Em entrevista à equipe de comunicação da Messe Brasil, Albano Schmidt, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado de Santa Catarina (Simpesc), falou sobre os desafios de crescimento para o setor e quais as medidas necessárias para alavancar esse desenvolvimento.
O presidente citou a Interplast – Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico, que acontece de 20 a 24 de agosto, em Joinville/SC, como um importante meio para fortalecer o segmento, consolidar as parcerias e gerar novas oportunidades. Confira a entrevista:
Messe Brasil: A Interplast já se consolidou como a feira mais importante de 2012 na América Latina, representando para os expositores um importante canal de relacionamento e negócios para o setor plástico brasileiro. Diante disso, qual a contribuição que um evento deste porte pode oferecer para as empresas do segmento?
Albano Schmidt: Acredito que a Interplast é, realmente, um importante canal de relacionamento e negócios e que propicia às empresas do segmento uma excelente oportunidade de se aproximar de seus clientes, apresentando novidades, lançando produtos e divulgando soluções. A presença num evento desse porte consolida a marca e fortalece a empresa diante do seu público-alvo.
Messe Brasil: Quais são as características e diferenciais do mercado da região sul que tornam esse evento um diferencial para quem expõe ou visita a Interplast?
Albano Schmidt: O público da nossa região está ávido por novidades, por conhecimento e valoriza a oportunidade de interagir com fornecedores e fabricantes. Os expositores querem atingir este público, que engloba desde parceiros já consolidados até potenciais clientes. Quem visita quer usar este momento para também conhecer o que os expositores estão trazendo, consolidar parcerias e gerar novas oportunidades.
Messe Brasil: O setor plástico conta com empresas de todos os portes e emprega um número grande de pessoas. De que forma é possível fortalecer o segmento e apoiar o seu desenvolvimento?
Albano Schmidt: É verdade, o setor plástico é mesmo bastante diversificado, abrangendo empresas de diferentes configurações, tamanhos, origens e histórias. Na maior parte dos casos, se posiciona como um meio entre um segmento gigantesco, como o petroquímico, e outros igualmente grandes, como o alimentício, eletroeletrônico, automobilístico e de construção civil.
Por isso, para fortalecer o setor plástico é necessário promover o crescimento dos segmentos demandantes, desonerar o investimento, reduzir o custo de capital e melhorar a qualidade de como os tributos são cobrados. É preciso também melhorar as estradas e reduzir os custos de energia. Com um apoio maior à pesquisa e inovação e criação de excelência para formação da mão de obra, o setor pode e vai crescer muito.
Messe Brasil: Estamos quase fechando o primeiro semestre de 2012, como o senhor analisa o desempenho do setor plástico até aqui? Quais as expectativas para o segundo semestre?
Albano Schmidt: Infelizmente, não temos grandes expectativas para o setor em 2012. Depois dos altos e baixos de 2011, entramos o ano com os pés no chão. Toda a turbulência na Europa, aliada à desaceleração do crescimento brasileiro no primeiro trimestre e às questões relacionadas com crédito, juros, endividamento e volatilidade do câmbio acabam mexendo com a confiança dos empresários. Ainda assim, estamos mais otimistas em relação ao segundo semestre e esperamos uma melhora dos resultados.
Messe Brasil: As exportações da indústria catarinense aumentaram 11% nos três primeiros meses de 2012, em relação ao mesmo período de 2011. O que isso representa para o setor plástico? Como ele pode aproveitar esse momento de crescimento?
Albano Schmidt: Em boa medida, esse crescimento das exportações representa um alento para o setor plástico, pois boa parte das indústrias catarinenses utiliza materiais plásticos na forma de embalagens, material de transporte ou outros insumos. Porém, o nosso grande mercado é o interno e esse ainda está crescendo num ritmo um pouco mais lento.
Messe Brasil: Atualmente, debate-se muito a questão da desindustrialização e os problemas de competitividade da indústria brasileira. Esse também é um problema que afeta a indústria plástica? Quais seriam as medidas necessárias para minimizar os impactos?
Albano Schmidt: Há um movimento histórico na direção do crescimento do setor de serviços frente ao setor industrial. Isso é resultado da ampliação do consumo de serviços como telefonia, TV a cabo, internet, entre outros. É natural, nas economias mais avançadas, uma participação maior do setor terciário. No entanto, o que tem nos chamado a atenção não é a perda de participação da indústria no PIB, mas sim, uma crescente participação de empresas estrangeiras nos mercados de produtos industrializados.
Temos visto também empresas brasileiras investindo fora do país, buscando oportunidades para compensar a ausência de competitividade interna da produção. E isso está diretamente relacionado com os aspectos citados anteriormente, como custo de capital, tributação sobre investimentos, custos de energia, incentivo à inovação, tecnologia. As medidas a serem discutidas para alavancar o crescimento industrial deveriam levar em conta esses aspectos, e muitos outros.
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Fonte: Messe Brasil
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