Elevar a produtividade é a única alternativa para o Brasil fazer frente a um cenário de crescente interdependência dos mercados, com formação de cadeias globais de valor, popularização de acordos bilaterais de comércio, governos mais intervencionistas, ciclos tecnológicos e econômicos mais curtos, participação crescente da China e mudanças rápidas nas preferências do consumidor.
Esta avaliação é do economista Jorge Arbache, feita durante reunião do Fórum Estratégico da Indústria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), que reúne algumas das principais lideranças catarinenses do setor e da sociedade. O encontro foi realizado nesta segunda-feira (4), em Florianópolis.
O que mais preocupa é que a produtividade brasileira não acompanha a de países que são potenciais competidores nos mercados internacionais. “Esta sim é a grande preocupação. Se todos eles estivessem crescendo pouco, teríamos uma situação. Mas não é o que está acontecendo. China, Índia, Malásia, Indonésia e Coreia do Sul têm experimentado taxas elevadas de produtividade, o que explica o crescimento e uma inserção mais interessante na economia mundial”, disse.
Na opinião dele, é preciso muito esforço para reverter esse quadro. E isso começa com uma educação de melhor qualidade, mas passa também pela reorganização da economia, com menos burocracia, mais investimentos, infraestrutura, inovação e tecnologia. Esse conjunto vai permitir que a produtividade cresça, defendeu.
O especialista também destacou a nova geografia da produção e da inovação. “Há uma revolução silenciosa em curso, com mudanças tecnológicas e parte significativa das indústrias americanas com plantas em países como a China, que estão retornando aos Estados Unidos. “O custo do trabalho e o apoio público não são mais suficientes para tornar as empresas competitivas. Elas têm que ser flexíveis para se adaptar aos mercados”, ressalta.
Fonte: FIESC
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