TIGRE troca Comandante
O executivo Evaldo Dreher deixou a presidência da Tigre. A empresa, com 7 mil trabalhadores, terá a partir de 2 de setembro Otto Von Sothen no comando. O novo dirigente foi consultor da GP Investimentos e é membro do conselho consultivo da Melitta do Brasil. Em correspondência enviada aos funcionários, datada de 12 de agosto, a multinacional fabricante de tubos e conexões diz que entra “em nova fase”.
O futuro presidente é graduado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem MBA pela J.L. Kellogg Graduate School of Management de Evanston. Também dirigiu empresas multinacionais como Diageo e PepsiCo Alimentos no Brasil. Já atuou nas empresas Quaker Oats Company, Frito-Lay e Iams Company.
A companhia, em seu comunicado interno, explica que “depois de mais de 17 anos na Tigre, e na presidência desde 2009, Evaldo Dreher deixa o cargo para dedicar-se a projetos pessoais, por decisão própria”.
Na sequência, o texto minimiza a troca:
– Os últimos quatro anos foram marcados por muitas conquistas na Tigre, apesar das duas grandes crises econômicas mundiais, que nos desafiaram a traçar estratégias para manter nossa posição de liderança no mercado brasileiro e continuar crescendo nos demais países. Nos últimos três anos, a empresa manteve seus ótimos resultados.
Os controladores Rosane Maria Fausto Hansen e Felipe Hansen recapitulam:
– Fizemos aquisições, criamos uma joint-venture com a ADS, inauguramos novas fábricas, ampliamos nossa presença fora do Brasil, revisamos nossos processos para melhorar a governança, entre tantas outras realizações.
Consolidação no exterior
A Tigre ainda diz que, durante a gestão de Dreher, atingiu os melhores resultados financeiros de sua história e reforçou sua presença em mercados fora do Brasil. A companhia tem 23 fábricas no Brasil e no exterior (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Estados Unidos, Paraguai e Uruguai).
Em janeiro, o ex-presidente concedeu entrevista exclusiva ao jornal “A Notícia”, quando revelou que a empresa terá mais cinco fábricas neste ano. A meta é atingir faturamento de R$ 5 bilhões em 2014. Para atingir este objetivo, é necessário adquirir concorrentes no exterior. Esta missão não tem sido fácil. Os essenciais mercados mexicano e norte-americano são de difícil penetração.
A Tigre faturou R$ 3,1 bilhões no ano passado. Para este ano, em janeiro, a previsão era de crescer 12% e fazer investimentos de R$ 220 milhões para o aumento da capacidade produtiva, desenvolvimento de produtos, marketing e inauguração de novas fábricas.
Executivo com perfil discreto
Evaldo Dreher deixa a presidência da Tigre em setembro de forma discreta, sem informar os motivos e quais são os seus planos a partir do mês que vem. A reportagem de “A Notícia” tentou ouvi-lo, mas, segundo assessores, ele prefere não dar entrevistas. A atitude combina com o estilo reservado do executivo em relação à vida pessoal. No trabalho, porém, seus feitos tornaram-se marcantes.
Administrador com especialização em finanças e planejamento estratégico, Dreher foi o responsável pelos melhores resultados financeiros da história da empresa e comandou seu processo de internacionalização.
Ao assumir a presidência, deu sequência ao perfil de gestão praticada por profissionais de mercado, iniciada por seu antecessor, Amaury Olsen, na empresa controlada pela família Hansen.
Seus últimos desafios profissionais mostram um estilo distinto do de seu sucessor, Otto Von Sothen, que teve passagens curtas em diferentes organizações no passado recente. Dreher, por sua vez, ingressou na Tigre em 1996, após 25 anos no Grupo Bunge, e assumiu a presidência em março de 2009
Foco no consumidor final
O paulista Otto Von Sothen, que assume a presidência do grupo Tigre em setembro, está acostumado a comandar negócios que lidam diretamente com o consumidor final. Em sua trajetória profissional recente, Sothen comandou a PepsiCo Alimentos no Brasil durante três anos e dois meses. A companhia norte-americana é uma das maiores do mundo no ramo de bebidas e alimentos, como cereais, snacks e biscoitos.
Em seguida, Sothen teve uma passagem de um ano e 11 meses como presidente no Brasil, Paraguai e Uruguai de um dos principais conglomerados de marcas de bebidas alcoólicas do mundo, a inglesa Diageo, com sede em Londres. A mesma multinacional que, em maio do ano passado, comprou a fabricante brasileira de cachaças Ypióca.
Desde março de 2012, o executivo dedicava-se ao conselho consultivo da Melitta do Brasil e à consultoria na GP Investimentos.
Em seu perfil na rede social LinkedIn, profissionais que trabalharam com Sothen o definem como um líder nato, que inspira seus subordinados. A excelência em gestão de pessoas destaca-se entre os comentários.
Fonte: A Notícia – Destaque
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