Maior evento da agenda bilateral brasileira ocorre em Joinville, Santa Catarina, e é organizado pela CNI e pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI), em parceria com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).
O Brasil continua atrativo para os alemães. Prova disso é a presença de 188 industriais na comitiva do vice-ministro da Economia e Energia da Alemanha, Matthias Machnig, para participar do 33º Encontro Empresarial Brasil-Alemanha (EEBA).
É a maior comitiva estrangeira da história do encontro. Participam ainda, mais de mil empresários, entre brasileiros e alemães com empresas no Brasil, que se inscreveram para discutir a “Cooperação para Superar Desafios”, nesta segunda e terça-feira (21 e 22).
O evento é organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).
Para a CNI, Brasil e Alemanha devem se unir e iniciar, ainda este ano, as negociações do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. A troca de ofertas de bens, serviços e investimentos entre Mercosul e UE é importante para aumentar a competitividade da indústria brasileira e fortalecer as relações econômicas entre os dois países.
O acordo é essencial num momento em que o setor produtivo brasileiro busca se adaptar às mudanças na produção industrial, cada vez mais voltadas para a inovação com uso de novas tecnologias e acessando as cadeias globais de valor.
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A CNI também defende que os dois governos comecem a discutir um tratado para acabar com a bitributação dos investimentos. Os dois países tiveram um acordo para evitar a dupla tributação até 2005, mas o governo do então chanceler Gerhard Shroeder denunciou o tratado porque os alemães defendem o modelo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual a tributação ocorre no domicílio do investidor.
O Brasil, no entanto, tem seu próprio modelo, em que mistura regras dos Estados Unidos, das Nações Unidas e da OCDE. Nesse caso, a cobrança do imposto é feita no país de investimento.
Enquanto um novo acordo não é negociado, a cobrança duplicada de impostos onera a corrente de comércio e os investimentos entre os dois países. Estudo da CNI mostra que mais de 60% das empresas sofrem com a dupla tributação e as exportações para a Alemanha estão entre as mais prejudicadas. Há cerca de 1,5 mil empresas alemãs no Brasil. Elas representam 10% de todo o PIB industrial do país.
RELAÇÃO COMERCIAL – A Alemanha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil e o maior dentro da União Europeia, com participação de 4,5% no total da nossa corrente de comércio em 2014. Entre 2010 e 2014, o intercâmbio comercial brasileiro com os alemães caiu 1,1%, passando de US$ 20,7 bilhões para US$ 20,5 bilhões.
Nesse período, as exportações diminuíram 18,5% e as importações aumentaram 10,2%. O saldo da balança comercial, deficitário ao Brasil em todo o período sob análise, registrou saldo negativo de US$ 7,2 bilhões em 2014.
PAUTA DE EXPORTAÇÃO – As exportações brasileiras para a Alemanha são compostas, em sua maior parte, por produtos básicos, que representaram 62,7% do total em 2014, com destaque para café, minérios, farelo de soja e soja em grãos.
Os manufaturados somam 28,7% (máquinas mecânicas e elétricas) e os semimanufaturados, 8,6% (produtos semimanufaturados de ferro e aço e outras ligas de aço). Na pauta de importação brasileira predominam os produtos manufaturados, como máquinas mecânicas, automóveis e produtos farmacêuticos. Eles representaram 95,6% da pauta de importações.
Acompanhe todas as fotos do 33º EEBA no perfil da CNI no Flickr.
Fonte: CNI/FIESC
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