Para ele, não há como sustentar o crescimento sem aumentar o investimento, especialmente em infraestrutura, e sem melhorar as contas públicas. O consultor econômico ministrou palestra em reunião de diretoria da FIESC, nesta sexta-feira (22), em Joinville.
Joinville, 22.9.17 – “A mensagem de hoje é construtiva. Estamos convencidos de que o Brasil já deixou para trás a recessão, vai crescer com bastante significado nesse segundo semestre e, especialmente no ano quem vem vai crescer 3%. Para a consolidação da retomada, é indispensável uma melhora na parte fiscal, sem elevação de impostos, e o avanço do programa de privatização, que pode levar a um aumento de investimento em infraestrutura”, afirmou o consultor econômico José Roberto Mendonça de Barros, durante a reunião de diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada nesta sexta-feira (22), em Joinville.
Para ele, não cabe mais a pergunta se o Brasil vai sair do “buraco”, mas sim, se o crescimento será sustentável. Isso depende da melhora das contas públicas, o que inclui a reforma da previdência. “Não sustentaremos o crescimento se não aumentarmos o investimento. Tem só um lugar por onde o investimento pode e deve retomar, que é a infraestrutura, onde precisamos desesperadamente de melhoras. É a única forma de aumentar a produtividade da economia num prazo relativamente curto. E como o governo não tem dinheiro, isso depende de privatização, concessão e regras razoáveis”, afirmou Barros, lembrando que ainda há o fator eleição.
Segundo ele, o cenário internacional de hoje é bastante favorável ao Brasil. Ele salientou que apesar da liderança complicada, os Estados Unidos estão crescendo solidamente e a taxa de desemprego está baixa. A Europa continental vive fase boa, com a vitória de Emmanuel Macron, na França, que solidificou a aliança franco-alemã. A China vai continuar crescendo e não deve ter “tropeços” no horizonte. Ele também observou que o juro internacional tende a seguir relativamente baixo e chamou a atenção para a desvalorização do dólar, especialmente desde a posse do presidente Donald Trump. “O apetite por risco leva a busca por projetos em países como o Brasil, especialmente nos investimentos em infraestrutura”, disse, lembrando que o Euro está valorizado. “A moeda sempre representa a força relativa das economias”, afirmou, salientando que o destaque negativo na Europa está na Inglaterra, com o Brexit.
Mendonça de Barros também observou que existe uma forte expansão de novas empresas de base tecnológica (startups), que alavancarão a recuperação. “Dependem pouco do governo e crescem com equity. Visam o Brasil e o mundo. Já são relevantes no setor financeiro, agrícola e em serviços especializados”, declarou.
Ainda durante a reunião, o diretor dos Institutos SENAI de Inovação em Joinville, André Zanatta, apresentou um panorama dos principais projetos que estão em andamento em parceria com indústrias de segmentos como aeroespacial, automotivo e petróleo e gás. Nesta quinta-feira (21), a FIESC entregou em Joinville os institutos SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e em Processamento a Laser. A instalação dos dois institutos recebeu investimentos de R$ 59,7 milhões, sendo R$ 25 milhões em obras e R$ 34,7 milhões em máquinas e equipamentos, com recursos da FIESC, Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o BNDES.
No encontro, a diretora do SESI para a região Norte-Nordeste, Geysa Finilli, disse que em 2018, a instituição amplia a oferta de educação infantil em Joinville ao entregar nova escola, no Sul da cidade, com investimentos de R$ 5,5 milhões. Segundo ele, a estrutura deve ampliar em 80% o número de vagas para filhos de trabalhadores da indústria. Atualmente, três escolas do SESI, sendo duas na Whirlpool. Até dezembro, a entidade entrega o Espaço Maker, semelhante ao criado em Blumenau. A FIESC ainda deve implantar em 2019, em Joinville, uma escola SESI e SENAI integrada com ofertas que vão desde o ensino infantil até a pós-graduação.
Geysa também destacou o atendimento ao trabalhador da indústria para se qualificar. No município, 35% dos industriários ainda não completaram a escolaridade básica. “Temos uma escola na Tupy, com mais de 1,5 mil metros quadrados, atendendo mil alunos da própria empresa e de mais 89 estabelecimentos da região”, contou a diretora. Joinville também passou a oferecer a EJA Profissionalizante, uma iniciativa do SESI em parceria com o SENAI que permite ao trabalhador concluir em até 12 meses o ensino médio e um curso de qualificação profissional, concomitantemente. A primeira turma foi implantada na empresa Schulz.
Fonte: FIESC
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