Artigo de Albano Schmidt, presidente da Termotécnica.
Agenda cheia, compromissos, correria! Nossa rotina profissional nos priva de uma série de situações, como os valiosos momentos junto da família. Por isso, aos finais de semana, esposa e filhos são minha prioridade.
Recentemente, num domingo ensolarado, saímos para almoçar e, ao chegar ao restaurante, vi uma figura conhecida. Parecia um amigo antigo, um camarada que eu não encontrava havia muito tempo. Muito tempo mesmo, coisa de uns 30 anos.
Aproximei-me devagarinho para confirmar se era ele mesmo, o Jorge*, e numa fração de segundo passou um filme em minha mente. Lembrei de momentos incríveis que passamos juntos, nossa juventude. Ele era meu amigo mesmo, aqueles “do peito”. Pena que com o tempo cada um seguiu sua vida e acabamos nos afastando.
Quando me viu, Jorge se levantou imediatamente e, com aquele sorriso inconfundível, me deu um forte abraço. Percebi que a alegria do reencontro foi recíproca.
Apresentei minha família, conheci a família dele e fiquei muito feliz por ver como ele estava bem, com aparência jovem. Imaginei que ele devia praticar exercícios físicos, manter a dieta e uma vida regrada. Não resisti e perguntei qual era o segredo.
Para minha surpresa, respondeu que eu estava enganado e que ele era, na verdade, um “sobrevivente”! Enfrentou uma doença séria e quase morreu. Foram anos de tratamento, inúmeras cirurgias e hoje seu corpo funciona apenas com o mínimo necessário para mantê-lo vivo. Órgãos como pulmão, rim, baço, fígado e estômago foram operados, mutilados ou desmembrados.
Forte e corajoso, ele ainda brincou:
– Mas meu coração está batendo!
Fiquei chocado. Foi duro encarar essa notícia depois de 30 anos sem encontrar meu amigo. Onde eu estava nesse tempo todo? Ele precisava do meu apoio, do meu abraço. Mas fiquei aliviado ao vê-lo bem, inteiro. Era um exemplo de superação e um excelente motivo para comemorarmos nosso reencontro.
Mas antes que eu me entusiasmasse, ele contou que havia 15 dias ficou sabendo que a doença voltara. Em silêncio absoluto, fiquei perplexo e, como em poucos momentos da minha vida, eu não sabia o que dizer.
Olhei para o lado e vi minha família, todos felizes, saudáveis, e o Jorge ali, sendo destruído por uma doença maldita, sem saber do dia de amanhã. Agradeci, simplesmente agradeci… Pela minha saúde e da minha família.
Depois deste turbilhão, tive um momento comigo mesmo, de reflexão. Aprendi que temos que valorizar as coisas boas que temos, pois, numa fração de segundo, tudo pode mudar.
Não espere a vida lhe apresentar uma situação difícil como essa. Comemore, celebre com alegria cada conquista, aproveite o seu tempo e compartilhe cada momento com quem você ama. Viva plenamente! Agradeça agora, pois amanhã pode ser tarde.
Abrace, beije, sorria! Presenteie as pessoas que estão a sua volta com o seu afeto. Esteja certo de que com essa atitude você transformará a sua vida e a vida de alguém.
Repita todos os dias “eu te amo” para quem merece ouvir isso de você. E, por falar nisso, Scheila, Ban, Tunico e Kamile: vocês são o meu alicerce, a força que me faz seguir em frente. Amo muito vocês.
* Jorge é um nome fictício, que escolhi para preservar a identidade de meu amigo.
Fonte: A Noticia por EDM Logos
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