A Tigre vai investir R$ 200 milhões em 2016 em novo negócio com serviços e produtos distintos em relação ao que já faz nos segmentos onde atua. O dinheiro também irá para a renovação de tecnologias, em adequação à legislação de segurança do trabalho.
A conta não inclui as despesas com marketing. Um terço do valor será direcionado ao futuro empreendimento, focado a atividades complementares ao portfólio existente da companhia.
As novidades a serem entregues ao mercado estarão em linha com as tendências globais de necessidades da população: água e conservação de energia. Significa dizer que a Tigre vai diversificar negócios para além dos produtos tradicionais de tubos de PVC, para o qual a empresa não enxerga crescimento no próximo ano.
– Vamos ampliar soluções para auxiliar o consumidor final – explicam o presidente executivo Otto von Soethe (à esquerda na foto) e o presidente do conselho de administração, Felipe Hansen (D), em entrevista exclusiva concedida ao “AN”.
Possível associação
Mais detalhes o comando não conta. O que será oferecido ao mercado está decidido e é guardado em segredo. Certo é que o que surgir poderá nascer de associação com outro player.
– A empresa sabe o que vai fazer, mas o formato não está todo definido – diz Felipe.
A nova operação terá instalações próprias e separadas do negócio-mãe. Cuidadoso, e sem explicitar, Otto sugere que o que vier vai ser erguido em outra cidade, que não necessariamente Joinville.
Dadas as características que terá, absolutamente diferente daquilo feito nas plantas onde estão as atividades bem conhecidas, serão recrutados dirigentes no mercado para gerir este empreendimento.
Olhar de startup
A direção do que se pretende está muito clara. As pessoas que se integrarem à iniciativa deverão ter um olhar focado em inovação, com mentalidade de startups porque o empreendimento começará pequeno, mas orientado para expansões.
Para tanto, a intenção é trabalhar junto a instituições de ensino e empreendedores, além de capturar ideias entre funcionários – Não queremos comprar o bolo pronto – diz Otto.
Segmentos
A receita da Tigre tem se mantido sem queda. Mas o volume de vendas caiu, neste ano, próximo a dois dígitos. A Tigre não enxerga crescimento dos negócios na área de PVC no Brasil. Por isso, a diversificação é essencial. Os outros segmentos são mais promissores.
Em ferramentas para pintura (onde está bem posicionada); em acessórios (com presença pequena, a marca Plena foi extinta e substituída pelo nome Tigre); e em portas e esquadrias (Claris), maior aposta de expansão que a empresa tem hoje. No caso da Claris, o objetivo é triplicar de tamanho a cada ano.
Não está à venda
Questionado sobre insistentes rumores do mercado, nos últimos cinco meses, de que a Itausa/Deca estaria negociando a compra da Tigre, o presidente do conselho de administração, Felipe Hansen, é direto: – A Tigre não está à venda. A Tigre sempre cresceu organicamente (e também por aquisições) ao longo dos 75 anos. Vamos manter como está. A venda não é opção neste momento.
Estados Unidos
A operação derivada da associação meio a meio com o grupo ADS nos Estados Unidos vai ser fortalecida e acelerada naquele mercado. A parceria já dura sete anos com o poderoso grupo, que tem 34 fábricas.
América do Sul
As unidades em funcionamento no Paraguai e na Bolívia são muito fortes; no Chile, no Peru e na Argentina, a presença é boa, mas não dominante. Na Colômbia, o negócio da multinacional joinvilense é menor, com oportunidades para completar linhas de produtos.
Tamanho
A Tigre não revela faturamento. Tem 23 fábricas no Brasil e no exterior. Seus produtos chegam a 40 países, e as exportações predominam para a América do Sul.
Fonte: A Notícia – Livre Mercado – Cláudio Loetz
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