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ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA aponta prioridades para os próximos quatro anos

06 de novembro de 2014
ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA aponta prioridades para os próximos quatro anos

Com 80 participantes, delegação catarinense é a maior do evento, que destaca questões como simplificação tributária e relações trabalhistas

Brasília, 5.11.2014 – O País precisa de um novo sistema tributário que desonere investimentos, unifique tributos sobre circulação de bens e simplifique os processos. Foi o que defendeu, junto com a redução dos gastos públicos com custeio, o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, em painel do Encontro Nacional da Indústria 2014 (ENAI). Ele lidera a delegação catarinense, formada por 80 representantes do setor, e que é a maior do evento. Além da questão tributária, outro tema de destaque no encontro é a legislação trabalhista.

Na área tributária, Côrte defendeu que é necessário partir para uma reforma ampla, mesmo que implantada mediante estabelecimento de um cronograma, de forma gradativa, já que o modelo “fatiado” não funcionou. “O governo investe em novos processos e tecnologias, em auditorias documentais em substituição às presenciais.

Mas aumenta a necessidade de servidores públicos, o que é um paradoxo. O curioso é que se aumenta a quantidade de pessoas, mas elas nunca estão naqueles serviços essenciais à atividade do setor privado, como o licenciamento ambiental”, afirmou, citando dados da CNI que mostram que o tempo médio para a emissão das licenças no Pais é de 18 meses.

A burocracia foi outro tema destacado. Côrte citou pesquisa com industriais catarinenses mostrando que a questão é a segunda mais grave, na avaliação deles, atrás apenas da falta de trabalhadores qualificados. Pela manhã, o empresário Jorge Gerdau exemplificou a questão afirmando que a Petrobras tem 900 funcionários para dar conta das diferentes legislações na área fiscal nos estados brasileiros.

O empresário Décio da Silva, da WEG, que participou de outro painel, abordou a questão da legislação trabalhista. Afirmou que ela cumpriu um importante papel num cenário em que o trabalhador estava em situação de desvantagem frente ao empregador. A situação, contudo, mudou e hoje é necessário rever essa legislação, argumentou. Para Côrte, não se trata de tirar direitos, mas modernizar as relações trabalhistas, para valorizar mais a negociação entre trabalhadores e empregadores.

Na abertura do evento, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu que o Brasil precisa promover reformas que favoreçam o aumento da competitividade das empresas e a recuperação do crescimento da economia. “Precisamos de ações concretas. Só assim a confiança para investir será restaurada”, afirmou o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade. Também participaram da abertura do encontro os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE).

“O setor produtivo necessita de sinais claros e firmes de que a política econômica se movimentará na direção de maior estabilidade, de melhoras institucionais, de maior competência educacional e tecnológica, e da criação de condições para que o Brasil fortaleça, de fato, a sua indústria”, disse Andrade.

Segundo ele, a indústria deve estar no centro da estratégia de desenvolvimento do Brasil, porque o setor é a principal fonte dos avanços tecnológicos e da inovação, que estimulam o crescimento dos demais segmentos da economia. “Não existe país rico sem indústria forte. Sempre que o Produto Interno Bruto brasileiro cresceu num ritmo mais consistente, isso se deu por força da indústria”.

Andrade afirmou ainda que o país deve investir em infraestrutura e ampliar o programa de concessões de aeroportos, portos, ferrovias e rodovias. Além disso, ele defendeu a adoção de uma nova política comercial, que passe pela abertura de mercados e pela assinatura de acordos comerciais com países ou blocos relevantes.

Compromisso do governo – Diante dos empresários que participam do 9º ENAI, Mercadante, disse que na próxima semana o governo começará a definir a agenda de mudanças para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Essa agenda, prometeu Mercadante, terá como base os 42 estudos apresentados pela CNI durante a campanha eleitoral.

“Na semana que vem, as propostas da CNI estarão sobre a mesa do governo. Vamos avaliar ponto a ponto e fazer a agenda da competitividade avançar”, destacou o ministro, acrescentando que o segundo mandato de Dilma Rousseff terá uma equipe diferente. “Será um novo governo.”

Reflexões para o País – O Encontro Nacional da Indústria, que ocorre anualmente desde 2006, é a maior reunião de líderes empresariais e representantes de sindicatos e associações industriais de todo o país. No evento, empresários, representantes do governo, líderes políticos e acadêmicos refletem, debatem e propõem ações sobre os temas que têm impacto no desempenho da indústria e da economia brasileiras.

O ENAI expõe a agenda do setor produtivo e fortalece o diálogo entre os empresários, o governo e os outros segmentos da sociedade. O evento, organizado pela CNI, reúne mais de 1.800 líderes empresariais no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Durante o 9º ENAI, os empresários debatem questões como produtividade, reforma tributária, educação, infraestrutura, relações do trabalho, segurança jurídica e integração do Brasil à economia internacional. Ao final do evento, os empresários apresentarão a Carta da Indústria, com as propostas do setor produtivo ao novo governo.

Fonte: FIESC

 
 


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