Philippe Praz conheceu o potencial de crescimento da atividade em SC, formada por 290 empresas que empregam 5,7 mil profissionais.
Florianópolis, 11.10.2016 – Em reunião na Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), o cônsul de economia da Suíça no Brasil, Philippe Praz, disse que muitas empresas suíças do setor de saúde estão interessadas em “colocar o pé” no Brasil. “O País representa grande oportunidade para nós”, disse ele, durante encontro nesta terça-feira (11), em Florianópolis. O segmento de saúde em Santa Catarina é formado por 290 empresas que empregam 5,7 mil profissionais, mas tem potencial para crescer, como mostram os estudos no âmbito do Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC 2022).
Praz, que veio acompanhado de um grupo de representantes de entidades e empresas do País europeu, salientou que o setor de saúde tem que ser visto sob a ótica das oportunidades. “A Suíça tem um sistema de saúde avançado, mas caro. Começou a pesar no bolso das famílias. Se gasta 14% do PIB na saúde”, disse ele, fazendo uma comparação com a Itália que gasta em torno de 9% do PIB, embora a expectativa de vida dos suíços seja só três meses maior que a italiana.
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, disse que a elevação do custo da saúde é uma preocupação de diversos países. No Brasil, representa o segundo maior custo das empresas depois da folha de pagamento. “Como a expectativa de vida está aumentando e o número de jovens que entram no mercado está reduzindo, o trabalhador vai permanecer por mais tempo no mercado e precisa ser saudável para que possa ser produtivo.
É uma questão importante e estamos debatendo muito e vendo o trabalho como um fator de saúde, que ajuda o trabalhador a se manter saudável desde que esteja em boas condições, em ambiente favorável, com boa alimentação e praticando exercícios físicos”, afirmou. Ele acrescentou que no Brasil o SESI está implantando seis institutos de inovação voltados à saúde do trabalhador – um deles fica em Santa Catarina.
Côrte também chamou a atenção para o esforço da FIESC e de suas entidades para elevar o número de trabalhadores qualificados. “Estamos investindo muito em educação. O trabalhador com um bom nível de escolaridade cuida melhor da sua saúde e da saúde da sua família e isso se transforma num círculo virtuoso”, completou. Ele também relatou as ações das FIESC no campo da indústria 4.0 e informou que a entidade participará de debate sobre o tema durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, de 16 a 18 de outubro, no Estado da Turíngia.
O setor de saúde no Estado abrange indústrias farmoquímicas e farmacêuticas, aparelhos eletromédicos, instrumentos, utensílios e materiais, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, além de tecnologia da informação voltada ao desenvolvimento de soluções para o setor. O presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Saúde da FIESC, Luiz Gonzaga Coelho, disse que a indústria de saúde em Santa Catarina ainda é considerada pequena, mas o potencial é grande. “Saúde é vetor de futuro. Estamos num processo de desenvolvimento de tecnologias disruptivas, que vão permitir a redução dos custos. A interação com a Suíça é estratégica”, finalizou.
Dados de 2013 mostram que o setor representa 10% do PIB brasileiro. Desse total, 57% são movimentados pelo setor privado. Em 2015, o segmento catarinense exportou US$ 15,2 milhões. No mesmo período, o Estado importou US$ 457,7 milhões.
Em sua apresentação, o cônsul declarou que estão em busca de parcerias bilaterais e de investimentos. Philippe disse que ficou surpreso com o crescimento do polo de tecnologia e inovação, especialmente na região de Florianópolis. “A ideia da missão hoje é conhecer melhor Santa Catarina e suas potencialidades. Temos que reforçar os laços e trabalhar juntos”, concluiu.
Ainda durante o encontro na FIESC foi apresentada a atuação do SENAI em educação profissional e a Rede SENAI/SC de Inovação e Tecnologia, composta por 10 institutos que atendem as demandas da indústria catarinense.
A delegação suíça também conheceu a Investe SC, agência que atua na divulgação de oportunidades em Santa Catarina e na prospecção de empresas interessadas em realizar investimentos nos setores de alto valor agregado. A agência concentra o atendimento das demandas de investidores interessados no Estado, acionando os órgãos, entidades e parceiros responsáveis e acompanhando os processos. A agência foi criada por meio de parceria entre a FIESC e o governo do Estado.
Fonte: FIESC
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