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EMPRESÁRIOS MANTÊM CAUTELA

20 de dezembro de 2016
EMPRESÁRIOS MANTÊM CAUTELA

Medidas anunciadas pelo governo repercutem bem, mas ainda não causam euforia em Santa Catarina.

O pacote de medidas microeconômicas para estimular o crescimento do País anunciado pelo presidente Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta semana, repercutiu bem entre as entidades empresariais do Estado, mas esteve longe de causar euforia. Para os sindicatos trabalhistas, as ações serão inócuas. As medidas vieram no momento mais agudo da crise política vivida pelo Planalto e após a revisão, para baixo, das projeções do PIB brasileiro para 2017. Ou seja, num momento de escasso otimismo.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Glauco Côrte, as medidas são há muito aguardadas pelo setor produtivo, especialmente a que se refere à regularização tributária das empresas. A ação é praticamente uma reedição do Programa de Recuperação Tributária (Refis) de governos anteriores.

– O setor produtivo vinha pedindo um programa de regularização. As empresas que passam por queda de faturamento, por causa da crise, ficam sem condições de honrar os compromissos com o Fisco – afirma.

Pela proposta, as empresas poderão usar os prejuízos para abater parte das dívidas que têm com a Receita Federal. Com isso, elas regularizam a situação e obtêm certidão positiva, ou seja, ficam aptas a contrair empréstimos, por exemplo. Entretanto, mais importante que o efeito imediato de medidas como essa é a expectativa positiva criada pelo fato de o governo estar olhando para o setor produtivo, diz Côrte. Ele ressalva, contudo, que é preciso fazer mais.

– Há outras coisas para as quais o governo federal tem que olhar, como o programa de concessões. Por exemplo, na BR-101, no trecho Sul, por que não fazer uma concessão que traria recursos para manutenção da rodovia e também para o governo? – questiona Côrte.

Sindicatos sem perspectivas

Com ações voltadas diretamente ao varejo, o pacote também foi bem visto pela Fecomércio-SC. Em nota, a federação informou que o pacote “atende a bandeiras históricas, como a diferenciação de preços para os diversos meios de pagamentos”. Outro ponto importante na visão da entidade é a redução do prazo para o empresário receber recursos de compras feitas com cartão de crédito. Contudo, o presidente da entidade, Bruno Breithaupt, mostra cautela:

– O pacote econômico não será a solução imediata para o fim da crise que vivenciamos. Estas medidas precisam ser acompanhadas de reformas estruturantes que legitimem as mudanças necessárias – diz.

Para sindicatos que representam os trabalhadores, as medidas são inócuas e podem até mesmo estimular o desemprego, como é o caso do corte de 10% da multa do FGTS em caso de demissão sem justa causa.

– Nós entendemos que essas medidas não vão ajudar em nada. Inclusive, falando com alguns empresários, eles não acreditam que isso vai refletir em algo. O que ajudaria de fato seria um corte maior na taxa de juros – afirma Altamiro Perdoná, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores de SC.

Fonte: A Notícia

 
 


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