontos.
Florianópolis, 19.10.2017 – O catarinense Bruno Davila Gruner, aluno do SENAI em Jaraguá do Sul, conquistou a medalha de ouro em Polimecânica e Automação na WorldSkills Competition, a olimpíada internacional de educação profissional, encerrada nesta quinta-feira (19), em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Os outros quatro representantes do SENAI/SC conquistaram medalhas de excelência, destinadas aos competidores que superam 500 pontos, em 540 possíveis. O bom desempenho catarinense contribuiu para que o Brasil alcançasse a segunda maior pontuação entre os 68 países que disputaram a competição.
“Foi o melhor resultado catarinense em todas as edições da WorldSkills; todos os estudantes do SENAI/SC ganharam medalha”, celebrou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, que acompanhou o evento no Oriente Médio. ”O resultado final confirma a qualidade do ensino profissional desenvolvido pelo SENAI”, disse. “Saímos daqui fortalecidos em relação ao trabalho que a CNI e o SENAI fazem em âmbito nacional e nos Estados”, afirmou.
Estudantes do SENAI de Santa Catarina já haviam conquistado medalhas de ouro, prata e bronze em outras edições. A diferença em 2017 é que a delegação acumulou mais quatro medalhas de excelência, conquistadas por Rodrigo Keller (de Joinville, em Fresagem CNC), Ana Carolina Gomes Jacinto (de Blumenau, em Vitrinismo); Eric Cristhiano Marcelino da Silva (Tubarão, em Web Design) e Rafael de Borba (Palhoça, em Manutenção de Aeronaves).
Bruno lembrou da emoção que sentiu na hora da premiação, quando são chamados à frente os três primeiros colocados. “Estar entre os três já era uma conquista; quando chamaram os outros dois para a medalha de prata eu ainda me perguntava se era verdade, mas quando ele colocou a medalha no meu pescoço caiu a ficha: fui campeão mundial”, declarou. O catarinense se disse confortável na competição. “O nível de complexidade das provas estavam dentro do que a gente esperava”, afirmou. “Foram pedidas poucas peças, mas eram peças mais difíceis de serem produzidas, o tempo acabou sendo bem no limite mesmo. Mas consegui finalizar dentro do prazo”, destacou.
Bruno vem se destacando desde a etapa nacional, quando se tornou o primeiro estudante de fora de São Paulo a conquistar o título em Polimecânica e Automação, que consiste na fabricação e instalação de peças para produção de máquinas e equipamentos em áreas que englobam a engenharia mecânica e de automação. Como sua vitória foi por uma margem pequena de pontos, a vaga para o mundial foi decidida em nova prova de desempate, na qual o catarinense confirmou o resultado. Em Abu Dhabi, ele manteve um desempenho regular e, sempre muito focado conseguiu completar integralmente a última prova, na quarta, dia 18, data em que completou seu 22º aniversário.
Coração de mãe
“A medalha de ouro foi um grande presente de aniversário para o Bruno”, comemorou sua mãe, Carmem Lúcia Gruner, que acompanhou a solenidade de encerramento pela Internet. Ela lembra o dia em que o filho chegou em casa dizendo que participaria de uma competição. “De início pensamos que era uma simples olimpíada. Não tínhamos noção da dimensão, da grandiosidade, que é. Então fomos convidados a ir ao SENAI em Jaraguá do Sul, conhecer de perto o que era a Olimpíada do Conhecimento [nome da competição no Brasil].
Quando ele ganhou a etapa estadual, o orgulho foi enorme. Foi para a segunda etapa, a nacional. Estava mais difícil para o Bruno, mas ele se dedicou aos treinos, foi lá e conquistou”, disse.
A cada nova conquista, o orgulho dos pais ia aumentando. “No dia que ele ganhou nacional, a primeira mensagem que ele me mandou foi: ‘partiu fazer passaporte’. O coração da mãe não aguentou”, contou.
Carmem salienta que a vitória foi resultado de um grande empenho do filho. “A vida do Bruno nesses últimos meses foi muito dedicada aos treinos, deixando de lado a vida pessoal, longe da família, dos amigos. Nós sabemos que ele estava ali completamente focado a ganhar esse título. O sentimento meu, da minha família nesse exato momento é muito orgulho de ver um jovem de apenas 22 anos, dedicado aos estudos, buscando superar os seus limites, correndo atrás do conhecimento. Isso é maravilhoso!”, completa.
“Uma característica forte e fundamental do Bruno é o controle emocional; ele vai para a competição como se estivesse indo para o treino; consegue manter o foco e concentração, independentemente do ambiente”, afirma o treinador Alexander Strenner, professor do ensino técnico, na área da mecânica, do SENAI em Jaraguá do Sul.
Rússia
Na classificação final, o Brasil ficou em segundo lugar, atrás da Rússia. O detalhe é que a equipe russa fez diversos treinamentos no Brasil, inclusive em Joinville. “A diferença com a Rússia foi no detalhe, com menos de 1,5% dos pontos”, afirmou o presidente da FIESC.
Fonte: FIESC / CNI
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