Com equipamentos inéditos no País, Instituto de Inovação em Sistemas de Manufatura do Senai, que será inaugurado hoje, vai impulsionar Joinville como referência em tecnologia industrial.
Joinville se destaca nacionalmente na fabricação de moldes e matrizes para a indústria, utilizados principalmente nos setores automotivo, da linha branca e na construção civil.
Desde o ano passado, no entanto, a cidade possui know how para realizar a microusinagem para injeção de peças plásticas, com detalhes de 0,05 milímetro, a metade da espessura de um fio de cabelo. Ao se apropriar desse conhecimento, as empresas especializadas da região podem se tornar fornecedoras de micromoldes para outras indústrias, como a eletrônica, a médica e a odontológica. Com esse leque ampliado, ganham em competitividade e beneficiam toda a região.
O centro de microusinagem faz parte dos investimentos que almejam tornar Joinville referência em inovação voltada ao processo produtivo. Ele fica dentro do Instituto de Inovação em Sistemas de Manufatura, que já está em funcionamento desde abril do ano passado no Senai Norte e que será inaugurado oficialmente hoje, a partir das 18h30, em evento que terá a presença do governador Raimundo Colombo e do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
Até 2016, o Senai-SC vai investir R$ 32,7 milhões no projeto, parte com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A estrutura do instituto contemplou a compra de vários equipamentos, sendo que cinco deles são os únicos em funcionamento no Brasil.
Em Joinville, principalmente as ferramentarias realizam atividades que podem se beneficiar desses equipamentos e conhecimento agregado. O setor vive momento de crise, impactado pela concorrência dos produtos chineses. Só que soluções mais sofisticadas não podem ser substituídas por alternativas vindas da Ásia, pelo menos por enquanto.
– A China tem deficiência tecnológica na fabricação de alto valor agregado. As indústrias brasileiras importam micromoldes de outros países asiáticos com custo mais alto. Desenvolvê-los no País torna mais barato e reduz o ciclo de desenvolvimento do produto – afirma o coordenador de inovação do instituto, Daniel de Aviz.
Parceiro de negócio
O coordenador enfatiza que o Senai não será concorrente da indústria, pois não vai produzir em grande escala. Segundo ele, a instituição pretende servir de transição para internalizar o conhecimento na região, oferecendo serviços e a estrutura completa até que as empresas tenham condições de instalar estrutura própria. O Senai servirá, ainda, para que as empresas testem determinadas soluções antes de investir e busquem a solução de problemas que não conseguem resolver sozinhas.
Estratégia é formar uma rede nacional de negócios
O maior investimento já realizado no Senai Norte faz parte da estratégia nacional da instituição de formar uma grande rede de negócio com polos-referência, conforme a vocação das regiões, que atuem de forma integrada. Até 2016, Joinville terá dois dos 25 institutos do Senai no País.
Além de trabalhar com sistemas de manufatura, o município vai ganhar um instituto de inovação voltado para aplicações a laser. Ambos vão funcionar em novo prédio, próximo ao Senai Norte, a ser inaugurado em 2016.
– Os projetos vão ser desenvolvidos em parceria com as indústrias, onde o foco serão a melhoria de processos, fabricação ou melhoria de produtos – afirma o coordenador do laboratório de engenharia de materiais, José Mário Fernandes de Paiva Júnior.
Os institutos de Joinville terão abrangência nacional, servindo a qualquer empresa que necessite de conhecimentos e serviços em sua especialidade. Mas para chegar lá, a diretora do Senai Norte, Hildegarde Schlupp, afirma que a instituição vai investir na capacitação dos profissionais e na busca de mestrandos e doutorandos em instituições parceiras. A previsão é pular de três para 12 doutores até o final de 2015.
Para definir a estrutura no Estado, o Senai-SC firmou parceria com o renomado instituto de pesquisa alemão Fraunhofer para transferência tecnológica, capacitação dos consultores e orientação quanto ao modelo de gestão. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) também é parceira, por meio de intercâmbio de tecnologia e de alunos.
– Esta é uma atuação nova para o Senai, historicamente conhecido por formar mão de obra qualificada para a indústria – analisa José Mário.
A parceria entre Senai, empresas e órgãos de fomento será determinante para o sucesso da atuação dos institutos na visão do coordenador de inovação, Daniel de Aviz.
Fonte: A Notícia – Destaque
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