Em Joinville, presidente da entidade afirmou que, se aplicado de uma vez, índice solicitado pela Celesc terá forte impacto na indústria
Joinville, 28.7.2014 – Uma elevação da ordem de 20% no valor das tarifas de energia, conforme solicitado pela Celesc à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), teria forte impacto na produção industrial e atrapalharia a recuperação do crescimento industrial catarinense.
A posição da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) foi defendida nesta segunda-feira à noite pelo presidente da entidade, Glauco José Côrte, durante reunião na Associação Empresarial de Joinville (ACIJ). A preocupação da entidade já foi manifestada em ofícios encaminhados na semana passada ao presidente da Celesc, Cleverson Siewert, e ao diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.
“A indústria não tem conseguido passar para os seus preços todo o aumento de custo que tem em termos de pessoal, de insumos, de tributos e de custo de capital. A margem fica cada vez menor. Por isso vamos defender a tese de que não é possível ter um impacto dessa natureza de uma vez só”, disse Côrte, acrescentando que a entidade já solicitou informações técnicas sobre as bases para o aumento.
“Nós já temos a questão do gás, que também é caro e tem impacto no setor industrial, e agora o custo da energia. Se não houver cuidado, pode haver redução no consumo em decorrência da queda na produção industrial”, completou, referindo-se aos efeitos na economia.
Levantamento realizado pela FIESC mostra que o custo da energia elétrica em Santa Catarina está acima da média brasileira. “Mais do que isso, estamos acima da média de 27 países, como é o caso do Chile, México, Portuga, Japão, Alemanha, EUA. Estamos abaixo apenas de países como República Tcheca, Turquia e Itália”, informou Côrte. Contudo, a FIESC é contra a interferência política na definição da tarifa, já que a distribuidora é uma empresa de mercado, inclusive com acionistas privados. Para a entidade é necessário promover uma discussão técnica a respeito do assunto.
Cenário – Durante sua apresentação na ACIJ, Côrte, lembrou dos desafios postos ao setor industrial, que tem perspectivas de um segundo semestre de baixo crescimento, com menor avanço do emprego, das exportações e pequeno aumento da demanda. Apesar disso, destacou que há previsão de aumento dos investimentos industriais no Estado.
Pesquisa recente divulgada pela FIESC prevê que o setor deve encerrar o ano com investimento de R$ 2,48 bilhões, valor 27% maior do que o registrado em 2013. Também há expectativa de aumento das exportações de carne suína para Rússia e dos embarques de frango para a China, além da recuperação dos Estados Unidos, ainda que lenta. O país é o segundo principal parceiro comercial de Santa Catarina.
Em sua apresentação, o presidente da FIESC também falou das principais ações da entidade para a indústria, como Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC), o Movimento A Indústria pela Educação, que já tem 1.816 adesões, e a instalação do Instituto de Tecnologia em Segurança e Saúde no Trabalho em Santa Catarina. A Federação também lançou na sexta-feira (25) a Rede SENAI de Inovação e Tecnologia, que congregará os dez institutos a serem instalados no Estado.
Fonte: FIESC
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