Contratado pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, o engenheiro Ricardo Saporiti vai apresentar estudo detalhado sobre a situação atual da BR-280 – e seus gargalos – em reunião do fórum parlamentar catarinense.
O encontro vai ocorrer no dia 7 de março, em Jaraguá do Sul. A informação é do vice-presidente regional da Fiesc para o Vale do Itapocu, empresário Célio Bayer. Nesta entrevista, Bayer fala de investimentos do Sesi e do Senai na região. E resume a realidade econômica nacional: o Brasil só vai crescer 3% ao ano, novamente, em 2020.
Economia de Jaraguá
– A economia de Jaraguá do Sul está estagnada em todos os segmentos. Metalmecânico, têxtil, alimentos. No principal setor, o metalmecânico, a retração de faturamento foi de 18% em 2015, no comparativo com o ano anterior. O que preocupa muito é o fato de empresas têxteis estarem saindo de Jaraguá para se instalar no Paraguai, onde há atrativos e benefícios importantes.
Demissões
– Em 2015, o saldo líquido entre admissões e demissões, no conjunto das companhias jaraguaenses, foi negativo, com 3.200 dispensas a mais do que o número de contratados. Em toda a região – incluindo Guaramirim, Schroeder e Corupá –, perdemos 5 mil postos de trabalho no ano passado. Houve diminuição no número de empregos até mesmo no comércio. O cenário para 2016 não é melhor. Pode haver alguma melhora no último quadrimestre do ano.
Legislação
– Ponto importante é a regulamentação de normas, especialmente a NR-12, de segurança do trabalho. A questão do tempo de intervalo de almoço – de uma hora para 30 minutos – permanece na pauta da indústria. Os sindicatos de trabalhadores entraram com pedido de insalubridade e hora extra. Há empresas que já pensam em retomar o trabalho aos sábados porque o modelo de compensação preocupa.
Qualificação
– Claro que qualificar os funcionários é essencial. A questão é que está difícil fechar turmas de alunos para cursos oferecidos aos trabalhadores. Senai e Sesi têm se empenhado muito nisso. As empresas incentivam a qualificação de jovens e adultos. E isso se torna vital porque há evasão de 5% a 6% dos alunos do ensino médio. O assunto é sério. Apenas 55% dos trabalhadores na indústria têm ensino básico completo. A meta da Fiesc é elevar o percentual para 63% até o final de 2017.
Investimentos
– A Fiesc está investindo bastante na região do Vale do Itapocu. Unidade do Sesi em Guaramirim já está operando. A do Sesi/Senai de Schroeder será ampliada. Em Jaraguá, bloco escolar está concluído, falta entrar em funcionamento. Ainda no primeiro semestre, vai ficar pronto mais um bloco – laboratório de construção civil. No segundo semestre, o Instituto Senai de Inovação vai ficar pronto, podendo atender demandas em áreas de eletroeletrônica e energias renováveis.
A crise
– A crise brasileira é econômica e política; e vem se ampliando. Se há luz no fim do túnel? Não sabemos nem onde está o túnel! Não há proposta concreta do governo para a economia. E ainda falta linha de crédito a juros adequados. Para melhorar o quadro, as indústrias devem diversificar produção, buscar outros mercados. Especialmente no exterior, já que o dólar favorece bastante. E, continuamente, investir em inovação.
BR-280
– A duplicação da BR-280 é tema prioritário para nós na questão da infraestrutura. No dia 7, o fórum parlamentar catarinense vai se reunir em Jaraguá do Sul para tratar desse e de outros assuntos. O engenheiro Ricardo Saporiti, contratado pela Fiesc, vai apresentar estudo detalhado das condições atuais da rodovia.
Padrão
– Temos de nos acostumar a viver “um novo normal” da economia brasileira. Novamente chegar a um crescimento de 3% ao ano, só em 2020. Antes disso vamos conviver com o que estamos vendo – e um pouquinho melhor, apenas. Essa realidade só melhora antes se for retomada a confiança.
Fonte: A Notícia – Livre Mercado – Claudio Loetz
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