A Krona assumiu a gestão do futsal de Joinville em 2009. A empresa de tubos e conexões, que fica no bairro Vila Nova, já era patrocinadora quando a Prefeitura, por meio da Felej, era a principal responsável pela equipe.
Desde o começo, foi pensada a transição para este momento e o planejamento era se firmar como uma grande equipe de futsal. Nesta semana, um grande passo foi dado para que isso aconteça – a compra de uma das franquias da Liga Futsal.
“Um sonho antigo que foi concretizado”, definiu o presidente do clube, o empresário Valdecir Kortmann. Em um bate-papo franco, o dirigente falou sobre quase tudo. Menos de valores. Veja os principais trechos da entrevista.
COMPRA DA FRANQUIA
“Acreditamos que o marketing esportivo é um bom caminho para conseguir o fortalecimento de marca. Começamos a sentir isso em 2005, quando iniciamos o projeto do patrocínio. A cada ano, agregando mais o investimento, tivemos resultados dentro e fora de quadra.
Em 2009, sentimos a necessidade de assumir a gestão pelo investimos que estávamos fazendo. Isso culminou na compra da vaga, que foi o maior investimento até aqui. Decidimos fazer isso para não correr o risco de ficar fora de uma Liga.
Com todo o respeito que a Dalponte (ex-dona da franquia) teve com a gente, por algum interesse ou mudança de diretoria ela poderia ir para outro mercado. E a negociação, que começou em meados de junho, foi concretizada agora. Por contrato, nós tínhamos a preferência pela compra.”
O VALOR
“Na confederação, o valor é de R$ 360 mil. Em cima dele, é preciso pagar 30% para a CBFS. Mas a confederação não tem mais vagas, então, agora é precisa negociar direto com quem tem. Por questões de contrato, não podemos falar de valores, até porque a Dalponte tinha uma dívida com a confederação, que entrou junto na negociação.”
A TORCIDA
“O que a gente percebe é o crescimento de torcedores-clientes da Krona. Mas temos consciência de que o torcedor quer sempre ver um time forte. Desde o início, sabíamos que a torcida de Joinville seria conquistada, de forma gradativa, de acordo com o time que montamos. E acho que agora só vai crescer.
A Krona chegou no rol dos times considerados favoritos. Só em uma zebra a Krona fica fora, no mínimo, das semifinais das competições que disputa. E isso é fundamental para se conquistar o apoio das arquibancadas.”
GESTÃO DA PREFEITURA
“A gente nunca se eximiu da responsabilidade. Em 2008, e até em 2009, quando a Prefeitura não conseguiu exercer o que era de responsabilidade dela, no caso, pagamento de atletas, a Krona foi e bancou.
O que estava atrasado ou o que não tinha sido pago, nós honramos como se fôssemos realmente responsáveis. A equipe não podia pagar por isso e os atletas perceberam que tinha uma empresa séria para cumprir se alguém não cumprisse.”
RESULTADOS RUINS
“Admito que se não chegássemos entre os quatro finalistas da Liga Futsal, poderíamos ter pensado (em desistir do projeto). Seria decepcionante para quem investe ver o time cair de novo em uma segunda fase ou nas quartas de final. Até porque queremos conquistar títulos, não só firmar a marca.
Mas apesar de tudo que já aconteceu, nunca pensamos e fechar o projeto. E em menos de 12 meses conseguimos dois títulos nacionais e o vice de uma competição do porte da Liga.”
EXEMPLO MALWEE
“Hoje, não temos um prazo para finalizar o projeto. Nossa motivação por ele é grande, nos dá o retorno que estamos esperando e nós vamos continuar perseguindo os títulos que ainda não temos. Queremos fazer com que Joinville dispute o Mundial. Em que prazo? Não estipulamos isso.
Queremos fazer um projeto sustentável e temos várias formas de fazer isso, sem que você cresça muito em matéria de investimento e inviabilize o negócio. Às vezes, uma empresa resolve sair porque não tem mais condições de diminuir os investimentos.
Por isso, temos que priorizar as categorias de base, trazendo bons atletas. Com isso, podemos diminuir os custos. Isso faz o time ser autossustentável – renovação, com um investimento bem planejado. Sempre uso o exemplo do Carlos Barbosa, que apesar de não ter o nome do principal gestor, já tem 35 anos.”
ELENCO ATUAL
“É complicado falar disso nesse momento. Nem estamos classificados para a final do Estadual ainda.Já existe uma ideia do que queremos fazer no ano que vem, mas não dá para divulgar isso ainda, em função das competições que temos que disputar e para evitar de tumultuar um ambiente que hoje é bom.”
LOCAL PARA JOGAR
“Nós conversamos com o atual governo e com os candidatos que estão no segundo turno. Defendemos transformar o Centreventos na casa do esporte de Joinville. Não vejo necessidade de se preocupar tão cedo com uma Areninha.
Uma equipe de ponta, como a Krona, deveria treinar todos os dias onde ela vai jogar, com os mesmos vestiários, sala de fisioterapia. Não sou contra a Areninha e acredito que, se sair do papel, ela não precisa ter mais que 5 mil lugares.”
FERRETTI
“O (técnico Fernando) Ferretti é um dos poucos que têm contrato até o fim de 2013. Ele, quando chegou, assinou por dois anos, com multa rescisória para qualquer uma das duas partes. E ele não gosta de ter um time fraco na mão e nem nós queremos dar isso a ele.
Se você investe num técnico dessa envergadura, temos que dar o suporte para ele conquistar os resultados. Ele mesmo diz que os grupos o levaram às (oito) finais (da Liga Futsal). O fato de comprar a franquia e a manutenção de um técnico como o Ferretti mostra que queremos continuar muito tempo com o projeto.”
FALCÃO
“Se em algum momento se pensou (na contratação do Falcão), ficou cada vez mais distante. Não consigo perceber o torcedor com bons olhos para a contratação dele. Tem que ser um investimento certo e hoje acho que é incerto.
Não é necessário ter um atleta como ele para vencer uma competição. Não deixamos de ganhar a Taça Brasil e a Superliga por não contar com um jogador como ele. A Intelli fez a melhor campanha e, na maioria dos jogos, o Falcão não estava.
Sobre o retorno de marketing, é preciso dispender muito recurso pra usar a imagem dele. Está fora do planejamento ter um atleta do porte dele.”
Fonte: AN – Esporte
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