Maioria das micro e pequenas empresas ouvidas pela FIESC considera seus preços competitivos, mas apontam deficiências logísticas como entrave ao mercado externo.
Florianópolis, 10.9.2015 – Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) mostra que para 79% das micro e pequenas empresas ouvidas, os preços dos produtos são considerados competitivos em outros países.
Contudo, 88% delas informaram que a logística, a distribuição e as finanças são entraves à internacionalização, assim como o planejamento (80%). Os dados estão na Análise do Comércio Internacional Catarinense, publicação que a entidade lançou nesta quinta-feira (10), durante o “Road Show: promovendo iniciativas de facilitação do comércio”, evento realizado em Florianópolis, em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“As pequenas empresas devem se qualificar para o mercado internacional, mas por outro lado, precisam de condições de igualdade para competir com os concorrentes estrangeiros. Se quisermos aumentar a parcela de micro e pequenas exportadoras, são necessárias reformas estruturais urgentes”, afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.
Ele lembra que entre as prioridades destacadas pelo setor empresarial na pesquisa, constam a desoneração tributária, a desburocratização e redução de custos das atividades exportadoras e importadoras, a diminuição de custos logísticos e a ampliação dos acordos internacionais de comércio.
“Embora a economia mundial apresente indicadores de crescimento ainda muito frágeis, a exportação tornou-se estratégica para a retomada do crescimento econômico do Brasil devido à conjuntura doméstica desafiadora”, completa Côrte, salientando que a entidade, em parceria com o Sebrae, oferece um programa de internacionalização para micro, pequenas e médias.
Ele lembra também que o Encontro Econômico Brasil−Alemanha, que ocorre de 20 a 22 de setembro, é uma oportunidade para que as pequenas e médias estabeleçam contatos internacionais.
Levando-se em consideração o total de empresas pesquisadas, quando perguntadas sobre a projeção das exportações para 2015 em relação ao ano passado, 61% delas apontam perspectivas de incremento − 34% esperam que os embarques cresçam de 11% a 30%, enquanto 18% acreditam que vão crescer até 10%.
Somente 9% das empresas estimam que aumentarão as exportações em mais de 30% comparativamente a 2014. Por outro lado, 29% das empresas projetam estabilidade nos valores exportados e 10% estimam que suas exportações sofrerão queda em 2015.
Ao apresentar a análise, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, disse que as pequenas e médias empresas têm maior flexibilidade para construir alianças estratégicas com empresas concorrentes em outros mercados, e assim, podem tornar-se fornecedores que complementam um produto maior fabricado em outro país.
“Hoje temos startups no Brasil que agregam valor por tecnologia e inteligência”, disse ela, lembrando que as oportunidades para as companhias estão não só nos embarques de produtos acabados, mas nos processos que envolvem inteligência na fabricação.
“Efetivamente, as pequenas e médias poderão se constituir na grande sacada das exportações. Elas têm menos custos de operacionalização e facilidade de adaptação dos produtos às exigências dos clientes externos”, concluiu Maria Teresa.
O trabalho informa ainda que quase um terço buscará novos mercados, principalmente em países da África. A América do Sul e a América Central foram citadas na sequência, respectivamente com 19% e 12% das respostas.
Quanto aos critérios que deverão guiar as empresas, a maioria das respostas foi associada à proximidade geográfica e cultural, a benefícios oriundos de acordos comerciais e a indicadores do potencial de mercado nos países selecionados, tais como crescimento econômico, evolução positiva de determinados setores, aumento do consumo e ampliação do mercado consumidor.
Agenda de reformas: a publicação da FIESC também reforça a necessidade de uma agenda de reformas estruturais para remover gargalos e oferecer condições similares a dos concorrentes estrangeiros. Entre os que se destacam na pesquisa estão: o custo do transporte internacional, burocracia alfandegária, aduaneira e tributária, custos tributários, política cambial desfavorável às exportações e acesso ao financiamento às exportações.
Road Show: ao longo do evento Road Show, empresários, executivos e profissionais que operam no comércio internacional conheceram o Portal Único de Comércio Exterior, o Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA) e o sistema CAPTA.
O Portal Único, inciativa do MDIC e da Receita Federal, visa à reformulação dos processos de importação, exportação e trânsito aduaneiro. Também busca estabelecer processos mais eficientes, harmonizados e integrados entre todos os envolvidos no comércio exterior.
O Programa OEA é uma iniciativa para certificação de empresas atuantes no comércio exterior, com o propósito de acelerar o despacho de mercadorias na aduana e garantir maior segurança e competitividade para o País.
O CAPTA é uma ferramenta de divulgação de tarifas, regras de origem, compromissos de serviços previstos nos acordos comerciais em vigor e das preferências tarifárias que o Brasil recebe ou concede.
Fonte: FIESC
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