Para o presidente da entidade, Glauco José Côrte, outra elevação no preço do insumo vai agravar a já precária situação da indústria.
Insumo, que é um dos principais custos do setor industrial, já acumula alta superior a 40% no ano em Santa Catarina.
Florianópolis, 21.7.2015 – A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) defende que o novo aumento da tarifa de energia no Estado, previsto para agosto, não seja realizado.
Em ofícios enviados ao diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Romeu Donizete Rufino, e ao presidente da CELESC, Cleverson Siewert, o presidente da entidade, Glauco José Côrte, lembra que o preço do insumo, que é um dos principais custos do setor industrial, já acumula alta superior a 40% no ano em Santa Catarina. Para a FIESC, o setor seria fortemente afetado se confirmada a nova elevação, estimada entre 10% e 15%.
“O setor não comporta um novo aumento no atual cenário. No curto prazo, a única forma de a indústria reduzir o consumo de energia é diminuindo a produção. Isso agravaria a situação que já crítica e poderia estimular demissões. A indústria já vive um ano de queda nas na produção e nas vendas, tanto internas quanto externas. Os níveis de emprego também estão perdendo força”, argumenta Côrte.
Após fechar 2014 na liderança da geração de empregos no Brasil, a indústria de transformação catarinense iniciou o ano criando menos postos de trabalho do que no ano passado e a partir de abril começou a fechar vagas, eliminando até junho 9,2 mil empregos em função da contração da economia.
A produção industrial catarinense acumula queda 7,4% até maio, conforme dados do IBGE. As vendas externas caíram 10% no acumulado entre janeiro e junho, enquanto o faturamento do setor já recua 9% nos primeiros cinco meses do ano.
Conforme estudo da FIESC, o valor do MW/h para a indústria de Santa Catarina é de R$ 605,77, enquanto a média nacional está em R$ 543,81. A tributação incidente sobre o insumo no Estado chega a 43,88%, contra 37,25% da média nacional.
Por isso, a FIESC defende a adoção de “medidas emergenciais” por parte da ANEEL. Para amenizar o impacto da alta do dólar e dos encargos setoriais no orçamento da Celesc Distribuidora, a FIESC propõe o aumento da cota de energia “barata”, proveniente de hidrelétricas, que a distribuidora catarinense pode comprar.
Para isso, a ANEEL teria que antecipar a redistribuição destas cotas com base no mercado faturado de cada distribuidora, prevista apenas para 2021.
A previsão é que o índice do novo reajuste nas contas de luz seja anunciado pela ANEEL no começo de agosto.
Fonte: FIESC
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