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400 mil trabalhadores não terminaram o ensino médio

03 de fevereiro de 2014
400 mil trabalhadores não terminaram o ensino médio

400 mil trabalhadores não terminaram o ensino médio

Há 400 mil trabalhadores catarinense que não terminaram o ensino médio, o antigo segundo grau. O dado preocupa a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). A indústria precisa de gente qualificada para competir globalmente.

Com este horizonte, a federação matriculou 298 mil alunos no Sesi, Senai e IEL em 2013. Para este ano, a previsão é atingir 330 mil. Na frente política, até maio, a Fiesc vai recolher sugestões do empresariado para, então, entregar pedidos de políticas públicas aos candidatos ao governo estadual e ao Legislativo – na linha de melhor infraestrutura e não ao aumento de carga tributária.

Quem comanda a entidade empresarial é Glauco José Côrte, que tem diversas especializações por instituições como UFSC, FGV (RJ), American Graduate School of International Management (Arizona, EUA) e IMD (Lausanne, Suíça). Membro do conselho de administração da Portobello e acionista-fundador da Inplac Indústria de Plásticos, Côrte é também diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e integra ainda o conselho da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, do Ministério do Desenvolvimento. Também foi vice-presidente executivo da Portobello.

Competitividade

– A indústria catarinense está preparada para a competição global. Temos processos, design e qualidade de produtos acima da média nacional. Isto é efeito da visão do industrial catarinense, que se preocupa em reinvestir no seu negócio.

Educação

– A melhora na educação dos trabalhadores é ponto fundamental para as empresas serem capazes de entregar produtos e serviços de qualidade. Estudo mostra que 400 mil trabalhadores catarinenses não terminaram o ensino médio, o antigo segundo grau.

Alunos

– O Senai, Sesi e Instituto Euvaldo Lodi matricularam 298 mil alunos em seus cursos no ano passado em Santa Catarina. A meta para este ano é atingir 330 mil. Então, no triênio 2012-2014, as três instituições vinculadas à Fiesc terão feitas 820 mil matrículas. Todas as centrais sindicais aderiram ao Movimento pela Educação. Sabemos que são necessários cinco brasileiros para fazer o trabalho de um americano, e de dois brasileiros para um argentino. Precisamos mudar isso.

Gás Natural

– Não enxergo solução de curto prazo para o problema de fornecimento de gás natural para as indústrias. Foi criado um grupo de trabalho entre Fiesc e SCGás para buscar alternativas. Uma delas é a descompressão de duto, uma forma técnica permitindo recebimento de mais gás. A outra é a construção de terminal de gás natural liquefeito. Até o dia 28 de fevereiro, as federações de indústrias de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, junto com parlamentares dos três Estados, vão encaminhar a argumentação de interesse do Sul.

Iniciativa privada

– Outra ideia é a participação acionária de empresas privadas no negócio da distribuição do gás natural. Mas para isso é necessário que se tenham dados suficientes para avaliar a viabilidade econômica.

Gargalo

– O maior problema catarinense é a deficiência em infraestrutura física. Há problemas nas estradas, e a malha ferroviária praticamente inexiste. O empresário da região Oeste é um herói. É mais caro levar o produto até o porto do litoral catarinense do que até o centro consumidor, no Sudeste.

Desequilíbrios

– É preciso políticas públicas voltadas a se tentar o desenvolvimento mais equilibrado entre as regiões dentro do Estado. O Sul é afetado pela demora na conclusão da duplicação da BR-101. O Planalto Norte e o Oeste reclamam por políticas inclusivas. Em resumo, as regiões querem mais infraestrutura para poderem ser competitivos com os demais Estados do País.

Sem fiscais

– Um absurdo é a falta de fiscais de órgãos federais nos nossos portos. Em Itapoá, por exemplo, não há nenhum fiscal. Os que trabalham no Porto de São Francisco do Sul precisam se deslocar até Itapoá para fazer o serviço.

Escritório de projetos

– A Fiesc defende a criação de um escritório de projetos, centralizando, num só órgão, o conjunto de especialistas de diferentes áreas que hoje trabalham em diferentes secretarias e fundações do governo estadual. Estamos conversando. Precisamos avançar nisso. Os Estados de São Paulo e Minas Gerais têm institutos desse gênero.

Diagnóstico

– Aproximadamente 500 lideranças catarinenses – não só da indústria – estão sendo ouvidas para estabelecerem diagnóstico para o futuro da economia catarinense. Estão em análise 16 setores mapeados. Três encontros regionais já foram feitos – em Joinville, Balneário Camboriú e Florianópolis. Há 70 profissionais envolvidos neste projeto.

Demandas políticas

– A indústria não quer favores. Quer condições favoráveis para trabalhar. Em março, a Fiesc realiza pesquisa com empresários e, até maio, quer ter um documento para servir de base para levar reivindicações aos candidatos a governador e ao Legislativo.

Fonte: A Noticia – Livre Mercado – Claudio Loetz

 
 


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