Florianópolis, 23.07.2014 – O entendimento de que a elevação da escolaridade dos trabalhadores é vital para o aumento da produtividade e para tornar a indústria mais competitiva é comum entre os empresários. Em Joinville, por exemplo, cinco indústrias decidiram abonar horas de colaboradores que dedicam-se aos estudos. A iniciativa é resultado de mobilizações realizadas por equipes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), por meio do Movimento A Indústria pela Educação.
A construtora MRV Engenharia libera seus trabalhadores para estudar três vezes na semana na escola implantada no próprio canteiro de obras. Para o diretor da empresa na região Sul, Ralf Haddad, investir em educação é uma estratégia para elevar a competitividade.
Além disso, a MRV quer contribuir para a erradicação do analfabetismo no Brasil que, segundo o IBGE, afeta 13,2 milhões de brasileiros, ou seja, 8,7% da população. “Por isso criamos o Programa MRV – Escola Nota 10 para colaborar com a erradicação do analfabetismo adulto nos nossos canteiros de obra.
Este é o caminho para melhorar as perspectivas de vida para esses trabalhadores que passam a ter acesso ao conhecimento e a ter condições de evoluir na carreira”, afirma Haddad. “Sem dúvida, o investimento em educação torna a MRV uma empresa mais competitiva”, completa.
Em três anos do programa, a MRV possui 50 escolas implantadas nos canteiros de obras, frequentadas por 862 trabalhadores-alunos que trocam suas ferramentas pelo desafio do aprendizado duas horas por dia, durante o expediente.
“Essa iniciativa está alicerçada na cooperação com parceiros como o SESI e o SENAI, além de alguns sindicatos da construção civil. Graças a esses parceiros, temos oferecido em nossos canteiros cursos correspondentes à alfabetização e ensino básico, ao ensino médio e à capacitação especializada em modalidades profissionalizantes”, conta Haddad. A MRV oferece material escolar aos estudantes, lanche após a aula, antes de iniciarem o turno de trabalho, e transporte para quem trabalha na outra obra da empresa.
A Britânia, indústria de eletrodomésticos, cede uma hora de trabalho para os estudantes participarem das aulas duas vezes por semana. Andressa Caldas, de 24 anos, abandonou os estudos com 16 anos e agora aproveita a chance oferecida pela indústria em parceria com a FIESC. “Eu estou estudando, pois pretendo entrar na área de logística, afinal, é o que mais se aproxima do que eu faço na empresa”, revela. Na Britânia, a qualificação também conta para processos de promoção interna.
Aos 45 anos, o trabalhador Orides Quadri, da indústria de artefatos de borracha Micro Juntas, concluiu até o oitavo ano porque a exigência por profissionais mais qualificados era menor. “Com o mercado de trabalho cada vez mais disputado, passou a ser necessário acompanhar as mudanças.
O conhecimento é importante em tudo que realizamos, e é para a vida toda”, reflete o estudante. Por meio do apoio da empresa, os trabalhadores tem liberação no horário de trabalho para ir às aulas, alimentação e carteiras informatizadas do SESI para as avaliações e atividades de leitura.
Além da liberação de horas da jornada de trabalho, os colaboradores da Ambiental Limpeza Urbana são incentivados a participar de feiras literárias para estimular o hábito da leitura.
A Tecnofibras, indústria de transformação de plástico reforçado com fibra de vidro, implantou escola in company. A empresa apoia mobilizações da FIESC e oferece alimentação aos trabalhadores que frequentam as aulas.
Fonte: FIESC
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